segunda-feira, 15 de agosto de 2005

CARMEN MIRANDA CINQUENTA ANOS DEPOIS

Com apenas 46 anos, falecia Carmen Miranda, cantora que recorria à exuberância e ao colorido. Ela nascera em Portugal (Marco de Canaveses) em 1909, mas foi em bebé para o Brasil, país onde começou e teve uma brilhante carreira [imagens seguintes retiradas respectivamente dos sítios BrightLightsFilms e Carmen Miranda].



O mito de Miranda começou com a rádio, como recorda Carlos Galilea, do El Pais de 7 de Agosto último. O seu primeiro êxito foi Taí, que venderia 30 mil exemplares em 1930, um record para a época. O empresário norte-americano Lee Shubert contratou-a e em Maio de 1939 surge na Broadway (Nova Iorque), em Streets of Paris, espectáculo que permanecerá um ano em palco. Ela cantaria South e American Way e a sua fotografia apareceria em revistas como Life, Vogue e Esquire.

Para além de cantar e de actuar em palco, ela fez cinema. A primeira película, num total de catorze, foi Down Argentina way (Serenata tropical). Weekend in Havana e That night in Rio foram outros êxitos. Em 1946, era a artista mais bem paga dos Estados Unidos, sendo modelo para as drag queens, com a comunidade homossexual a adorá-la. A sua forma de vestir fez com que artistas como Mickey Rooney ou Jerry Lewis se travestissem de Miranda.

Turbantes, sapatos e fotografias de Miranda seriam levados para um pequeno museu sobre a artista no Rio de Janeiro, em 1976. O Brasil sempre se dividiu entre apoiar Miranda e criticá-la, pois ela era uma compatriota que triunfara nos Estados Unidos mas, ao mesmo tempo, representava um esterótipo do país. No próximo mês de Setembro, a Sony/BMG publicará a caixa Magia tropical de Carmen Miranda, enquanto se espera uma biografia de Ruy Castro.

1 comentário:

Anónimo disse...

Desde sempre que Carmen Miranda tem vindo a ser referida, recordada e cantada por muitos outros autores e compositores:
Só a nível de exemplo aqui fica a referência ao tema "Dreamworld: Marco de Canavezes" inserido na Colectânea:
Red Hot & Lisbon, uma participação conjunta de David Byrne e Caetano Veloso em 1998.
Paulo Ferreira