domingo, 18 de janeiro de 2009

FILMES

De Troca (Changeling, de Clint Eastwood, com Angelina Jolie, Gattlin Griffith, Jan Devereaux e Michelle Martin) e Paris 36 (Faubourg 36, de Christophe Barratier, com Gérard Jugnot, Clovis Cornillac, Kad Merad e Nora Arnezeder), guardo os planos finais: no primeiro, um plano fixo do trânsito rodoviário, eléctrico e humano numa rua de Los Angeles; no segundo, um plano afastando-se do teatro Chansonia até mostrar as ruas e a cidade de Paris como se fosse uma imagem expressionista (no caso deste filme, o plano final é uma cortina que se fecha).

O filme de Eastwwod, apesar de muito correcto na história, não me entusiasmou como os anteriores. Isto apesar de partir de uma temática intimista e atingir um quadro mais vasto, explosivo e de contradições sociais, incluindo a violência política e policial, numa cidade (Los Angeles, no período coincidente com a depressão de 1929). O filme de Barratier, que poderia ser uma peça de teatro sobre um grupo de actores que toma o controlo da sala em 1936, quando emerge a Frente Popular de Leo Blum, não se afasta do cinema como espectáculo.

Os heróis dos filmes são persistentes mas o final não é o mais positivo: Christine Collins (Angelina Jolie) é uma mãe solteira à procura do filho pequeno desaparecido; Pigoil (Gérard Jugnot) é um actor que lidera a ocupação do teatro e o recupera mas perde o que mais lhe importa. Mas os dois têm uma acção fundamental nas histórias a que pertencem: pela acção de Christine, volta a haver justiça numa cidade corrupta; através de Pigoil, uma série de actores voltam a fazer o que mais gostavam, teatro, e o seu filho torna-se acordeonista de nomeada.

Pormenor curioso para mim: Christine desempenha o papel de uma telefonista e vê-se o ambiente de uma central telefónica antes da automatização, com as telefonistas no centro da ligação das chamadas. Dada a grande quantidade de posições (postos de trabalho), a supervisora anda de patins, algo que não existiu em Portugal.

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