Assinalei na sexta-feira, a notícia editada no Público online sobre o Museu da Rádio, assinado por Ana Machado. No jornal em papel, a notícia surgiu no dia seguinte.
Na internet, o texto tinha quatro blocos. Na notícia em papel, surgem apenas os dois blocos iniciais, com alguns ajustamentos. O que se omitiu na edição em papel foi fundamentalmente as vozes de especialistas ou outros que discordavam do modelo de museu da rádio.
O que aqui e agora quero salientar é a constatação da limitação ou constrangimento da edição em papel: o espaço disponível. O essencial (positivo) da informação está no papel; logo, o jornal prestou um bom serviço. Mas a ideia de contraste de opiniões, de exploração de contradições desaparece, apesar do texto em papel criticar a inexistência do museu da rádio como a lei da rádio o indica; logo, o jornal não informou bem.
O exemplo agora apresentado leva-me a reflectir em algo que nunca pensara. Diz-se que a televisão e a rádio dão informação em tempo real e os jornais reflectem. Mas a internet baralhou esta análise. Por um lado, acusa-se a informação via internet de ser jornalismo "sentado", em que o profissional está em frente do computador e busca aqui e ali e compõe as suas peças, sem qualquer investigação. Mas, por outro lado, a maior disponibilidade em espaço e tempo leva a que a internet seja mais profunda em análise que o jornal. Na notícia acima, publicada na internet, percebe-se que a jornalista falou/telefonou a quatro fontes, dando conta do contraditório sobre a questão; na notícia em papel, lê-se apenas o respondido por uma fonte.
Conclusão: o newsmaking (fazer as notícias) é (ou tende a ser) mais rico na internet.
Sem comentários:
Enviar um comentário