Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
SERVIÇO DE MÚSICA DA GULBENKIAN
Deixei escapar a notícia de anteontem do Público, assinada por Adelino Gomes, sobre mudanças previstas no Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian. À saída do director Luís Pereira Leal, de 71 anos, apontava-se a sua substituição por Rui Vieira Nery, antigo secretário de Estado e professor universitário, além de grande divulgador da música clássica, nomeadamente na Antena 2. Mas a Fundação decidiu abrir um concurso internacional para o lugar e, pela leitura da notícia, Nery não se encontra nos quatro seleccionados para a escolha final.
Quando li a notícia lembrei-me do desaparecimento do corpo de bailado da Gulbenkian, que tanta polémica causou nos anos mais recentes. Pensei que o mesmo destino esperaria a música. Mas a notícia parece apontar outras razões: renovação geral dos públicos; o novo director terá iniciativa limitada nos primeiros dois anos porque a programação já está delineada. Além de que, recentemente, a orquestra alargou o número de músicos e o maestro titular foi reconduzido.
O jornalista cita a porta-voz da Gulbenkian, escreve que a administradora com o pelouro da música da Fundação não se mostrou disponível para comentar e coloca entre aspas a informação de uma fonte anónima. A meu ver, o jornalista não deveria usar uma fonte anónima, embora tal ilustre um ambiente difícil na Gulbenkian, com alguns problemas em explicar o que acontece lá dentro. A Fundação é quase como o governo: tudo o que lá se passa interessa à opinião pública, pelo impacto que tem na cultura nacional. Deveria haver uma informação mais cabal do que o que a porta-voz da instituição disse, nomeadamente de quem tomou a decisão da iniciativa.
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1 comentário:
A FCG desde que faltou Azeredo Perdigão, deixou de ser aquela Instituição em que a Administração deixou de estar “aberta” no tratamento com aqueles que durante anos a serviram com dedicação e lealdade. Tenho o pressentimento que o vírus do “mal do Oportunismo”, a tenha podido contagiar. Frutos do tempo da “nova democracia”.
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