
No futurismo, os seus autores inspiraram-se em Bergson, cujo argumento se poderia sintetizar em consciência em fluxo criando uma simultaneidade de experiência. Os futuristas elogiam a luz eléctrica nas ruas das cidades, mas também os comboios rápidos e os fios do telégrafo enquanto exaltação do futuro. Os futuristas viam na comunicação os elementos fundamentais para a sua arte de vanguarda. Aliás, Marcel Duchamp, entre outros, partilhava com os futuristas o gosto e admiração pelas máquinas. Na exposição de 1912, os pintores do movimento escreveram no catálogo sobre a deslocação e o desmembramento dos objectos, o derrame e a fusão de detalhes livres da lógica dominante, independentes de outros.
Em Luigi Russolo (La Rivolta, 1911; imagem retirada do sítio Mart e figura central do cartaz da exposição na Tate Modern, em Londres), a multidão é apresentada como massa anónima, sem distinção de qualidades e qualquer contexto social ou político. Mas, apesar desta obra, a política exerceu fascínio sobre o movimento, nomeadamente a sua atracção pela guerra (a guerra representa purga e limpeza dos males), a misoginia e a trágica transformação de ideais anarquistas no fascismo.


A exposição, muito bem organizada e com um bom catálogo, resulta de uma concepção do Centre Pompidou (Paris), da Scuderie del Quirinale (Roma) e da Tate Modern (Londres), tendo já estado nas duas primeiras cidades.
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