A paisagem sonora incorpora duas dimensões (som e silêncio) (p. 48), quer dizer som e vibração acústica (p. 13), actua na relação entre escutar e produzir som (p. 17), na harmonização de soar e ouvir (p. 18). Resumo para Carlos Alberto Augusto: paisagem sonora inclui ruído, silêncio e música. O seu livro Sons e Silêncios da Paisagem Sonora Portuguesa (2014) contém quatro capítulos (Rebates, Silêncios, Trovas, Harmonias), uma introdução e uma conclusão (Coda).
Seguindo um investigador (Bernie Krause), distingue três tipos de paisagem sonora: geofonia (sons da natureza, mar e vento), biofonia (sons dos animais e das plantas) e antropofonia (sons dos objectos feitos pelo homem, como as máquinas) (p. 24). O ruído é o caso do som intimidatório que invade a privacidade individual (p. 27), como o escape de uma motoreta ou o concerto na praça pública. Aparentemente, o ruído opõe-se ao silêncio. Mas John Cage concluiu que o silêncio não existe: fechado numa câmara anecóica (compartimento usado pelos especialistas de acústica, que elimina todos os ruídos do ambiente), Cage começou a ouvir ruídos - sons do fluxo sanguíneo e da corrente eléctrica que percorre o corpo humano (p. 47). Isso levou Carlos Alberto Augusto a preparar uma teoria do silêncio em seis constatações, uma delas em que indica que cada sociedade produz o seu silêncio (p. 52). Pode prevalecer o silêncio da suspeita e da desconfiança (p. 53), por exemplo nos países sem liberdade de expressão.
O primeiro símbolo que o autor estuda é o sino, instrumento poderoso cujo domínio sempre foi praticado pela Igreja e, em cada paróquia, dá conta da passagem do tempo mas também de acontecimentos sociais e de alerta (toque de rebate) (p. 20). O sino ainda repercute uma relação do espaço sonoro que define a área da paróquia: o sino da minha aldeia. Mas o autor estudo outros meios sonoros, caso da rádio. O som que se ouve através da rádio é transportado de um espaço para um outro espaço e tempo, a esquizofonia, que significa a não coincidência entre o espaço/tempo de produção e a sua recepção (pp. 40-41).
Leitura (muito aprazível): Carlos Alberto Augusto (2014). Sons e Silêncios da Paisagem Sonora Portuguesa. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 94 p., 3,50 € (capa mole)
Seguindo um investigador (Bernie Krause), distingue três tipos de paisagem sonora: geofonia (sons da natureza, mar e vento), biofonia (sons dos animais e das plantas) e antropofonia (sons dos objectos feitos pelo homem, como as máquinas) (p. 24). O ruído é o caso do som intimidatório que invade a privacidade individual (p. 27), como o escape de uma motoreta ou o concerto na praça pública. Aparentemente, o ruído opõe-se ao silêncio. Mas John Cage concluiu que o silêncio não existe: fechado numa câmara anecóica (compartimento usado pelos especialistas de acústica, que elimina todos os ruídos do ambiente), Cage começou a ouvir ruídos - sons do fluxo sanguíneo e da corrente eléctrica que percorre o corpo humano (p. 47). Isso levou Carlos Alberto Augusto a preparar uma teoria do silêncio em seis constatações, uma delas em que indica que cada sociedade produz o seu silêncio (p. 52). Pode prevalecer o silêncio da suspeita e da desconfiança (p. 53), por exemplo nos países sem liberdade de expressão.
O primeiro símbolo que o autor estuda é o sino, instrumento poderoso cujo domínio sempre foi praticado pela Igreja e, em cada paróquia, dá conta da passagem do tempo mas também de acontecimentos sociais e de alerta (toque de rebate) (p. 20). O sino ainda repercute uma relação do espaço sonoro que define a área da paróquia: o sino da minha aldeia. Mas o autor estudo outros meios sonoros, caso da rádio. O som que se ouve através da rádio é transportado de um espaço para um outro espaço e tempo, a esquizofonia, que significa a não coincidência entre o espaço/tempo de produção e a sua recepção (pp. 40-41).
Leitura (muito aprazível): Carlos Alberto Augusto (2014). Sons e Silêncios da Paisagem Sonora Portuguesa. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 94 p., 3,50 € (capa mole)
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