Chamavam-lhe o tio Walt, todos o conheciam graças ao rato Mickey, à Branca de Neve, aos filmes de desenhos animados, aos parques temáticos.
Agora, uma biografia de Neal Gabler, intitulada Walt Disney: the triumph of the American imagination, deita abaixo o mito urbano do construtor de imaginários que todos nós transportamos desde que, em crianças, vimos um filme ou lemos um livro com a marca Disney.
Gabler teve acesso total aos arquivos de Disney, facultados pela família, coisa que nunca acontecera com essa extensão. E o retrato de Disney não é igual ao universo das personagens traçadas nas suas histórias, lê-se no texto hoje publicado no Observer, assinado por Paul Harris. Walt Disney maltratava os colaboradores e o próprio irmão Roy, a quem ridicularizava em público, a relação com a mulher foi sempre difícil, parecendo que o casamento não se dera com ela mas com o estúdio de cinema, tomou parte na perseguição a todos os artistas que tivessem inclinações políticas com a esquerda (1941) e não aceitava pessoas de cor a trabalhar consigo.
Morreu em 1966, sendo cremado e as suas cinzas espalhadas num jardim privado. Mas deixou um legado que - apesar de todas as críticas à sua vida pessoal e às suas tomadas de posição - é impressionante. No ano da sua morte, 240 milhões de pessoas tinham visto um filme seu, 80 milhões de pessoas tinham lido um livro seu e 100 milhões de pessoas tinham visto um filme seu na televisão. Walt Disney, o homem solitário e problemático, imortalizou-se, devido à sua obra.
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