ENTRADAS PARA UM DICIONÁRIO (IV)
[conclusão de mensagens colocadas em 28 de Agosto e 6 e 19 de Outubro]
Tipologias
Fidelidade versus experimentação, aceitação versus contestação, corrente (grupo) versus elos (pequeníssimos grupos), fãs de massa versus fãs de culto, cidade versus nichos. Isto num plano abstracto, e não no das profissões. O jornalismo digital – a sua discussão – pressupõe profissões. Estas são modos de aplicar uma tecnologia, um saber, e fazer um produto útil a uma comunidade, “trocável” ou combinável (montante e jusante) por outros produtos. Ideias e conceitos nucleares: estruturas, redes, desintermediação, apropriação de tecnologias, recepção, discussão e crítica, apropriação geracional, desníveis culturais, regionais e geracionais (uma geografia de produção e consumos), indústrias culturais e indústrias criativas, gatekeeping (quem selecciona, quais as razões), uniformidade versus diversidade, democracia versus autoritarismo e ditaduras, publicitação versus anonimato, grupos de pressão, responsabilidade [accountability] social dos profissionais (no caso dos jornalistas, os “cães de guarda” dos jornalistas, isto é: objectividade, isenção e proximidade), campo social, cultural e político (Bourdieu), ementas de media e das indústrias culturais, racionalização e acaso, movimentos contraditórios de forças complementares e opostas (campo), ligações empresas/investigação universitária, previsibilidade e aleatoriedade, privacidade e publicidade, infra-estruturas, tomada de poder nas instituições, P2P, retrocesso da ideia de massa, novas iliteracias, emprego instável e reciclagem permanente, centramento nos produtos de sucesso, juvenilização, distinção, catálogo/colecção. Planos ético e dos valores (na indústria, cultura e economia dos países, regiões e espaços inter-países, como a União Europeia). O que distingue o jornalista das outras profissões das indústrias culturais? Em muitas delas, releva-se a criatividade, o engenho, a perspicácia, a arte (telenovela, série, concurso); no jornalista, a procura da verdade e o direito de informar. Além de que uma notícia pode pesar muito mais do que uma obra (televisão, rádio, cinema) em termos de impacto junto de uma audiência. Eis o meu programa de pesquisa, não empírico mas reflexivo.
Os media electrónicos e as suas tecnologias – válvula electrónica (começos do século XX), transístor (anos 1950/1960), circuitos integrados (anos 1970), digitalização (anos 1980), uso de novos materiais (cristais líquidos). O peso do ecrã face ao telefone. As (tele)comunicações rápidas. As tecnologias vitoriosas e os diferentes contributos (ver H. Rheingold e D. Gillmor, este com a ideia de códigos e usos abertos), de sucessos e fracassos (como, no começo do século XX, Lee de Forest e o seu broadcasting). Outro exemplo: o uso amigável do Macintosh (com os ícones a esconderem a linguagem informática das funções, como Sherry Turkle mostrou). O uso amigável e a formalização da complexidade. Os usos abertos (Gillmor) e a flexibilidade (Linux).
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