Olá Rogerio,
Gostaria de te adicionar à minha rede de amigos do hi5. Tens de confirmar que somos amigos para que possamos conhecer novas pessoas. Por favor, aceita ou recusa o meu pedido, acedendo ao site do hi5:
Aceite o Amigo
Obrigado,
Geração High Tech
(recebido hoje na minha caixa do correio às 17:31)
Recebo, quase dia sim dia não, uma mensagem deste tipo. Inicio a sessão no hi5 e espreito a quantidade de pessoas que estão ligadas na rede social e outras que me esqueci de ligar entretanto. Lá estão o Miguel, a Katyuska, a Lauri, a Sara, o Ouri, a(o) valsousatv - pessoas que serão simpáticas mas que eu não conheço embora acabe por aceitar e dizer que a(o) conheço do trabalho ou de amigos que fiz no hi5. Uma dessas pessoas está a "trabalhar mas a observar o mercado" e colocou na rede 25 fotografias. Uma outra tem uma mensagem forte: "A tua amiga não tem novidades - diz-lhe para adicionares algo de novo".
Anteontem, o tema foi assunto do Público, com chamada de capa: Redes sociais - já somos 3,7 milhões agarrados ao Hi5. Na reportagem, de escrita escorreita e agradável, falam vários elementos dessa rede e uma docente universitária.
É um tema actual, interessante. Mas o número de ligados ao Hi5 pareceu-me elevado. E li, entre a primeira e a segunda coluna, que os jovens dos 15 aos 24 são os que mais usam o computador à noite para acesso ao Hi5. Em nenhuma parte do texto se associa esse nível etário aos utilizadores da rede social, mas a proximidade de parágrafos fez-me sentir essa identidade.
Ora, recorrendo aos dados da população portuguesa no portal do INE, os grupos etários aparecem com estes números:
A leitura deste quadro prova que o número é, com certeza, exagerado. Mesmo contando toda a população portuguesa dos 10 aos 24 anos ela atinge perto de 1,3 milhões. Para chegar aos 3,7 milhões precisaríamos de ter quase toda a população até aos 44 anos ligada ao hi5.
Olhando o texto com mais atenção, a jornalista fala de várias redes sociais: MySpace, Orkut, Facebook, Sapo, Clix. Eu estou ligado, pelo menos que me lembre, a três dessas redes. Será que conto por três portugueses?
Competiria à jornalista - e ao editor - averiguar se está correcto o número. Afinal, o que fica do texto é o empolgante título.
Faço minhas as sábias palavras de Mário Mesquita no seu livro O jornalismo em análise, a propósito de um título semelhante:
"A hipótese que tenho por mais plausível reside na vontade de apostar a todo o custo numa linguagem apelativa. A concorrência entre jornais é intensa, o mercado exíguo e urge encontrar respostas eficazes".
1 comentário:
Não li o artigo do Público, mas ponho esta outra hipótese explicativa para tão elevado número de "hi fivers": não será que estão a ser contabilizados utilizadores individuais, marcas e empresas?
No MySpace, por exemplo, o comérico tem grande peso. No Hi5 pode acontecer o mesmo.
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