Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Grupo angolano Newshold sai da estrutura acionista dos jornais Sol e i
Sigo a notícia agora publicado no jornal Diário de Notícias. O grupo angolano Newshold, de Álvaro Sobrinho, vai sair do diário i e do semanário Sol. Mário Ramires, subdiretor do semanário Sol em 2011 para entrar na administração da empresa, demitiu-se hoje do cargo e volta à função de jornalista. A redação, vai ter funções nos dois jornais, sofre cortes nos salários e não haverá pagamento de despesas de deslocação. Dos cerca de 120 trabalhadores, dos quais 80 jornalistas, apenas 66 terão contrato de trabalho na nova empresa, cujos acionistas ainda não se conhecem. Com a reestruturação, o semanário Sol passa a sair ao sábado e o diário i não tem edição ao fim de semana.
terça-feira, 24 de novembro de 2015
Música ao vivo e música gravada na rádio
No seu livro, Crisell (2012) interroga-se: a rádio nasceu para transmitir música ao vivo ou música gravada? Ora, estão aqui dois eixos estruturantes da rádio musical. E o autor distingue os programas em direto e os registos feitos pelas próprias estações, que incluíam gravações comerciais, como os discos de gramofone.
Os primeiros discos de alumínio captavam até 15 minutos de som. Na década de 1930, em especial em 1934, máquinas portáteis de gravar som foram ligadas aos noticiários e documentários na BBC. A prática de programas pré-gravados aumentou durante a II Guerra Mundial, por necessidade de não ter emissões ao vivo e em direto, temendo bombardeamentos. Tal obrigava a BBC a submeter previamente os seus textos ao ministério da Informação. A BBC fornecia também programas gravados para o ultramar, e recebia programas de auditório dos Estados Unidos, casos de Bob Hope, Bing Crosby e Glen Miller.
No pós-guerra, a tecnologia tornou-se melhor, mais barata e flexível. Se, na década de 1960, metade dos programas da BBC eram em direto, em meados da década de 1970 raramente havia já programas em direto.
Leitura: Andrew Crisell (2012). Liveness & Recording in the Media. Hampshire e Nova Iorque: Palgrave
Os primeiros discos de alumínio captavam até 15 minutos de som. Na década de 1930, em especial em 1934, máquinas portáteis de gravar som foram ligadas aos noticiários e documentários na BBC. A prática de programas pré-gravados aumentou durante a II Guerra Mundial, por necessidade de não ter emissões ao vivo e em direto, temendo bombardeamentos. Tal obrigava a BBC a submeter previamente os seus textos ao ministério da Informação. A BBC fornecia também programas gravados para o ultramar, e recebia programas de auditório dos Estados Unidos, casos de Bob Hope, Bing Crosby e Glen Miller.
No pós-guerra, a tecnologia tornou-se melhor, mais barata e flexível. Se, na década de 1960, metade dos programas da BBC eram em direto, em meados da década de 1970 raramente havia já programas em direto.
Leitura: Andrew Crisell (2012). Liveness & Recording in the Media. Hampshire e Nova Iorque: Palgrave
domingo, 22 de novembro de 2015
Universidade da Califórnia oferece-nos a música e o quotidiano de há um século
Com este título, Mário Lopes (Público) oferece-nos um texto sobre o trabalho começado há dez anos na Universidade da Califórnia, Santa Bárbara: a digitalização do seu arquivo de cilindros. Há "música e gravações amadoras de todo o mundo, da passagem do século XIX para o XX, agora disponíveis para todos ouvirem". Escreve ainda o jornalista: Desde outubro, uma coleção de dez mil cilindros, o formato pioneiro do registo sonoro, reproduzível no fonógrafo que Thomas Edison patenteou em 1877, está disponível para audição e download: UCSB Library. Há algumas músicas portuguesas (canções e outras) no catálogo daquela biblioteca, como O Manjerico, de Medina de Sousa e Pinto Ramos, Maria, Maria, de Eduardo Barreiros, e Agulhas e Alfinetes, de Medina de Sousa [imagem retirada da Wikipedia].
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
O Cabo Submarino num Mar de Conetitividades
O Cabo Submarino num Mar de Conetividades é uma exposição temporária a visitar na Fundação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa, perto do Cais do Sodré. Telégrafo, comunicação telefónica, cabo coaxial e de fibra ótica e tecnologias da comunicação são elementos importantes presentes na exposição. Criada em Outubro de 1997, a Fundação Portuguesa das Comunicações tem como membros fundadores o ICP - Autoridade Nacional de Comunicações (ICP-ANACOM), os CTT - Correios de Portugal (CTT) e a Portugal Telecom (PT). A visita guiada foi conduzida por Teresa Salema, membro do Conselho Executivo da Fundação Portuguesa das Comunicações, licenciada em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e mestre em Gestão e Administração de Empresas.
terça-feira, 17 de novembro de 2015
A fotografia estenopeica em António Campos Leal e a biblioteca de Pacheco Pereira
Hoje, ao final da tarde, António Campos Leal, em A Pequena Galeria, à avenida 24 de julho, 4C, aqui em Lisboa, apresentou o seu livro Luz nos Livros, editado pela Tinta da China. Luz nos Livros foi um projeto de fotografar a biblioteca/arquivo de José Pacheco Pereira usando a técnica fotográfica conhecida por estenopeica (pinhole, em inglês), processo elementar da formação da imagem. Para o fotógrafo, "o desafio foi encontrar essa relação entre a luz do pensamento e a luz que incidia nas suas superfícies, percorrendo livros, estantes, papéis, objetos e mesas".
O livro, um belo objeto estético, inclui um texto de José Pacheco Pereira. Nas paredes da galeria, está uma exposição de Luís Pereira [em baixo, vídeo com parte da intervenção do autor. A captação de imagem e som foi feita através de telemóvel, de onde algumas deficiências no som].
O livro, um belo objeto estético, inclui um texto de José Pacheco Pereira. Nas paredes da galeria, está uma exposição de Luís Pereira [em baixo, vídeo com parte da intervenção do autor. A captação de imagem e som foi feita através de telemóvel, de onde algumas deficiências no som].
sábado, 14 de novembro de 2015
Deuze em Coimbra
Como comunicador, Mark Deuze é brilhante. Na sessão de encerramento do congresso da SOPCOM, a sua comunicação foi adaptada a partir dos acontecimentos sangrentos de ontem em Paris. Deuze falou do desaparecimento dos media (o videogravador, o telecomando, o lado físico de muitos equipamentos, hoje dentro do telemóvel) e da imersão nos media (o televisor de ecrã curvo para dar a sensação de estar dentro da imagem). Antigo jornalista, ele falou do novo profissional como um dj.
Desta leitura, parece-me que o jornalista já não é o repórter ou o produtor de conteúdos mas uma espécie de misturador de géneros e sem preocupações com a realidade. Contudo, não é essa a atitude das capas dos jornais parisienses e franceses de hoje, num repúdio pela tragédia de ontem. O trabalho do jornalista ainda é sobre a realidade. A visão de profeta de Deuze está a desvanecer-se?
Desta leitura, parece-me que o jornalista já não é o repórter ou o produtor de conteúdos mas uma espécie de misturador de géneros e sem preocupações com a realidade. Contudo, não é essa a atitude das capas dos jornais parisienses e franceses de hoje, num repúdio pela tragédia de ontem. O trabalho do jornalista ainda é sobre a realidade. A visão de profeta de Deuze está a desvanecer-se?
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Apresentação na secção de Rádio e Meios Sonoros - SOPCOM
Coimbra, Escola Superior de Educação. Nair Prata e colegas apresentavam a sua comunicação.
Amanhã, sob o título Programar a rádio pública portuguesa no começo da década de 1970. O papel do Conselho de Planeamento de Programas da Emissora Nacional (CPP), falarei desse órgão consultivo interno da rádio pública. Nele assentavam os principais dirigentes da estação, incluindo o presidente da Emissora Nacional, parte da sua direção e os chefes de divisão e repartição de programas, de informação e de música clássica e ligeira. Apesar de consultivo no estatuto, o CPP era o segundo órgão de poder da estação, a quem cabia aprovar a programação semanal da estação pública. Se a direção recebia orientações políticas de cima (presidente do Conselho de Ministros, Secretaria de Estado da Informação), o CPP aplicava essas orientações políticas no terreno, caso da informação e da música emitida. Historicamente, o período correspondeu a parte do governo de Marcelo Caetano (1968-1974), que sucedeu ao longo governo ditatorial de Oliveira Salazar (1932-1968). A investigação decorre da análise qualitativa de conteúdo a 126 atas de reuniões do CPP efetuadas entre Janeiro de 1969 e Dezembro de 1971, totalizando 431 páginas de texto dactilografado.
No intervalo, foi bom ver muitos dos colegas de investigação na área da comunicação. É o momento central celebratório - o reencontro, com a troca de informações sobre o que cada um faz e investiga. E ponto de partida para novas colaborações.
Amanhã, sob o título Programar a rádio pública portuguesa no começo da década de 1970. O papel do Conselho de Planeamento de Programas da Emissora Nacional (CPP), falarei desse órgão consultivo interno da rádio pública. Nele assentavam os principais dirigentes da estação, incluindo o presidente da Emissora Nacional, parte da sua direção e os chefes de divisão e repartição de programas, de informação e de música clássica e ligeira. Apesar de consultivo no estatuto, o CPP era o segundo órgão de poder da estação, a quem cabia aprovar a programação semanal da estação pública. Se a direção recebia orientações políticas de cima (presidente do Conselho de Ministros, Secretaria de Estado da Informação), o CPP aplicava essas orientações políticas no terreno, caso da informação e da música emitida. Historicamente, o período correspondeu a parte do governo de Marcelo Caetano (1968-1974), que sucedeu ao longo governo ditatorial de Oliveira Salazar (1932-1968). A investigação decorre da análise qualitativa de conteúdo a 126 atas de reuniões do CPP efetuadas entre Janeiro de 1969 e Dezembro de 1971, totalizando 431 páginas de texto dactilografado.
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Teatro radiofónico em 1974
Em 1974, ainda havia teatro radiofónico em Rádio Clube Português, como este recorte do Diário Popular, de 21 de setembro de 1974, mostra. Era uma tempo de experimentação, e o romance de Soeiro Pereira Gomes, Esteiros, era adaptado à rádio, em 23 episódios com quinze minutos cada. Dos atores, destaco Carmen Dolores, Maria do Céu Guerra, Rogério Paulo e Mário Sargedas. A direção de produção pertencia a Fernando Curado Ribeiro.
terça-feira, 10 de novembro de 2015
Museu do caminho de ferro (Madrid)
O Museo del Ferrocarril de Madrid tem como objetivos conservar, estudar e difundir o património histórico e cultural ferroviário. Atualmente, tem mais de 4800 peças que explicam a história do caminho de ferro em Espanha. Tem coleções de comboios a vapor, tração elétrica e diesel, além de salas específicas de relógios, modelismo e infraestutura. Ao domingo, uma feira de venda de comboios em miniatura e acessórios anima o espaço no Passeo de las Delicias.
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
5ª Divisão MFA
A sessão de apresentação do livro 5ª Divisão MFA. Revolução e Cultura, de Manuel Begonha, foi feita no dia 22 de outubro passado, na Casa da Imprensa. Begonha (1943), licenciado em Ciências Militares Navais, curso de Engenheiro Maquinista Naval, participou em todo o processo de 25 de abril de 1974 e foi membro da 5ª Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas, onde coordenou as campanhas de dinamização cultural.
Por isso, é importante ler a sua perspetiva da história de Portugal de há 40 anos. A minha pesquisa sobre a história da rádio em particular e dos media em geral conduziu-me ao livro. O primeiro registo da 5ª Divisão data de 28 de junho de 1974; a suspensão da 5ª Divisão seria a 25 de agosto de 1975. Dos nomes com mais impacto que ficaram dessa divisão seriam Varela Gomes, Ramiro Correia, Faria Paulino, Duran Clemente e Bouza Serrano. Este último seria presidente da Emissora Nacional.
Se o primeiro capítulo traça a história da 5ª Divisão e a perspetiva do autor quanto à história de Portugal no período de 1974-1975, os capítulos seguintes seguem aquilo a que Manuel Begonha identifica como as quatro atividades fundamentais: Comissão Dinamizadora Central (que ocupa o maior número de páginas), Centro de Esclarecimento e Informação Pública, Centro de Sociologia Militar e Centro de Relações Públicas. Do trabalho da Comissão Dinamizadora Central, o autor destaca a dinamização cultural nas áreas de artes plásticas e gráficas, teatro e fantoches, música, dança e canto, cinema, circo e apoio literário (p. 41). Begonha destaca a representação gráfica da revolução, que inclui obras de João Abel Manta, Marcelino Vespeira e Armando Alves (p. 48), e as brigadas móveis de cinema popular, coordenados, entre outros, por Vieira Marques e Vasco Granja (p. 56). As três fases das campanhas de dinamização cultural encontram-se apresentadas entre as páginas 60 e 76. Fico-me na descrição do que o autor chama de terceira fase (julho e agosto de 1975), que pretendia a descentralização dos meios de apoio técnico, a criação de órgãos regionais, a alfabetização em dez mil salas de aula e o apoio à reforma agrária (p. 73). Nessa página, Begonha dá conta da contestação militar à ação da 5ª Divisão e do episódio de jovens ligados às campanhas de alfabetização em Bragança, com rejeição popular e grande confusão.
[som de apresentação do livro 5ª Divisão MFA. Revolução e Cultura pelo autor, Manuel Begonha. Gravado com o telemóvel, o som não tem muita qualidade e audibilidade]
domingo, 8 de novembro de 2015
A História segundo José Miguel Sardica
Conforme o título, Verdade e Erro em História, de José Miguel Sardica, trata de História e do seu olhar e interpretação dos acontecimentos. Melhor, sobre a relação entre História e documentos, pelo que o livro abre com uma referência a Paul Veyne. O texto, de oito partes, incluindo a introdução e as conclusões, tem dois capítulos centrais em que identifica verdade, erro doloroso e mentira factual.
Mas o que eu mais gostei de ler foram os capítulos 2, 5 e 7, onde o autor estuda e opõe positivismo - em que história e passado se identificavam como uma só coisa - a história modernista ou tradicional - com forte tónica na pesquisa arquivística e de fontes primárias (p. 25) - e pós-modernismo - com libertação de toda a verdade e obrigação de manter algum grau de objetividade (p. 43).
No livro, há a defesa do segundo modelo, a história modernista, em que a disciplina ou ofício produz e ensina verdades relativas mas não ficcionais ou arbitrárias, fundadas no apuramento de factos objetivos e na sua articulação causal e lógica (p. 16). A partir de factos e das suas fontes, o historiador aproxima-se da realidade do passado (p. 17). O autor dá conta do conhecimento histórico enquanto matéria relativa e revisitável (p. 76). A crítica ao pós-modernismo é mais visível nas páginas 45-52, embora haja espaço para uma zona de convivência benéfica entre aquele e a história modernista (p. 79).
Além de reconstruir o mais fielmente o passado, ao historiador exige-se que a sua escrita seja elegante e atraente (p. 53).
Leitura: José Miguel Sardica (2015). Verdade e Erro em História. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa, 85 páginas
Mas o que eu mais gostei de ler foram os capítulos 2, 5 e 7, onde o autor estuda e opõe positivismo - em que história e passado se identificavam como uma só coisa - a história modernista ou tradicional - com forte tónica na pesquisa arquivística e de fontes primárias (p. 25) - e pós-modernismo - com libertação de toda a verdade e obrigação de manter algum grau de objetividade (p. 43).
No livro, há a defesa do segundo modelo, a história modernista, em que a disciplina ou ofício produz e ensina verdades relativas mas não ficcionais ou arbitrárias, fundadas no apuramento de factos objetivos e na sua articulação causal e lógica (p. 16). A partir de factos e das suas fontes, o historiador aproxima-se da realidade do passado (p. 17). O autor dá conta do conhecimento histórico enquanto matéria relativa e revisitável (p. 76). A crítica ao pós-modernismo é mais visível nas páginas 45-52, embora haja espaço para uma zona de convivência benéfica entre aquele e a história modernista (p. 79).
Além de reconstruir o mais fielmente o passado, ao historiador exige-se que a sua escrita seja elegante e atraente (p. 53).
Leitura: José Miguel Sardica (2015). Verdade e Erro em História. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa, 85 páginas
sábado, 7 de novembro de 2015
Arquivos sonoros
Entre Arquivos aborda, na próxima sessão, o tema dos arquivos sonoros, na Biblioteca António Rosa Mendes, na Universidade do Algarve, em Faro, no dia 28 de novembro, pelas 14:30, com a presença de Pedro Félix. A sessão conta com a parceria do Centro de Estudos Ataíde Oliveira.
Segundo a entidade organizadora do evento: "A frase, já tantas vezes repetida, ainda não produziu o efeito desejado: Portugal é um dos poucos países do mundo sem um arquivo nacional de som. Ao mesmo tempo, nunca estivemos tão próximo de concretizar essa realidade. Nesta comunicação procurarei traçar a história do tratamento do património sonoro em Portugal, com especial enfoque no processo conduzido pelo Museu do Fado visando a constituição do seu arquivo digital. Procurarei apresentar algumas das razões para a sua necessidade, colocar hipóteses para este sistemático esquecimento e sintetizar os projetos a curto e médio prazo — em fase de implementação ou a implementar — com vista à sua concretização".
Pedro Félix é investigador do Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança (FCSH-UNL) e colabora com o Museu do Fado, tendo realizado trabalhos sobre músicos e tecnologia, indústria da publicação e património sonoro. Co-coordenou a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX onde publicou mais de 50 verbetes. Integrou a equipa responsável pela elaboração da candidatura do Fado a Património Cultural Imaterial da UNESCO, coordenando e desenvolvendo o trabalho de terreno e o projeto fonográfico. Para mais informações: https://www.facebook.com/Entre-Arquivos-675331035821806/?fref=ts.
Segundo a entidade organizadora do evento: "A frase, já tantas vezes repetida, ainda não produziu o efeito desejado: Portugal é um dos poucos países do mundo sem um arquivo nacional de som. Ao mesmo tempo, nunca estivemos tão próximo de concretizar essa realidade. Nesta comunicação procurarei traçar a história do tratamento do património sonoro em Portugal, com especial enfoque no processo conduzido pelo Museu do Fado visando a constituição do seu arquivo digital. Procurarei apresentar algumas das razões para a sua necessidade, colocar hipóteses para este sistemático esquecimento e sintetizar os projetos a curto e médio prazo — em fase de implementação ou a implementar — com vista à sua concretização".
Pedro Félix é investigador do Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos em Música e Dança (FCSH-UNL) e colabora com o Museu do Fado, tendo realizado trabalhos sobre músicos e tecnologia, indústria da publicação e património sonoro. Co-coordenou a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX onde publicou mais de 50 verbetes. Integrou a equipa responsável pela elaboração da candidatura do Fado a Património Cultural Imaterial da UNESCO, coordenando e desenvolvendo o trabalho de terreno e o projeto fonográfico. Para mais informações: https://www.facebook.com/Entre-Arquivos-675331035821806/?fref=ts.
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Marina Nabais em Barcelona
De Seda, a nova criação da coreógrafa Marina Nabais, estreia amanhã dia 4 de novembro em Barcelona, onde se inaugura o IF Barcelona, Festival. Única presença nacional na primeira edição do IF Barcelona, o trabalho de Marina Nabais é destacado pela gestora do Festival Giulia Poltronieri, em comunicado ao El País, pela sua transversalidade a públicos da infância e adultos – marca presente no trabalho da coreógrafa desde 2008. O festival prolonga-se até 10 de Janeiro de 2016 com vasta programação multidisciplinar (informação e vídeo produzida pela própria coreógrafa).
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
Eixos comerciais urbanos
Não quero comparar Madrid com o Porto, dado serem cidades de dimensões muito distintas, mas notar tendências novas.
No passado dia 15 de outubro, na Gran Vía, em Madrid, abriu a loja Primark, o gigante irlandês do low cost, como noticia o El País de domingo. A avenida central de Madrid, além de cinemas e salas de espetáculos, integra outras multinacionais do têxtil como a H&M e a Inditex (melhor: as suas diferentes marcas), levando mesmo ao desaparecimento já nesta década de um dos seus mais emblemáticos cafés, como escrevi aqui. Logo ao lado, as ruas Montera e Fuencarral (já no bairro da Chueca) e a praça do Callao são responsáveis por um grande tráfego de peões, o que eleva o potencial comercial da zona - ou a sua reinvenção.
Já no Porto, a colina junto à torre e igreja dos Clérigos - sem a dimensão territorial da Gran Vía (ou da avenida da Liberdade, aqui em Lisboa) - está a assistir a uma revitalização comercial apreciável, resultado da estética urbana desde 2001, da transformação de antigos armazéns em espaços de convívio (restauração) e da velha praça de Lisboa, hoje igualmente espaço de convívio e de lojas, além do muito recente restauro da igreja dos Clérigos. Por ali, circulam muitos turistas falando francês - com sotaque do Canadá, onde a promoção turística tem sido forte, além do peso dos voos de companhias low cost, visível um pouco mais a leste da cidade, caso da saída de metro da rua Fernandes Tomás, na confluência com a rua de Santa Catarina.
Sobre o comércio na colina dos Clérigos, retiro do jornal Público parte de um texto sobre as lojas Marques Soares: "São 55 anos de história e de presença na baixa do Porto, 55 anos de sucesso, muito espírito de resistência e de crescimento. A Marques Soares abriu a 5 de Novembro de 1960, pelas mãos de António Marques Pinho e Manuel Soares Antunes, para se tornar, ao longo de décadas, numa empresa incontornável do comércio tradicional da cidade. Com portas abertas noutros pontos do país. Os sócios fundadores já trabalhavam juntos, nos Armazéns do Norte, dos quais detinham uma quota minoritária, quando decidiram abrir o seu próprio negócio – uma loja de tecidos, que se comprometia a dar qualidade ao vestuário de quem os visitasse. Hoje, a Marques Soares cresceu, não só na loja onde começou, como por outras ruas do Porto, e outros pontos do país, como Braga, Aveiro ou Beja. [...] Este novo impulso destaca-se também na revitalização que a Baixa portuense tem sofrido nos últimos anos, com impacto visível na zona dos Clérigos, onde a Marques Soares se instalou em 1960. [...] A viragem que acontece actualmente, com a revitalização da Baixa, novas lojas e novos conceitos, é vista com agrado pela Marques Soares".
As lojas de rua e o movimento de circulação das pessoas volta a ser considerado, após um longo período dos centros comerciais, dentro e à volta das cidades. A cultura da Europa reside desde há muito neste tipo de tráfego.
No passado dia 15 de outubro, na Gran Vía, em Madrid, abriu a loja Primark, o gigante irlandês do low cost, como noticia o El País de domingo. A avenida central de Madrid, além de cinemas e salas de espetáculos, integra outras multinacionais do têxtil como a H&M e a Inditex (melhor: as suas diferentes marcas), levando mesmo ao desaparecimento já nesta década de um dos seus mais emblemáticos cafés, como escrevi aqui. Logo ao lado, as ruas Montera e Fuencarral (já no bairro da Chueca) e a praça do Callao são responsáveis por um grande tráfego de peões, o que eleva o potencial comercial da zona - ou a sua reinvenção.
Sobre o comércio na colina dos Clérigos, retiro do jornal Público parte de um texto sobre as lojas Marques Soares: "São 55 anos de história e de presença na baixa do Porto, 55 anos de sucesso, muito espírito de resistência e de crescimento. A Marques Soares abriu a 5 de Novembro de 1960, pelas mãos de António Marques Pinho e Manuel Soares Antunes, para se tornar, ao longo de décadas, numa empresa incontornável do comércio tradicional da cidade. Com portas abertas noutros pontos do país. Os sócios fundadores já trabalhavam juntos, nos Armazéns do Norte, dos quais detinham uma quota minoritária, quando decidiram abrir o seu próprio negócio – uma loja de tecidos, que se comprometia a dar qualidade ao vestuário de quem os visitasse. Hoje, a Marques Soares cresceu, não só na loja onde começou, como por outras ruas do Porto, e outros pontos do país, como Braga, Aveiro ou Beja. [...] Este novo impulso destaca-se também na revitalização que a Baixa portuense tem sofrido nos últimos anos, com impacto visível na zona dos Clérigos, onde a Marques Soares se instalou em 1960. [...] A viragem que acontece actualmente, com a revitalização da Baixa, novas lojas e novos conceitos, é vista com agrado pela Marques Soares".
As lojas de rua e o movimento de circulação das pessoas volta a ser considerado, após um longo período dos centros comerciais, dentro e à volta das cidades. A cultura da Europa reside desde há muito neste tipo de tráfego.
domingo, 1 de novembro de 2015
Alcina
Ópera de Georg Friedrich Händel: numa ilha mágica, a feiticeira Alcina vive com Ruggiero, que, devido a uma feitiçaria esquece Bradamante. Esta, disfarçada de "Ricciardo", chega à ilha e começa a demolir o poder de Alcina. Morgana, a caprichosa irmã desta, igualmente dotada de poderes de feitiçaria, apaixona-se de "Ricciardo".
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