Como tenho vindo aqui a publicar, Álvaro de Andrade (jornalista, radialista e homem de teatro) publicou uma série de artigos no Diário Popular sobre os primeiros anos de atividade da Emissora Nacional de Radiodifusão, na época em que ele trabalhou na rádio pública. Na sequência de um artigo sobre Pedro de Freitas Branco (publicado em 29 de setembro de 1970), ele voltaria a escrever sobre o diretor de orquestra mais duas vezes. O que destaco hoje saiu no referido jornal a 6 de outubro de 1970.
O jornalista destacou a homenagem nacional ao maestro, que terminou com uma condecoração atribuida pelo presidente da República. E, no presente texto, recorda uma das maiores digressões ao estrangeiro, ao Mónaco, onde dirigiu 15 concertos da "saison musicale" de 1938-1939. Reproduzo uma pequena parcela do texto sobre a orquestra e o maestro: "receberam do público escolhido e cosmopolita e da grande Imprensa, dos jornais e das revistas da especialidade, uma consagração que não pode nem deve ser esquecida". Álvaro de Andrade destacara já o trabalho de Pedro de Freitas Branco num jornal diário de "pouca expansão" e em dois semanários radiofónicos.
Pedro de Freitas Branco (1896-1963) - irmão do compositor, professor e musicólogo Luís de Freitas Branco (1890-1955) - começou por estudar engenharia, que trocou pela música. Esteve em Londres, onde se apresentou como cantor. Depois, no Porto, criou a Companhia Portuguesa de Ópera Lírica, encerrada por questões financeiras. Maurice Ravel convidou-o a dirigir obras suas em Paris (1932), no que resultou um grande êxito para o maestro português, entretanto casado com a pianista Marie Antoinette Lévêque e tendo fixado residência em França. Em 1934, Pedro de Freitas Branco foi convidado para dirigir artisticamente a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional de Radiodifusão, cargo que manteve até à sua morte (elementos recolhidos na Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, artigo escrito por Adriana Latino)
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