segunda-feira, 11 de abril de 2005

BLOCO-NOTAS

1) Este blogue não pretende - não tem condições para - ser um meio de comunicação social. Recentemente, recebi a seguinte mensagem: "Caro Rogério Santos, gostaria de saber se você poderia me ajudar a colocar esse grupo para tocar aí em Portugal". Tratava-se de uma banda hip-hop angolana a trabalhar no Brasil. Há mais tempo, o teor era o seguinte: "À equipa de Indústrias Culturais, parabéns pelo excelente trabalho neste blog. [...] Cumprimentos a toda a equipa". No meio da mensagem vinha um pedido para eu comentar um livro de poesia "numa das vossas edições". Calma, sou sozinho, faço esta escrita nas horas vagas ou quando estou a preparar aulas. Mas alguém já me aconselhou que eu podia começar a montar uma empresa de comunicação ou de relações públicas, ou um jornal electrónico. Só se aparecer um patrocinador, embora tivesse necessariamente de mudar de alojamento.

2) Este blogue começou como ferramenta pedagógica. Em especial para os alunos de mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade Católica, como o blogue Teorias da Comunicação o fora relativamente a aulas de licenciatura.

3) O esforço (ou seja, o prazer) do blogueiro. O blogueiro de serviço não tem capacidade de se desdobrar para além do que faz, lendo jornais, artigos de revistas, livros, olhando a publicidade, os filmes e a televisão. Por vezes, efabulo em termos de mensagens que gostaria de produzir, mas não tenho editor ou jornalista ou cronista além de mim. Isto aqui nasceu de uma necessidade de reflexão ou indicador de trabalhos sobre as indústrias culturais e vai continuar assim.

4) Mas o blogue entra (ou tem entrado em contacto) com os media. De modo simpático, nomeadamente como os provedores do leitor. Numa altura, com Joaquim Furtado, no Público (agora sem provedor); mais recentemente com José Carlos Abrantes, do Diário de Notícias. Comentei a página de Abrantes de faz hoje uma semana. Ele dá-me uma resposta hoje - na sua secção Bloco-notas. Cito: "o trabalho específico do provedor está definido no Estatuto, que permite, recordo, fazer três tipos de crónicas e não apenas um: 1) As crónicas de resposta a interpelações dos leitores com a desejável resposta dos jornalistas ou outros responsáveis; 2) As análises do jornal; 3) A crítica do funcionamento e do discurso do media [presumo que seria meio], o que tem sido regularmente feito". Não sabia o âmbito alargado das funções de José Carlos Abrantes, pelo que agradeço a explicação.

5) Movimentamo-nos em círculo, lêmo-nos uns aos outros. O curioso é que este tema do blogue serviu para reflexão e comentário no Blogouve-se, o magnífico blogue de João Paulo Meneses , que dava aliás um bom provedor do leitor ... no Público (ver a nota dele, publicada hoje, ao bloco-notas de Abrantes em resposta ao meu comentário).

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