Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
domingo, 5 de outubro de 2008
MUSEU VAN GOGH
A fila de visitantes para entrar era muito grande - e havia muita agitação em entrar. O museu de Amsterdam é novo e atrai mais de um milhão de visitantes por ano.
Van Gogh trabalhou como artista apenas 10 anos, os últimos da sua vida (1880-1890). Mas, nesse período, fez 1100 desenhos e 900 pinturas. As mais importantes encontram-se albergadas no museu com o seu nome: 200 pinturas, 500 desenhos, cerca de 800 cartas, muitas delas trocadas com o seu irmão Theo.
Vincent Van Gogh nasceu em 1853 em Brabant, na Holanda, filho de um pastor protestante. Teve cinco irmãos, um dos quais Theo, mais novo e de vital importância no seu futuro. Quando criança, Vincent era introvertido mas esperava-se dele um maior talento. Aos 16 anos, foi trabalhar para uma empresa francesa ligada a antiguidades, a Goupil, num escritório em Haia. Aí começou o seu interesse pelas artes visuais. Em 1873, aos 20 anos, Vincent é transferido para o escritório de Londres da empresa. Dois anos depois, já está na sede, em Paris, prova da qualidade do seu trabalho.
Nesse momento, tem profundos sentimentos religiosos, com uma preocupação de ajudar os membros mais fracos da sociedade. Abandona o trabalho na Goupil e prepara-se para ser ministro protestante, indo para a vizinha Bélgica, em Borinage. Mas não tem sucesso. Aos 27 anos de idade, sofre uma crise de identidade, sem saber o que fazer no futuro.
O irmão Theo, entretanto empregado na empresa Goupil, convence Vincent a ser pintor. Este vai para Bruxelas aprender. Como a vida da cidade era cara, retirou-se para Etten, onde tinha a companhia dos camponeses, modelos dos seus quadros de então. Muda de novo de local de habitação, passando para Haia, onde tem lições de pintura com um primo, Anton Mauve, outra figura chave no seu desenvolvimento. No Verão de 1882 experimenta pintar a óleo.
Em 1885, Von Gogh vai para Paris, onde encontra o irmão a trabalhar na Boussod, Valadon e Cª, anterior Goupil. Theo será o suporte financeiro do irmão, que ainda não conseguira vender os seus quadros. Millet, Delacroix, Manet e Monet são alguns dos contactos que estabelece. Também conhece Toulouse-Lautrec e Paul Signac. Em 1887, conhece Paul Gaugin, com quem no ano seguinte estabelece uma colónia de artistas em Arles, na Provence. É um dos períodos mais ricos mas dramáticos da vida do pintor holandês. Passava dias seguidos a pintar, quase sem tempo para dormir e alimentando-se com pão e café. Em 1889, após o fracasso da colónia de artistas, Van Gogh recolhe-se num asilo-hospital de Saint-Rémy; a epilepsia tornara-se um problema grave. Regressa para perto de Paris, em Auvers, mas o desfecho é fatal: suicida-se com um tiro de pistola.
O irmão Theo não durará muito mais, morrendo um ano depois. A família deste, nomeadamente a viúva, recolhe muito do material deixado por Vincent e torna-o público. A opinião sobre a qualidade estética das obras deste melhorara muito, começando a ser objecto de culto - culminando naquilo que hoje sabemos da pintura de Van Gogh, um génio de finais do século XIX [em baixo, pequenos vídeos que retirei sobre Van Gogh, alojados no YouTube].
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