terça-feira, 24 de março de 2009

O ERRO DO PS

Na minha leitura, a lei do pluralismo e da não concentração dos meios de comunicação social, aprovada na Assembleia da República, rejeitada pelo presidente da República e em fila de espera para nova aprovação no Parlamento, não serve quando se detectam movimentos como a reestruturação do jornal Público e a carta do "Jornalismo Escrito Pago" que agora publiquei. Ou como anteontem eu citava Paulo Querido sobre a próxima "vítima" das actividades digitais: a informática.

Não está em causa a concentração da propriedade, fraca e de pouco poder em Portugal (basta pensar na facilidade com que a Prisa comprou a TVI, ou nas actuais dificuldades da SIC, nos despedimentos da Controlinveste e, agora, nas mudanças do Público), mas a alteração radical de paradigma. O pluralismo pode perder-se pelo simples desaparecimento dos media clássicos. Os sítios da internet, incluindo os blogues, não têm estruturas empresariais nem códigos éticos e deontológicos, não fazem investigação, não usam os princípios da acurácia (exactidão) e do contraditório e ainda não são modelos de negócio que empregam pessoas.

A meu ver, há um desfasamento total entre o que se legisla e o que nos já diz o presente. Quando acordarmos, na alegria de uma boa nova lei, o mundo está todo às avessas. Sem concentração da propriedade e sem pluralismo político.

1 comentário:

Unknown disse...

Rogério,

Com todo o respeito acho que falta de pluralismo é o que temos agora, as principais empresas de media em Portugal estão nas mãos de grupos que são dirigidos por pessoas assumidamente de orientações políticas de direita.

O único jornal de esquerda que conheço é o Avante e esse não passa de uma ferramenta de propaganda comunista.

Em relação ao futuro dos media, é evoluir para sobreviver. Eu pessoalmente não me importava de pagar uma assinatura mensal para ter um serviço informativo online de qualidade e isento, ao contrário de alguma peças noticiosas claramente tendenciosas que vou lendo nos nossos jornais.