CONSUMO DE PRODUTOS CULTURAIS
Os consumos de produtos culturais têm sido alvo de investigações, algumas delas baseadas em preferências sobre um conjunto de elementos (por exemplo: géneros musicais) ou em comportamentos (por exemplo: assistência a concertos ao vivo ou aquisição de discos), segundo López e García (2002: 20), texto que acompanho nesta mensagem. Podem relacionar-se consumos com classes cultas ou populares, classificação que apresenta alguma arbitrariedade na sua construção, enquanto os dados reflectem preferências e não comportamentos reais. Uma das investigações citadas no livro referido trabalha quatro variáveis culturais latentes: produtos cultos, populares, tempo livre e musicais. Outra pesquisa, de âmbito sociológico, também aponta quatro variáveis: 1) conjunto amplo de práticas culturais, 2) comportamento real não baseado em preferências manifestas ou grupo socioeconómico, 3) assegurar o modo como se influenciam e mudam no tempo a classificação cultural e a estratificação, e 4) aplicar eventualmente o conceito de omnívoro a quem consome muitos produtos culturais [imagem retirada de trabalho académico de Joana Pinto no mestrado de Ciências da Comunicação da UCP].
Ao aplicarem tais conceitos ao consumo de artes cénicas e musicais, López e García (2002: 23) tiveram em conta a posição social dos consumidores e de espaço estrutural a partir de diversos indicadores dessa posição social, o interesse diversificado dos consumidores pelos vários géneros dramáticos e musicais, o nível de equipamento audiovisual e o grau de inovação.
Os autores atribuiram quatro designações ao consumo de produtos culturais nas artes do espectáculo e da música, como se pode ver no interior do quadro existente ao lado: 1) esporádico, devido a um padrão de consumo com escassa probabilidade em assistir a eventos culturais, 2) popular, com grande probabilidade em ir ao teatro e a concertos de música pop e baixa probabilidade na frequência de concertos de jazz, 3) snob, com elevada probabilidade de assistir a concertos de música clássica e teatro, e 4) omnívoro, aquele que tem um elevado apetite pelo consumo de diferentes géneros culturais, tanto populares como cultos. Todo o trabalho de López e García (2002) se desenvolve em torno desta nomenclatura.
Leitura: López, Jordi, e Ercilia García (2002). El consumo de las artes escénicas y musicales en España. Madrid: Fundación Autor
1 comentário:
Caro professor,
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