terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

TEORIA DOS MEDIA, TEORIA DA COMUNICAÇÃO

Hesmondhalgh e Toynbee (2008) distinguem a teoria da comunicação e a teoria dos media. A chamada teoria da comunicação origina-se no desenvolvimento da pesquisa nos Estados Unidos, frequentemente designada como investigação administrada (teoria dos efeitos) e que se afirma contra a teoria crítica de Adorno e de outros investigadores da escola de Frankfurt. A teoria da comunicação produz novos elementos de pesquisa nos anos 1950 e 1960 e prolonga-se nas duas décadas seguintes.

Por seu lado, a forma mais habitual de dividir a teoria dos media segue o triângulo clássico de produção, textos e audiências, caso dos manuais de teorias da comunicação de McQuail (2005), Williams (2003) e Gripsrud (2002). A base é o modelo de circuito da cultura da Open University (Hall, 1997), o qual alarga a discussão tida por Hall no modelo de codificação e descodificação (Hall, 1973). No texto da Open University, acrescentam-se ao triângulo os tópicos de representação, regulação e identidade. Deste modo, surgem especialistas em análise textual, em análise de produção e em estudos de audiências, com interesses teóricos e fontes associados a cada um dos tópicos.

Estes contributos de ensinar a teoria dos media são ecuménicos. Mas têm, para Hesmondhalgh e Toynbee, um valor estreito, dado o mediacentrismo da proposta. Os autores salientam dois pontos essenciais: 1) os estudos dos media pensam-se como críticos, 2) a teoria dos media opera o conceito de causalidade, a ideia que as coisas acontecem de uma dada maneira. Os autores entendem que falta reflectir o problema da causalidade social. No centro está o longo debate entre estrutura e acção, com partidários de ambos os lados (por exemplo, a disputa funcionalista-interaccionista), mas igualmente a síntese necessária aos dois lados.

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