Moeda recente no nosso imaginário e na vida quotidiano, o euro foi também construído nos media, dentro de uma perspectiva simbólica. Isto é o que escrevem as investigadoras Maria João Silveirinha e Cristina Ponte, as organizadoras do volume Moeda e comunicação. A representação mediática do €uro.
As duas docentes (Universidade de Coimbra e Universidade Nova de Lisboa, respectivamente) formaram uma equipa de trabalho e compararam com estudos entretanto realizados em outros países da moeda única. Um dos momento-chave relevante dessa construção mediática foi o período exactamente antes da entrada em circulação, com instabilidade e indecisão quanto à sua concretização e consolidação, como as Cimeiras Europeias, pois não se sabia como iriam reagir as populações.
No caso português, como no de outros países, a nova moeda foi geralmente descodificada em valores da moeda desaparecida, isto é, mudando referências culturais profundas. Os media, nomeadamente os escritos, empregaram um arsenal simbólico considerável, visível em títulos e imagens, mas também os media audiovisuais criaram espaços de explicação da nova moeda, num esforço enorme de aprendizagem e aceitação.
Leitura: Maria João Silveirinha e Cristina Ponte (org.) (2006). Moeda e comunicação. A representação mediática do €uro. Lisboa: Livros Horizonte e CIMJ, 223 páginas
Observação: o Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ), um dos editores da colecção, foi avaliado por um júri internacional da FCT (Fundação Ciência e Tecnologia) com o valor de Muito Bom, subindo a classificação. Isto é um motivo de muito regozijo para todos os seus membros, entre os quais me incluo, um dos fundadores do centro em 1997.
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