Christopher Tulloch, da Universidade Pompeu Fabra (Barcelona) falou hoje de uma investigação em que está envolvido sobre os correspondentes estrangeiros durante o período de transição para a democracia em Espanha (1975 em diante). O conjunto de factos (morte de Francisco Franco, restauração da monarquia, transição democrática, questão do País Basco e legalização do Partido Comunista espanhol) despertou a atenção dos media internacionais, levados a estabelecerem uma comparação com outro momento histórico daquele país, a Guerra Civil, dado o conjunto de ingredientes e que atraiu muitos jornalistas correspondentes. Os investigadores envolvidos na pesquisa fizeram consulta de arquivos, recolheram memórias de antigos jornalistas e os seus depoimentos (Madrid, Paris, Washington, Berlim). Uma das conclusões marcantes foi sobre o perfil dos jornalistas: os mais novos tiveram o baptismo jornalístico internacional, os mais velhos haviam feito a cobertura da guerra do Vietname, passado por Portugal em 1974 e tinham uma visão pessimista da situação, que não veio a revelar-se deste modo. Em 1977, um quarto dos correspondentes era de proveniência da Alemanha, prova do interesse deste país pelos acontecimentos em Espanha.
Durante o dia, ouvi comunicações sobre televisão (estudos comparativos da ficção em Espanha e Portugal), memória histórica em Espanha (como documentários sobre a Guerra Civil). E também a comunicação plenária do escritor Use Lahoz sobre a novela enquanto elemento de recuperação da memória.
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