quarta-feira, 4 de março de 2015

O rapazinho que teve medo do transformer


O circo adaptou-se. Já não monta a tenda e exibe leões ou outros animais selvagens mas mostra-se em salas multiusos dos concelhos do país. Uma apresentadora, com música de fundo, a ginasta, o palhaço e figuras do audiovisual como o Rato Mickey e a sua namorada Minnie, mais umas canções actuais da televisão que o público infantil conhece e canta, e correntes de fumo colorido, constituem um repertório que apela para as indústrias culturais e preenche um serão agradável. No espectáculo, houve ainda uma prova com crianças no palco, chamados a fazer umas habilidades simples, e outra prova com quatro pais. Estes, sentados em cadeiras e inclinados (quase deitados) sobre cada um deles, foram sentindo que o palhaço lhes tirava cadeira a cadeira. O equilíbrio foi ficando precário, até se estatelarem no chão, o que provocou um riso maior do que anteriores ocasiões.

Num dado momento, veio o Transformer, um robô gigante de ar ameaçador, movendo-se lentamente. Após a exibição, seguiu-se o intervalo, aproveitado para fazer fotografias ao lado do robô. Todas as crianças quiseram ficar ao lado do robô, que a organização do circo se serviu para cobrar algum dinheiro pelo momento. Mas o rapazinho da imagem, mesmo com a ajuda do pai, sentiu-se intimidado. Talvez ele compreendesse o que o monstro dizia em inglês, qualquer coisa como "eu vou destruir a raça humana".

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