quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

NOTÍCIAS


Há duas notícias na capa do Público de hoje que me levam a reflectir aqui.

A primeira prende-se com o hipotético pagamento dos sacos de plástico das compras. Ontem, fora manchete no mesmo jornal, onde se escrevia que o governo se preparava para cobrar cinco cêntimos por exemplar. A notícia de hoje dá conta, em resumo, do recuo do governo. A legenda a uma fotografia do secretário de Estado, Humberto Rosa, é evidente: o governante "voltou atrás numa ideia que apadrinhava para reduzir os sacos de plástico". Todo o articulado do jornal é muito verosímil. Reflexão minha: o governo lançou um balão de ensaio, querendo testar a opinião pública, leia-se: os grandes distribuidores, como os hipermercados. Estes reagiram imediatamente, mostrando a sua força ao considerarem errada a posição do governo.

Apenas uma crítica: a caixa com comentários de leitores do PUBLICO.PT. Estampar comentários de um leitor assinando Gil, Porto - "O xerife de Nottingham já arranjou mais uma forma de nos ir ao bolso. Quando aparecerá um Robin Hood português para nos salvar dessa espécie?" - é infeliz. Trata-se de um comentário gratuito e falha o alvo, pois a medida deveria ser implementada para bem do ambiente, conforme os exemplos traçados na peça. Se calhar, Gil, do Porto, nem compra o jornal mas quis dar opinião via internet.

A outra notícia é a dos novos contadores da electricidade serem pagos pelos consumidores. Aqui, não me parece haver um grupo de pressão tão poderoso como o da grande distribuição. Mas que se trata igualmente de um balão de ensaio, a ver as reacções, não tenho dúvida. Basta pensar na cíclica ameaça de um pagamento por cada levantamento em caixas multibanco. E nas confusões, no ano passado, sobre os aumentos dos preços da electricidade. A mesma Entidade Reguladora, creio, pedia valores exagerados de aumentos, provocando um posterior recuo.

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