[conclusão do texto iniciado em 22 e continuado em 24 deste mês]
Investigação crítica versus administrativa
A presença física de Paul Lazarsfeld no centro da indústria da comunicação deu-lhe vantagens na exploração de novas oportunidades. Mas a sua associação aos negócios trouxe-lhes críticas. Um deles foi C. Wright Mills. Lazarsfeld não compreendia: “estas pessoas são generosas com os seus apoios financeiros à investigação, permitem-me colocar questões; por isso, tivemos a oportunidade de fazer o Decatur study”. Este Decatur Study refere-se ao trabalho seminal de Katz e Lazarsfeld Personal influences (1955), onde nasceu o modelo de dois patamares de fluxo no processo de comunicação. Mills trabalhava nele mas Katz libertou-o. O estudo de Decatur mostrava que os media não tinham influência na opinião – algo que os clientes das revistas não gostariam de ouvir.
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Comunicação de massa e indústria dos media
Desde o começo, a investigação da comunicação de massa não dependia apenas da cooperação e financiamento da indústria dos media, mas também a comunicação académica sustentava a indústria.
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Mais importante a este respeito era a relação que crescia entre a indústria e as agências de publicidade e os compradores de tempo publicitário. É um facto que uma das cadeias nacionais se viu obrigada a reduzir a investigação de modo a manter boas relações com as agências de publicidade que actuavam como intermediários dos patrocinadores na compra de tempo. Os dados que a estação estava a recolher eram contrários a alguma da argumentação pela qual as agências vendiam tempo. Para manter as suas relações lucrativas com as agências, a estação emissora tinha apenas a possibilidade de desistir da investigação.
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Leitura: David E. Morrison (2001). "The historical development of empirical social research". In Graham Roberts e Philip M. Taylor (eds.) The historian, television and television history. Luton: University of Luton Press, pp. 9-23
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