Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sábado, 30 de julho de 2016
O Meu Jantar com o André
O dramaturgo e ator Wallace Shawn e o encenador André Gregory encontram-se um dia. O escritor quer escrever uma peça e ouve o encenador, famoso mas entretanto retirado misteriosamente. Este fala da floresta da Polónia, onde encenou uma peça com pessoas que não falavam inglês (e ele não falava polaco), dos gestos, da excentricidade de vida de André. A conversa à volta de uma mesa de jantar tornou-se a peça: O Meu Jantar com o André. Logo, há realismo mas também muita imaginação. A cena parece aborrecida porque decorre sempre no mesmo sítio mas há um encanto permanente. Uma conversa é sempre um princípio para se discorrer sobre o mundo, o que se sabe dele e serve para revelar desejos ou medos.
A peça teve origem como guião de filme, realizado por Louis Malle em 1981 e protagonizado pelos próprios autores: o dramaturgo e ator Wallace Shawn e o encenador André Gregory. Interpretação de João Vaz (André) e Manuel Wiborg (Wally), encenação de Manuel Wiborg, tradução de Jacinto Lucas Pires e produção do Teatro do Interior.
Do sítio onde estava (balcão), nem sempre percebi tudo. Uma conversa implica um registo mais baixo. As legendas em inglês ajudaram, por vezes, embora nem sempre sincronizadas com o diálogo. Para a próxima vez vou para a plateia, mas corro o risco de alguém alto à minha frente me retirar visibilidade. Porque não um microfone junto à mesa? Afinal, o dramaturgo usa um microfone quando refere as condições do encontro com o encenador.
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