Uma notícia de hoje indica que o Estado se prepara para deixar de publicar anúncios na imprensa, numa poupança anual que pode chegar aos dez milhões de euros. Essa quebra representa cerca de 40% do investimento publicitário dos jornais em papel.
Retiram-se daqui várias conclusões. A primeira é a de uma boa decisão por parte do Estado, ao economizar uma verba tão elevada. A segunda significa uma forte aposta na comunicação electrónica, com a criação do Portal de Anúncios Públicos. Jornais como o Expresso (na componente online) já seguem essa via, com a publicação gratuita de pequenos anúncios, o que significa o aprofundamento da via electrónica e digital e consequente modernização.
Mas ressalto a consequência desastrosa para os media de papel. Uma quebra de 40% no investimento publicitário vai dificultar muito a sobrevivência dos jornais. A ser levada para a frente esta decisão, antevejo o encerramento de empresas. O que ressalta desta situação é o peso exagerado de dependência face ao Estado de jornais que se dizem privados, prova que a actividade empresarial nacional vive muito do que o Estado faz.
Actualização em 2.1.2009 (18:45) - um leitor atento do blogue acha exagerado o valor de 40% de investimento publicitário do Estado nos jornais de papel. O valor foi veiculado pelo presidente da Associação Portuguesa de Imprensa. Contudo, com a presente crise económica, é provável que a publicidade do Estado tenha efeitos consideráveis sobretudo em pequenos jornais regionais.
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