Há quase 40 anos, publiquei o primeiro texto sobre a publicidade a telefones, escolhendo precisamente o período da segunda metade da década de 1930. Agora, numa espécie de revisitação, li todas as edições do Diário de Lisboa (existente em formato digital na Fundação Mário Soares) e fiz um levantamento de toda a publicidade da Anglo-Portuguese Telephone, empresa que então explorava a atividade dos telefones correspondendo aproximadamente às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto..A APT passava por um processo de renovação e expansão, fruto do novo contrato estabelecido com o Estado em 1928. 1936 foi um ano importante porque mudou o processo de pagamento mensal do telefone particular, passando de um sistema de pagamento fixo (independente do número de chamadas feitas) para um pagamento por chamada e um aluguer mensal, embaratecendo o preço final no cliente (então chamado assinante).A publicidade foi fundamental para o conhecimento público. A APT encomendou diversos anúncios a artistas, como Carlos Botelho e Cunha Barros (aqui persiste uma dúvida, não se sabendo tratar-se de um artista plástico de origem brasileira ou do cineasta e artista gráfico Leitão de Barros), mas igualmente outros como JCB e Emmerico N. Muitos deles têm uma boa qualidade gráfica e de narrativa (história). Talvez um dia escreva melhor sobre esta publicidade.
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