domingo, 12 de fevereiro de 2006

CRISE DO CINEMA

Ontem o Público e hoje o El Pais dão conta da crise de espectadores no cinema. Em Portugal, segundo dados do ICAM, o número de espectadores nas salas de cinema foi, em 2005, de 15,7 milhões, inferior ao número de 2004: 16,9 milhões - menos 7,5% dos espectadores (embora a assistência nos filmes portugueses tenha aumentado cerca de 40%, devido a sucessos como O crime do padre Amaro, com 317 mil espectadores). Em Espanha, apesar de ser um outro mundo (126 milhões de espectadores), tal número recuou 12% menos que em 2004. E o mesmo aconteceu nos Estados Unidos, que também teve, segundo o El Pais, um retrocesso, apesar dos 1,4 mil milhões de entradas nas salas de cinema.



Contudo, nos Estados Unidos, há uma tendência a acentuar-se: os DVDs crescem e o cinema transforma-se em prazer de consumo doméstico. Isto porque já há mais DVDs a vender que o número de entradas nas salas. No ano passado, os americanos compraram 1,6 mil milhões de DVDs.


A riqueza gerada pelos filmes dos grandes estúdios americanos distribui-se do seguinte modo: 16% são ingressos nas salas a nível mundial, 47% DVDs e cassetes vídeo, 27% direitos televisivos. Os videojogos também representam um peso crescente na fileira do cinema: videojogos a partir dos filmes Homem Aranha I e II tinham facturado, até Novembro último e nos Estados Unidos, cerca de €225 milhões. Sem esquecer os jogos vídeo de filmes como Harry Potter, O senhor dos anéis, Matrix ou A guerra das estrelas.



Já o jornal britânico The Observer prefere tocar na tónica das futuras estrelas inglesas, incluindo produtores e directores de casting.
Fico com a biografia de uma directora de casting, Jina Jay (que trabalhou em filmes como Orgulho e preconceito, de Joe Wright, e Munique, de Steven Spielberg).

Para Jina Jay, de 40 anos, o director de casting trabalha em colaboração com o realizador no sentido de escolher o melhor elenco a partir das variáveis tema e orçamento do filme. Para ela, a energia (do rosto, da forma de estar no plateau) é fundamental. Ela recorda como há meses atrás, na preparação do filme de Spielberg, Munique, os dois viram cinema francês à procura de pistas para o novo filme. E afirma que o director de casting está envolvido desde o começo do filme, sendo uma das primeiras pessoas a ler o argumento. No caso do projecto de Munique, ela escolheu um elenco de 160 actores de mais de 30 nacionalidades. Por vezes, e por acreditar nas capacidades dos actores, ela luta para que fiquem no filme a rodar.

Nota: ontem à noite, quando fui ver o filme de Luchino Visconti, O leopardo (com Burt Lencaster, Alain Delon, Claudia Cardinale), fiquei contente. A sala do Nimas estava cheia; e julgo que a sessão do fim da tarde também deve ter lotado, dado o número de espectadores que saiu.

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