sábado, 17 de dezembro de 2016

João Barradas Trio

Ouvir o trio de João Barradas foi um momento de grande calma e satisfação. Ao utilizar o acordeão normal ou o MIDI, com retirada de novas sonoridades que incluem timbres como o piano elétrico, ele trabalha universos inimagináveis (para mim). Daí o meu agrado enquanto ouvinte. Numa formação jazzística, o acordeão parece um ser estranho mas o músico confere autoridade e estado adulto. Das influências sofridas, ele recorda Astor Piazzola, a portuguesa Eugénia Lima e Richard Galliano (presença habitual nos canais de televisão Mezzo), mas também Wayne Shorter, Steve Coleman e outros. Ele junta - e quase não vê diferenças - música de jazz e música clássica ou erudita. Transcreve com frequência solos de pessoas tão diversas como Branford Marsalis ou Claude Debussy. Sobre o músico, retiro um comentário/crítica do blogue Untitled Vinyl: "jovem promessa que tem vindo a mudar a forma como jazz é engendrado". No concerto da Cultugest (Lisboa), foi acompanhado por André Rosinha (contrabaixo) e João Pereira (bateria).


No dia anterior, num outro cruzamento de instrumentos musicais, ouviu-se Mujer Klórica, duo formado pela cantora Alicia Carrasco e guitarrista Manuel Léon, a que se juntaram o trompete do norueguês Audun Waage, o percussionista Israel Katumba e a bailarina Vanesa Aibar. O flamenco clássico invadido pelos sons de trompete criam uma atmosfera rica e entusiasmante, a que os bailados conferem uma paisagem igualmente rica.

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