quinta-feira, 29 de setembro de 2005

UMA AULA SOBRE AUDIÊNCIAS DE RÁDIO, IMPRENSA E INTERNET

Os meus agradecimentos prévios ao dr. Vítor Cabeça, da Marktest, pela sua exposição hoje na minha aula de Públicos e Audiências. Ele falou, com muita clareza, de audiências na rádio, imprensa e internet e do modo como são medidas em Portugal pela sua empresa.

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O Bareme Rádio realiza-se três vezes por ano, resultado de 24024 entrevistas telefónicas feitas por vagas de 6006 entrevistas cada. O inquérito avalia a audiência dos sete últimos dias. De entre as variáveis, destaque para a idade e o género. A líder de audiência é a RFM, seguindo-se a RR (mesmo grupo) e a Rádio Comercial (Media Capital). O prime-time da rádio é de manhã (à volta das 8:30/9:00), significando uma escuta enquanto se conduz. Ao fim da tarde há outro pico de audiência radiofónica, mas não tão acentuado. Tal ilustra um perfil de audiência muito diferente do da televisão.

A metodologia do Bareme Imprensa também é semelhante ao da rádio. Ele permite quantificar as audiências dos jornais nacionais e regionais. Por ano, fazem-se 15120 entrevistas, perguntando fundamentalmente se leu ou folheou jornais de véspera (diferente da pergunta: comprou jornais). Como na rádio, o universo inquirido tem acima de 15 anos (na televisão e na internet os inquiridos são-no acima de quatro anos). No campo da imprensa, a liderança de mercado cabe ao Jornal de Notícias [que tem alternado com o Correio da Manhã]. Vítor Cabeça salientou, ainda quanto à imprensa, o fenómeno relativamente recente da expansão de nichos de mercado (revistas especializadas). E destacou haver mais pessoas a lerem jornais que revistas.

Quanto às audiências de internet, foi referido o "roubo" de investimentos publicitários que o novo meio está a fazer à televisão, no caso dos Estados Unidos (tendência que se tornará possivelmente universal). A Marktest desenvolve dois tipos de estudo de audiência, o primeiro deles centrado nos utilizadores ou usuários (user-centric). Assim, há 1000 lares em que os computadores têm incorporado um equipamento electrónico que permite saber o tráfego e os sítios visitados. O perfil de cibernautas é útil para as empresas comerciais e fornecedores de conteúdos (casos da SIC online e do Sapo). O outro tipo de estudo é o centrado no sítio (site-centric), capaz de medir o tráfego por sítio. Estes dados, publicados semanalmente, apenas medem lares (e não cibercafés ou espaços de computadores em universidades ou outros locais), pelo que a representação real da audiência de internet não é ainda total.

1 comentário:

Principessa disse...

pode-se tirar fotografias na aula professor? ;)