PERSPECTIVAS DIFERENTES OU COMPLEMENTARES ÀS MINHAS (II)
No Diário de Notícias de anteontem, Fraústo da Silva era entrevistado. O demitido presidente do Centro Cultural de Belém (CCB) é contundente com a ministra da Cultura. O título colocado na peça principal, assinada por Leonor Figueiredo e Paula Lobo, é "A ministra da Cultura não conhece esta casa". De Isabel Pires de Lima, diz: "Essa senhora, em termos de ministra, conheci-a segunda-feira. Veio cá duas ou três vezes. Queria falar comigo e estava um bocado aflita por causa do anúncio prematuro (ou não) do convite a Mega Ferreira. Estava fora do País e o secretário de Estado foi almoçar comigo. Deu-me garantias absolutas de que não havia substituição".
Esta história é toda ela estranha. Começa numa entrevista ao Expresso, a 23 do mês passado (que comentei aqui). Pareceu-me ter sido uma entrevista fora de tempo e com pouco tacto. Depois, seria continuada com o desmentido e a confirmação de novo presidente, Mega Ferreira. Agora, o exonerado presidente usa os media escritos para dizer a sua perspectiva (e se escolhi o Diário de Notícias, poderia tê-lo feito com o Público e até com o Expresso de hoje).
Há, aqui, duas razões de análise (válidas para a mensagem anterior). A primeira, mais óbvia e mais básica, é a da existência de uma imprensa livre num país. Podemos ler a perspectiva da ministra, dizendo ser necessário alterar o que existia no CCB, e a resposta do presidente demitido. Cada um de nós forma uma opinião. Os jornais, por vezes (ou muitas vezes), fazem comentários ou enquadram as questões, pois, frequentemente, andamos distraídos e nem sabemos do que se passa. Mas o Diário de Notícias limitou-se a publicar a entrevista.
A segunda razão de análise é que a ministra está impedida, agora, de reagir, para não alimentar a polémica (a não ser para comentar a indemnização exigida por Fraústo da Silva, com vem no Expresso de hoje). Assim, ficamos sem saber quem tem razão na disputa (o oposto terá de acontecer com o presidente do IPLB, para responder a Prado Coelho). Isso indica, a meu ver, alguma falta de à vontade da ministra com os media, pois devia prever o impacto posterior da entrevista (ou aconselhada a ter mais prudência). Pela posição que ocupa, precisa de usar toda a diplomacia do mundo. Assim se faz a "boa" ou "má" imprensa.
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