segunda-feira, 30 de novembro de 2009

MEDIA, CULTURA, TRABALHO


Toby Miller (2008) considera que, no estudo dos media e da cultura, deve considerar-se igualmente a questão do trabalho.

Os estudos dos media estão dominados por três tópicos: 1) propriedade e controlo, 2) conteúdo, 3) audiências. Miller propõe uma nova leitura, saltando dos Estudos dos Media 1.0, onde sobressai o pânico nos cidadãos e consumidores como audiências, e dos Estudos dos Media 2.0, em que os mesmos cidadãos são celebrados. Os Estudos dos Media 1.0 chamam a atenção para a inoculação da audiência e o controlo empresarial, deixando de lado o aspecto laboral; os Estudos dos Media 2.0 chamam a atenção para os modelos de compreensão e resposta, mas marginalizam igualmente o trabalho. Propõe os Estudos dos Media 3.0, sem pânico nem actos celebratórios, mas com a análise do jogo electrónico e da precariedade laboral internacional.

Para compreender a infraestrutura dos media, continua Miller, é preciso compreender a inovação tecnológica, a regulação, o trabalho e a propriedade, usando a investigação etnográfica, político-económica e as políticas públicas para perceber como são os media. Para compreender o resultado, é preciso atender à produção, às análises de conteúdo e textual, combinar métodos estatísticos e hermenêuticos para estabelecer modelos de significado. Para compreender as audiências, é necessário estudar os ratings, os usos e gratificações, os efeitos, a audiência activa, a etnografia, as tradições psicanalíticas, combinar medidas quantitativas e qualitativas.

Leitura: Toby Miller (2008). “Step away from the croissant. Media Studies 3.0”. In David Hesmondhalgh e Jason Toynbee (ed.) The media and social theory. Londres e Nova Iorque: Routledge, pp. 213-223

Sem comentários: