sábado, 29 de outubro de 2016

A arte de Clara Peeters

A pintora flamenga esteve ativa entre 1607 e 1621, época onde dificilmente uma mulher era pintora. De muitos enigmas em torno da sua vida, sabe-se que terá vivido em Antuérpia e se especializou em naturezas mortas, uma novidade na época. Não se sabe porque interrompeu a pintura em 1621: teria casado e dedicado a tarefas domésticas? O seu trabalho era individual ou era de uma pequena oficina?

O importante é o conjunto de sinais que se recolhem da sua obra: os queijos e os mariscos, uma maior representação de peixe em vez de carne, porque as autoridades religiosas impunham jejuns de carne até três dias por semana, as porcelanas, os copos de cristal e outros objetos de luxo, sinais de uma pertença de classe superior (ou conhecimento dela), e, por via disso, um bom ambiente social e económico da cidade onde ela viveu, grande exportadora de peixe e produtos de laticínios, uma grande harmonia entre as peças representadas, algumas delas repetidas em várias obras, o que implicaria encomendas. Por vezes, nos objetos vê-se refratada a imagem da pintora e ainda marcas como P, a indicar a autoria.

Daí, a importância de conhecer a pintora e os 39 quadros em exposição no Museu do Prado.


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