Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sábado, 6 de agosto de 2016
Andor violeta
Andor violeta foi uma expressão que sempre achei, em simultâneo, fascinante e estranha. Significa apenas "põe-te a andar" ou "sai da minha frente, não me aborreças". Há outras expressões ou palavras igualmente curiosas como sertã (frigideira), "estar com o toco" (estar aborrecido) ou morcão (tonto ou estúpido). E ainda cruzeta (cabide), ferrar o jeco (fazer uma dívida), trolha (pedreiro) ou carago (caramba).
Estas e outras palavras fazem parte das entradas do livro lançado ontem no café Progresso (Porto), Dicionário do Calão do Porto, de João Carlos Brito (Porto, 1966). Licenciado em Línguas, Literaturas e Culturas Modernas, exerce a profissão de professor-bibliotecário na Escola Secundária de Gondomar. Em 2010, publicara Heróis à Moda do Porto, a que se seguiu em 2014 Lugares e Palavras do Porto. Agora é a vez do dicionário.
O autor é favorável aos regionalismos. Aquando da saída do livro anterior, ele defendia as marcas linguísticas regionais, as quais tendem a esbater-se devido à televisão. No lançamento do livro de ontem, foi um pouco mais longe e falou de centralismo de Lisboa. Mas elogiou marcas de identidade linguística dos madeirenses e açorianos, com vocábulos levados do Alentejo para aquelas paragens. Creio que, a par dos regionalismos da região portuense, deve haver um estudo das marcas linguísticas alentejanas.
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