Já há muito que deveria ter escrito sobre o blogue Cadeirão Voltaire, de Sara Figueiredo Costa.
Como o definir? Um blogue sobre livros, literatura e tertúlias, como a mensagem de hoje denota: "É bem possível que os responsáveis pelos problemas financeiros da indústria do livro sejam os leitores vorazes que vendem e compram os livros que lêem a outras pessoas".
Também hoje, Sara Figueiredo Costa escreveu sobre Canetti: a "língua definiu a identidade do jovem Canetti de um modo mais inexorável do que qualquer facto real: os diferentes idiomas com que se confronta na família, a ânsia de aprender as letras e dar sentidos às frases, a fuga da Palavra (no sentido religioso), herança de gerações, a que acabará por ceder por não querer fugir da vastidão de mundos que procura nos textos, todos esses momentos justificam o título com precisão, configurando os passos essenciais da formação do autor".
A Europa central e no começo do século XX produziu, como Eric Hobsbawm escreveu (Tempos Interessantes. Uma vida no século XX, 2005), indivíduos cosmopolitas e nómadas nas línguas, nos sítios e nas estéticas, legando obras cuja fruição é um enorme prazer. Canetti, a ler intermediado pelo blogue Cadeirão Voltaire, é igualmente um prazer.
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