No blogue, nunca fiz qualquer aproximação séria a esses autores (excepto em a História social do jazz, de Hobsbawm, aqui). Lera e leccionara sobre Canetti (Massa e poder), sem o passar para o blogue (talvez num destes dias escreva sobre a obra). De Hobsbawm, também li nomeadamente A questão do nacionalismo. As autobiografias dos dois fez-me despertar um novo interesse neles.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9SY9H3BwiKBZIXU_BjjTVZc51Gb3uly1uVdOQja8AUWXvK9NA8hnEtMesaiJhKM03wdnSH7vZJAv94coXimdO3iwoje1rq2eka-JkLzSruKXMrvph8VgCGRFFNoxFeMeKiVNzWg/s200/hobsbawn3.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs7Cnp3ajyrqe2h5gw6YLCPIOJ25HcxoPZl2ihcWR83GL1qDJQuKXZ58rl5r4YrKB_t8onF7JwPKUr5g6BCP3L6ujIyp8JXzuMVWZ8Rm_CSlAqMyos0Bxe0vvCt0m748Dw3lOTTg/s200/hobsbawn2.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNdEERaQULpMPxMvQY_76-7w7mrrwgttwCnS5_ov8nMcgzcMdMPYDH0YJ6x2Qa5cZr8rFFSU7FvynPViI3SKdgds-SkrdbJfx0300a9-2DwDZyuUUfB7wZcMNavR37TOd3U14sdA/s200/hobsbawn1.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh7Bw49xt9zXoefZ6XR_j4TzHh97XAoX77KPpuJEgrO9Puru0EY3EKyM8E2R4nWlabi332AEP_ix7PWWMq-NOY2GO3l-dpBKEk2gCmgFajeDumPEW-aFcIFNJPxtrJ8R9fxu1hPw/s200/canetti.jpg)
Como autobiografias, o espaço dado à infância ocupa lugar central. Até pelas tragédias familiares: os pais de Hobsbawm morrem era ele criança; o pai de Canetti morre era ele criança. Sozinho, entregue a tios, entre Berlim e Londres, em Hobsbawm; com a mãe, ou ausente dela quando esta estava doente, em Canetti. A meu ver, esses percursos foram específicos para os dois, com uma reconstrução interior do espaço familiar. Depois, o percurso social e económico distinto: Canetti oriundo de uma família rica, Hobsbawm de uma família pobre.
Nas duas autobiografias é forte a descrição das cidades, volto uma vez a frisar Viena. O império, decadente, albergava uma riquíssima estrutura intelectual: artes, política, cultural, arquitectónica, das ciências exactas e naturais, da psicologia. Só por esse ponto vale a pena ler os dois livros.
Os dois podem ter-se cruzado em Londres. Mas, para mim, eles encontraram-se e conversaram longamente no café Schwarzenberg, que desde o começo do século XIX serve junto a Ringstrasse, ali no centro da cidade de Viena.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxK3WVH-R9UTyHmNJ0gCGaIbR4PikpUww-seZYcHhN_GYxj1cC8ScnNN6hp2Lj5e7ogy1GLSx1N7fiu-Y3Hi9JNC-xFu0bUhBtfcplopyQp9ptOC4BBzczIhLIwsKkmNHGmfGpUw/s400/Viena+-+Schwarzenberg1.jpg)
Leituras: Elias Canetti (1995). Massa e poder. S. Paulo: Companhia das Letras
Elias Canetti (2008). A língua posta a salvo. Porto: Campo das Letras
Eric Hobsbawm (1990). História social do jazz. Rio de Janeiro: Paz e Terra
Eric Hobsbawm (1998). A questão do nacionalismo. Lisboa: Terramar
Eric Hobsbawm (2005). Tempos interessantes. Uma vida no século XX. Porto: Campo das Letras
Sem comentários:
Enviar um comentário