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Um dia, a modelo que Gerda contratou não apareceu. Ela usa o próprio marido, que aceita e (re)descobre, ao usar roupas de mulher, sentimentos de ordem de género sexual que o perturbam. Passa a representar um papel de mulher, acabando por ser considerado perigoso e doente e quase internado à força. Enquanto as obras expostas por Gerda ganham um sucesso inusitado, que a levam a Paris e a frequentar os meios artísticos de vanguarda, Einar definha. Até que o casal toma, de modo dramático, a decisão de mudança de sexo de Einar, que acaba com a morte por deficiências no tratamento médico.
O que mais me impressionou no filme é o trabalho de fotografia. Se a história retrata um tempo de repressões culturais e físicas, a imagem, incluindo planos, cores e movimentos, introduz um tempero estético e que leva à reflexão do que é uma cultura no tempo. O semelhante é aceite, o diferente é rejeitado. Se o desenrolar da história pode apresentar algum sentimento de repulsa (o filme foi proibido na Arábia Saudita por atentado moral), no fim há uma história de vida de grande sensibilidade. Aliás, no mesmo final do filme, há uma homenagem à posição pioneira de Einar Wegener.
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