quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Vinil ultrapassou pela primeira vez a música digital no Reino Unido

Assim começa o artigo de Joana Amaral Cardoso no Público que dá conta do regresso nostálgico do formato analógico do disco. O vinil, caso do álbum lançado em 1948, em tempos o formato dominante, escreve a jornalista, volta a estar presente de uma forma que a cassete, ela também sujeita de um ressurgimento setorial, inveja. Há muito pouco tempo, o descarregamento digital parecia ser o futuro sem qualquer outro formato por perto, o que torna a realidade mais complexa e quase estranha. Os dados da expansão do vinil são da Entertainment Retailers Association (ERA) britânica: gastaram-se 2,8 milhões de euros em discos de vinil e 2,4 milhões em formatos digitais. Desde 2008, o crescimento do vinil no mercado foi constante após o final do século XX e da quase extinção. Contudo, no geral, o vinil representa apenas 2% do mercado musical. Possivelmente, o crescimento do vinil esteja associado a vendas de Natal e aos locais de venda dos discos, que se alargam das lojas de discos a lojas de vestuário, de decoração e supermercados, mesmo que estes locais não tenham outros suportes disponíveis. E também a ideia de colecionar não é despicienda. No mesmo texto, há uma referência a sondagem da BBC no início de 2016, em que 48% dos inquiridos admitiam não pôr a tocar o disco em vinil que compravam e que 7% nem sequer eram proprietários de um gira-discos. Um lado positivo do ressurgimento do vinil é o impacto no bolso dos artistas, muito dependentes das atuações ao vivo para fazer dinheiro.

2 comentários:

Mr. Vertigo disse...

Fui como muitos da minha geração um daqueles que ficava fascinado não só pelos discos de vinil, (era o único formato existente para além da célebre cassete-audio, com as célebres fitas de carbono), como também pelas capas dos discos, especialmente as desdobráveis, algumas delas verdadeiras obras de arte. O que me espanta na minha modéstia é o facto de muitos dos compradores de vinil de hoje em dia, só o façam com o intuito de fazer colecção e não os ouçam. Sou do tempo do vinil a 175,00 ou 199,00 escudos os de importação, mas confesso que se tivesse posses faria a colecção das edições da ECM Records, com as suas capas bem famosas, mas iria ouvir sempre os discos de vinil, ainda me recordo da tristeza que sentia quando após um empréstimo descobria que o disco regressava com um risco. A conclusão que tiro do actual mercado de vinil é que ele se destina a uma classe média/alta à qual não pertenço, veja-se o preço dos célebre gira-discos, simplesmente exorbitante.
Mais uma vez obrigado por manter o "Industrias Culturais" um dos locais mais fascinantes para se visitar.
Bom fim-de-semana

Jorge Guimarães Silva disse...

O Vinil quase se extinguiu na última década do século passado pelo facto de ser mais barato produzir um CD, que um disco de vinil. O preço de venda dos dois formatos era o mesmo, mas a margem de lucro muito maior na venda de CDs. Mas já nessa década alguém escreveu, numa revista de Hi-Fi (julgo que na "Áudio"), que "o disco de vinil é preto porque está vestido para ir ao funeral do CD". Os discos de vinil regressam apenas por nostalgia, não é por soarem melhor (até porque as gravações comerciais são todas digitais), mas por pura nostalgia. Também tenho Gira-Discos e discos, mas escuto a música em CD. É mais prático e soa muito melhor.