sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

O NOSSO (NOVO) JORNAL


Na segunda-feira, o jornal Público vai aparecer refundado.

Perde secções como Sociedade, Política, Nacional. Passa a ter uma estrutura assim definida: 1ª página, Destaque, Portugal, Mundo, Cidades, Classificados, Desporto, Economia, Opinião (mais editorial e cartas ao director), Última página. O segundo caderno é dedicado à cultura, media e espectáculos.

É um jornal vistoso, mais foto-jornal que jornal ilustrado, de logótipo pós-moderno, cada página com cinco colunas (o actual modelo possui 4 colunas). Parece-me que a ideia é colocar mais fotografias e notícias mais curtas. Encontro no novo Público ideias já testadas no Diário de Notícias, nos gratuitos e nas revistas cor-de-rosa (escrevo sem sentido depreciativo). Mas com muita elegância, embora lhe falte a plasticidade do Diário de Notícias, que permite que as imagens entrem ("mordam") em colunas alheias. E parece perder muitos articulistas, pois as páginas de opinião aparecem colocadas a partir da página 37.

O Público, apesar de ter cerca de 18 anos (nasceu em 1990), tinha um grafismo austero, pouco coadunado com as práticas visuais de outros media, nomeadamente a internet. No texto que acompanha a apresentação do novo Público, escreve o director José Manuel Fernandes: "Quando se olha para a crise da imprensa escrita paga, pode-se optar pela irracionalidade de a ignorar, pelo risco de a desvalorizar passando a distribui-la gratuitamente e ficando nas mãos da publicidade, ou por encará-la como uma oportunidade para nos reaproximarmos de leitores que mudaram de hábitos, que têm novas exigências e necessidades [...], continuará a precisar de referências".

É uma decisão difícil e arriscada a refundação do jornal. Trará, inicialmente, novos leitores, perderá eventualmente alguns. A última transformação de lay-out, não há muitos anos, trouxe ampla discussão pública, repercutida em muitas cartas de leitor discordando do modelo, já com Fernandes como director do jornal. Então, a dimensão das peças reduziu de dimensão. Esta, por mais radical, terá igualmente posições distintas dos leitores, até porque volta a haver redução na dimensão dos textos escritos. As cinco colunas exigem mais informação.

Acho que vou (continuar a) comprar o (novo) jornal.

3 comentários:

Anónimo disse...

Má opção. Olhemos para os cabeçalhos dos melhores jornais do mundo. Não mudam e por isso não perdem prestígio e leitores. Times, NYT, Le Monde e Washington Post são alguns exemplos de que - no que é bom não se mexe.
José Manuel Fernandes está absolutamente enganado com o apoio que deu à remodelação do jornal. Milhares de leitores já deixaram de comprar o jornal desde que souberam que iria mudar. Toda a verdade tem de ser dita e a do Público resume-se ao que se passou no seio do jornal. Quando um milionário como o Belmiro Azevedo despede 50 jornalistas está a ofender os leitores e a porta fica aberta apenas para o encerramento. O Público vai fechar daqui a 1 ano. Não lhe dou mais tempo de vida. É um jornal falido de...carinho dos leitores. Acabou. Novas maquilhagens sempre desapareceram quando se lava a cara.

Anónimo disse...

En primeiro lugar, desculpem o meu nivel de portugués,comprendido pela leitura habitual,máis nao habituado á escrita.
Sempre, nas miñas visitas a Porto, olhei "Público"e me pareceu un moi bo jornal.
Concordo co anónimo participante, em quanto outros jornais nao mudan.
Agardo que nao se cumpla a prediÇao de feche, e recupere o carinho dos leitores.

Anónimo disse...

pessoalmente acho que o novo jornal publico está um disparate, ao ler a nova revista pública por momentos pensei que estava a ver um catálogo de vendas, e o que é aconteceu ao Y !!!