Diz a professora de Oxford, Diane Purkiss, que as heroínas de Hollywood são cada vez mais representadas como neuróticas, idiotas e obcecadas com homens, peso, compras e casamentos (jornal Observer de hoje). Em análise cinco décadas de cinema, em que Purkiss encontra desde actrizes da época dourada de Hollywood, como Katharine Hepburn, Audrey Hepburn e Bette Davis, que representavam personagens completas mas com graça, a personagens como Bridget Jones, que, menos emancipada e inteligente que as anteriores, ainda o é mais do que as personagens de hoje.
Purkiss refere-se a filmes como He's just not that into you e Confessions of a shopaholic, que eu não conheço, em que se representa um estereótipo de mulher misógina e neurótica. Hollywood tinha respeito pelas mulheres nas primeiras décadas do cinema, visto que elas eram a maioria das espectadoras das salas. Além disso, e ainda hoje, menos de 10% dos filmes são escritos por mulheres e menos de 6% são por elas dirigidos. A investigadora diz que os homens não querem combinar mulheres de carácter forte com sensualidade.
A meu ver, é essa a fragilidade do último filme de Woody Allen, em que as personagens de Scarlett Johansson, Rebecca Hall e Penélope Cruz reproduzem esses esterótipos, ao lado do estereótipo de macho latino desempenhado pela personagem interpretada por Javier Bardem. Ou a fragilidade do filme de Sam Mendes, Revolutionary Road, em que a personagem desempenhada por Kate Winslet é a de uma mulher neurótica, sem muitas possibilidades de sobreviver ao esmagamento provocado pela força da personagem masculina.
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