O Guardian de 12 de Março publicou um texto sobre uma expectável transformação arquitectónica de Paris (texto de Angelique Chrisafis, na página 8). Basicamente o texto dizia que o presidente francês Nicolas Sarkozy quer deixar obra sua em Paris, cidade de dois milhões de habitantes e com uma cintura com seis milhões de habitantes de etnias diferentes e de elevados graus de pobreza. Sarkozy convidou dez arquitectos para repensarem esses arredores e apresentarem propostas que transformem Paris como o Barão Haussmann fez em meados do século XIX. O texto realça Richard Roger, o arquitecto que co-desenhou o Centro Pompidou nos anos de 1970, um dos proponentes da revitalização da cidade a mostrar no próximo mês.
Ontem, domingo, no Público, Alexandra Prado Coelho, retoma o tema (página 19). Cita o Guardian (embora sem indicar data de edição) e segue de muito perto a notícia. E também a AFP (Agence France Presse), que possivelmente fez a divulgação da peça do Guardian (ou foi o Guardian que seguiu a France Presse?), nomeadamente a infografia que sustenta a imagem.
A minha leitura em termos de newsmaking é que o jornalista segue várias pistas e informações para escrever as suas peças. Podem ser de fontes directas (fontes oficiais, outras fontes), pesquisa pessoal ou artigos e peças jornalísticas em outros meios. Num livro que publiquei há três anos, chamei a isto campo de notícia: a informação circula pelos vários media e toma ângulos e perspectivas diferentes segundo o meio e o jornalista. No caso presente, justifica-se a oportunidade da publicação da notícia pelo impacto do que está em jogo.
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