"São pobres em género e imaginação. Desistiram. A fórmula «dar ao público o que o público quer» está quase certa, mas impede aquele «grão na asa» de inovação que poderá agradar ao público, já que este, antecipadamente, não sabe tudo, dado que não é especialista de TV e não lhe compete imaginar a inovação. A SIC e a TVI afunilaram os géneros. Em termos de êxitos para o público «do costume», só confiam nos noticiários longos, nas novelas, nos talk shows, e, no caso da TVI, naqueles reality show cada vez mais ordinários. Nos noticiários, a SIC destaca-se pela qualidade geral técnica e de texto. Tem as grandes reportagens mais bem feitas. Mas ambos os canais claudicam com frequência a interesses publicitários, uma publicidade escondida sem qualquer ética jornalística. A RTP 1 tem um pouco mais de variedade de géneros, mas sem beneficio de interesse público".
Citação da entrevista a Eduardo Cintra Torres, por Maria João Avilez (Observador, de 20 de agosto de 2016). Eduardo Cintra Torres é apresentado como o mais respeitado dos atuais críticos de televisão, com 59 anos, licenciado em História, mestre em Comunicação e doutoramento em Sociologia, professor na Universidade Católica e no ISCTE, e crítico de televisão em canal televisivo e em jornal (ambos do grupo do Correio da Manhã).
Sem comentários:
Enviar um comentário