Sam Mendes, realizador inglês de Beleza Americana (1999) e Revolutionary Road (2008) regressa com Um Lugar para Viver (Away We Go, 2009; no Brasil, com o título Distante Nós Vamos), filme com John Krasinski (Burt Farlander), Maya Rudolph (Verona de Tessant), Maggie Gyllenhaal (LN Fisher-Herrin), Melanie Lynskey (Munch Garnett), Allison Janney (Lily) e Jeff Daniels (Jerry Farlander), escrito por Dave Eggers & Vendela Vida.
A história é sobre um casal, Burt e Verona, que vai ter um bebé e fica com medo. Têm mais de 30 anos mas não possuem uma vida organizada em termos de empregos e necessidades básicas. Procuram familiares e amigos antigos por diversos locais dos Estados Unidos e Canadá, mas não encontram uma família que lhes sirva de modelo. No final, voltam a partilhar um com o outro que o tempo e o espaço são preciosos para eles.
Aparentemente, não é um filme tão violento como os outros dois que nomeei acima, em que todas as personagens são pérfidas e anormais. O novo filme centra-se na história do casal que vai ter uma criança mas vive fora dos padrões comuns: isolados numa zona rural, partilhando uma profunda amizade e amor sem traumas e críticas, partem à procura de "integração" e do receio de falhanço face a esses padrões comuns. Mas, à medida que vão descobrindo que os outros casais têm problemas profundos, eles continuam a entender-se e os minutos finais do filme são quase ingénuos pela esperança dada pela mensagem da história. Durante todo o filme há diálogos e cenas que põem o espectador bem disposto - ouvi muitas gargalhadas, embora as não compreendesse, porque o filme é demasiado sério para nos rirmos das histórias das personagens.
A violência reside aqui. O casal - com uma mensagem bonita de amor, compreensão e solidariedade - está isolado. Todas as outras personagens aproximam-se das personagens dos outros filmes de Sam Mendes, com problemas de foro psicológico ou de mau relacionamento social bem identificados, a que se associa um modo de vida de periferia urbana e de elevado consumo. Cada família visitada por Burt e Verona é como que um quadro que o realizador explora e parte para outro, mostrando os evidentes desequilíbrios. Em cada relação, há um crescendo de tensão que termina na ruptura, com retoma do ciclo numa outra geografia, como se fosse um manual de sociologia explicando as diversas correntes em que ela se divide, com a mesma ou diferente metodologia para dar os mesmos resultados.
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