- CESAR BOLAÑO: O conceito de Indústria Cultural, na forma como é definido na Economia Política da Comunicação, mantém a sua validade enquanto a produção cultural hegemônica permanecer como atividade a serviço da acumulação de capital, ou seja, enquanto os bens e serviços culturais continuarem a ser produzidos por um trabalho subordinado de alguma forma às leis de mercado. As formas históricas concretas em que essa exploração do trabalho cultural se dá, no entanto, são variáveis. A globalização e a convergência são fenômenos ligados ao processo de reestruturação capitalista iniciado nos anos 1970, que afeta, entre muitas outras coisas, as diferentes indústrias culturais e da comunicação, ao promover o novo paradigma da digitalização. Algumas dessas indústrias passam por mutações fundamentais, outras surgem, algumas eventualmente desaparecerão na forma como são conhecidas, as formas da concorrência no interior de cada uma e entre elas se alteram, novos atores entram nos diferentes mercados culturais, outros serão possivelmente expulsos, mudarão em conseqüência os sistemas de regulação, mas a essência do fenômeno e suas contradições – que apontam, estas sim, para possibilidades de ruptura mais profundas, as quais também serão redefinidas nas novas condições – permanecem.
Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
INDÚSTRIA CULTURAL PARA CESAR BOLAÑO
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