Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sábado, 29 de maio de 2010
ALAIN RESNAIS (2003) PAS SUR LA BOUCHE
Gilberte Valandray (Sabine Azéma), durante uma estadia nos Estados Unidos, casara com um americano, Eric Thomson (Lambert Wilson). Como a relação não durou mais de seis meses, acabou por não ser reconhecida pelo consulado francês. Em França, Gilberte casou-se com Georges Valandray (Pierre Arditi), um industrial rico que acreditava ser o primeiro marido dela e se sentia feliz conjugalmente mesmo sabendo que ela era cortejada. A única pessoa que conhecia o segredo era a irmã dela, a solteirona Arlette Poumaillac (Isabelle Nanty). Mas quando Eric foi a França em negócios com Georges, tudo se alteraria. Huguette Verberie (Audrey Tautou) e Charley (Jalil Lespert) constituíam um outro par. O filme é uma adaptação por Alain Resnais de uma opereta francesa da década de 1920.
Do mesmo modo que vimos recentemente em Ervas Daninhas (em que Sabine Azéma também desempenhava um dos papéis principais), o som off e o olhar das personagens para a câmara dizendo apartes, no sentido da desconstrução do cinema, são elementos essenciais. A que se junta a combinação feliz de teatro e música (da opereta), com as personagens a agradecerem a presença dos espectadores. Cinema não convencional, moderno e divertido sobre a condição humana é mais uma prova da longevidade inventiva de Resnais, nascido em 1922. Repito o que escrevi aqui em 11 de Abril de 2010: "O filme não é verosímel, é uma construção, uma ilusão".
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