OBERCOM PREPARA NOVO MODELO DE DIRECÇÃO
O Obercom, Observatório da Comunicação, tem em discussão uma mudança no modelo de direcção, em reunião de assembleia-geral. Até aqui, o comando da associação tem pertencido a um director executivo, enquanto o conselho directivo, nomeado pelos sócios, desempenha uma função estratégica. É o que nas empresas se chama de corporate governance. O novo figurino passa pela concentração de actividades no presidente do conselho directivo, com previsível desaparecimento do cargo de director executivo.
O modelo de funcionamento em vigor foi definido no começo das actividades do Obercom, associação de direito privado sem fins lucrativos, cujo objecto se define "na produção e difusão de informação, bem como na realização de estudos e trabalhos de investigação que contribuam para o melhor conhecimento na área da comunicação" (artigo 3º dos seus estatutos). O Obercom foi criado em 1999, com a primeira assembleia-geral realizada em 31 de Março desse ano. Dos sócios iniciais faziam parte o Instituto da Comunicação Social, a Portugal Telecom, a SIC, a RTP, a RDP, a Rádio Renascença, a Associação de Imprensa Não-Diária (AIND) e o Instituto das Comunicações de Portugal (hoje Anacom).
O Obercom é, presentemente, uma associação de grande prestígio e reconhecimento nacional e internacional. É responsável por uma base de dados de media, comunicações e novas tecnologias da informação, editada em Anuário. Tem também uma publicação semestral, sendo os dois últimos números dedicados a conferências internacionais promovidas pela própria associação.
O director executivo é o Professor Rui Cádima (Universidade Nova de Lisboa) e o presidente do conselho directivo é o Dr. Luís Landerset Cardoso (em representação da AIND).
CONFERÊNCIA SOBRE MEDIA, SEGURANÇA E DEFESA NA UNIVERSIDADE AUTÓNOMA
Decorrerá na Universidade Autónoma de Lisboa, à rua de Santa Marta, nº 56, no próximo dia 11, uma conferência dedicada à Comunicação Social, Segurança e Defesa – os Media em situações de crise, conflito e guerra.
Entre outros, participarão os generais Garcia Leandro e Abel Cabral Couto (actual e antigo director do Instituto de Defesa Nacional) e os jornalistas Cândida Pinto (SIC) e Paulo Moura (Público), que falarão sobre as suas experiências na cobertura jornalística de situações de crise, conflito e guerra. Outros jornalistas e vários professores universitários completarão o leque de intervenientes num tema muito actual, e que se prolongará pelo dia inteiro. Espero colocar umas notas neste blogue sobre o evento.
MEMÓRIA DOS ARQUIVOS FOTOGRÁFICOS
Tenho pesquisado no arquivo do já desaparecido jornal O Século, à guarda do Arquivo Português de Fotografia, em instalações da Torre do Tombo. A razão da minha pesquisa prende-se com um trabalho que cobre o período de 1924 a 1939. As fotografias estão arrumadas em álbuns de cartão, contendo imagens em positivo, numeradas com quatro dígitos e uma letra, a maior parte delas com legenda e identificação de personalidades quando são fotos de grupo.
Já vi as imagens de onze anos (1924-1934), um período marcante na nossa história, indo do golpe de Estado de 1926 à solidificação do Estado Novo. As primeiras imagens que vi coincidiam com os sucessivos putschs militares; as últimas com o congresso da União Nacional, partido único saído do golpe de 1926. Mas há conjuntos singulares.
Uso a memória, pois não tomei notas escritas. Lembro as mortes de António José de Almeida, antigo presidente da República, e de Gomes da Costa, o chefe dos putschistas do 28 de Maio de 1926, ambas tiradas nos leitos de morte, com flores e familiares à volta. Lembro também as filas de católicos à entrada das igrejas do Chiado na quinta-feira santa. Há ainda imagens de peditórios para causas sociais e bodos a pobres (assistência social e de alimentação) ou de grupos de personalidades estrangeiras que nos visitavam (aviadores, vedetas de cinema, políticos, ciclistas em volta ao mundo). E também o presidente da República, Óscar Carmona, sempre de farda e, por vezes, de capote, em inúmeras situações (inaugurações, visitas, nas comemorações da batalha de Lys e deposição de coroas de flores).
Se, nos primeiros anos que observei, há poucas temáticas e mais fotografias de acontecimentos imprevistos (acidentes de automóvel, tipo de transporte ainda pouco usual; prisão de suspeitos de assassínios) e insólito (o homem-macaco, em acrobacias e prostrado, denotando um ataque epiléptico; batatas de formato estranho), a partir de 1930 aparecem fotografias mais temáticas (profissões; exposições; fotografias da baixa lisboeta, com o Rossio à cabeça, mostrando o crescimento do parque de carros eléctricos e de automóveis, ou, já em 1934, o edifício do Instituto Nacional de Estatística, com campos em volta, sem se vislumbrar ainda o que é hoje a Praça de Londres), denotando leituras mais sociológicas.
OBRIGADO
Ontem, houve 100 (cem) visitantes a este blog, conforme os dados fornecidos pelo sítio extremetracking, em especial os onze visitantes mais assíduos, segundo o sítio bravenet. O meu muito obrigado pela preferência.
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