Noite de Guerra no Museu do Prado foi uma homenagem do poeta Rafael Alberti aos milicianos da República que resistiram no cerco a Madrid e morreram na Guerra Civil de Espanha (1936-1939). O tema de Alberti seria o transporte dos quadros do museu para a cave para prevenir a sua destruição. Recordaria o próprio autor: "Num entardecer de Novembro de 1936 fui ao Museu do Prado. [...] Conservava dos quadros, das obras-primas da nossa pintura, uma lembrança como que de tanque soalheiro, de água funda à plena luz, de espelho". Depois, coloca-se a ele e mais a sua companheira, María Teresa Léon, a dirigir a operação e a levar os quadros para fora de Madrid para um destino seguro.
Fundadores da revista El Mono Azul, os dois estiveram envolvidos nessa operação. A Legião Condor, enviada por Hitler para estar ao serviço de Franco, teve como alvos a destruir o museu e outros tesouros culturais da Espanha. Goya, El Greco, Rafael, Ticiano, Tintoretto e outros seriam assim salvaguardados. A trama de Alberti levou-o a lembrar outro momento dramático da história de Espanha, a de 1808, que Goya retratou, a da luta contra o invasor francês.
Poeta galardoado com o prémio nacional de literatura em 1925, Alberti mostrou no teatro a importância da pintura daquele museu emblemático. E diversas figuras representadas seriam retiradas de quadros desse museu, como o fuzilado, o decapitado, o toureiro, o anão, o maneta, o amolador, Adónis, Maja, Marte e Vénus. Numa estrutura de palco simples, com sacos à frente a fazer de defesa perante o agressor, os actores recuperam as histórias dos quadros e ligam-nas à resistência da cultura num momento dramático.
Depois de ver a peça, Brecht quis representá-la no Berliner Ensemble em 1956. Aconselhou uma introdução para contextualizar a acção da peça. Mas morreu antes de atingir esse objectivo, embora Noite de Guerra no Museu do Prado passasse doravante a incorporar esse prólogo. Mais tarde, Mário Barradas, enquanto frequentava a École Supérieure du Théâtre National de Strasbourg (1969-1972), participou num programa que incluía a peça de Alberti. Numa oficina em Portugal trabalhou a mesma peça. Um dos alunos era José Peixoto. Após a mudança de regime político em Portugal, Mário Barradas apresentou a peça nos Bonecreiros (1974). José Peixoto foi um dos actores. Agora, o mesmo José Peixoto faz dois papéis na peça e recorda o seu mestre Barradas.
O canto, a dança, a poesia, as máscaras, a luz e o vestuário tornam a peça num grande momento estético para recordar.
Fundadores da revista El Mono Azul, os dois estiveram envolvidos nessa operação. A Legião Condor, enviada por Hitler para estar ao serviço de Franco, teve como alvos a destruir o museu e outros tesouros culturais da Espanha. Goya, El Greco, Rafael, Ticiano, Tintoretto e outros seriam assim salvaguardados. A trama de Alberti levou-o a lembrar outro momento dramático da história de Espanha, a de 1808, que Goya retratou, a da luta contra o invasor francês.
Poeta galardoado com o prémio nacional de literatura em 1925, Alberti mostrou no teatro a importância da pintura daquele museu emblemático. E diversas figuras representadas seriam retiradas de quadros desse museu, como o fuzilado, o decapitado, o toureiro, o anão, o maneta, o amolador, Adónis, Maja, Marte e Vénus. Numa estrutura de palco simples, com sacos à frente a fazer de defesa perante o agressor, os actores recuperam as histórias dos quadros e ligam-nas à resistência da cultura num momento dramático.
Depois de ver a peça, Brecht quis representá-la no Berliner Ensemble em 1956. Aconselhou uma introdução para contextualizar a acção da peça. Mas morreu antes de atingir esse objectivo, embora Noite de Guerra no Museu do Prado passasse doravante a incorporar esse prólogo. Mais tarde, Mário Barradas, enquanto frequentava a École Supérieure du Théâtre National de Strasbourg (1969-1972), participou num programa que incluía a peça de Alberti. Numa oficina em Portugal trabalhou a mesma peça. Um dos alunos era José Peixoto. Após a mudança de regime político em Portugal, Mário Barradas apresentou a peça nos Bonecreiros (1974). José Peixoto foi um dos actores. Agora, o mesmo José Peixoto faz dois papéis na peça e recorda o seu mestre Barradas.
O canto, a dança, a poesia, as máscaras, a luz e o vestuário tornam a peça num grande momento estético para recordar.
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