quarta-feira, 27 de julho de 2016

Elementos para a história dos Parodiantes de Lisboa

Em 20 de maio de 1964, o Diário do Governo, III Série, publicava duas escrituras importantes na vida dos Parodiantes de Lisboa. Os intervenientes foram os irmãos Rui Filipe Andrade e José Fernandes Filipe, mais conhecido por José Andrade, e António Gomes de Almeida. Este último saíra da sociedade Parodiantes de Lisboa e da sua gerência, ficando os dois irmãos com as ações todas no valor de 7500$00 (cerca de três mil euros atualmente). A sociedade ficava com o exclusivo da publicidade na rádio e mantinha as suas instalações na avenida Estados Unidos da América, 102, 13º andar, letras C e D).

Em simultâneo, os dois irmãos e Gomes de Almeida criavam a empresa Tela (avenida Estados Unidos da América, 102, 13º andar, letra C), com o objeto de exploração de publicidade em todos os meios exceto a rádio. Os irmãos ficavam com a quota de 40 mil escudos e Gomes de Almeida com 20 mil escudos (total de mais de 24 mil euros a preços atuais). A gerência era ocupada pelos vários sócios.

Gomes de Almeida escrevia como os outros humoristas. Ele terá feito mais de dezasseis mil diálogos, dirigiu o semanário Parada da Paródia durante dois anos e publicou vários livros. Contudo, trabalhava profissionalmente na Regisconta, acompanhando a vida desta empresa do começo até ao seu desaparecimento, nomeadamente com a função de responsável pela publicidade, atividade útil para contactos comerciais dos Parodiantes. Posso dizer que Gomes de Almeida foi o teórico dos Parodiantes de Lisboa. Recordo-me de ler artigos muito interessantes que escreveu durante anos no Jornal de Notícias (Porto).

O valor acionista da nova empresa era muito mais elevado. O aumento de capitais próprios significa uma reorientação estratégica, embora os Parodiantes de Lisboa em si continuassem a ocupar todas as instalações das sociedades.




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