quinta-feira, 23 de março de 2006

ÁGUAS COM SABORES (I)

Escrevi aqui
aqui que gosto de ler soft news, ou aquilo a que João Paulo Meneses, no seu Blogouve-se, chama features ou estórias (aqui, seguindo Nelson Traquina). Isto a propósito de textos editados no Público. Dentro deste capítulo, destaco o relevo dado pelo jornal a temas como moda e pirataria fonográfica (que recolhi nas semanas mais recentes e que procurarei recuperar e comentar).

Mas o tema de hoje, embora não seja o standard de soft news, tem a ver com uma notícia saída no dia 19, no mesmo jornal Público, intitulada Corrida aos sabores vence prémio de marketing, assinada por Inês Sequeira. O ponto de partida foram os prémios Portugal Marketing Awards 2005 (da APPM, Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing). A jornalista poderia escrever simplesmente que o prémio carreira foi para João Lagos (organizador do Estoril Open e do último Lisboa-Dakar), o prémio profissional de marketing para Fernando Oliveira (unidade de águas da Compal/Frize), e prémio jovem profissional de marketing para Susana Fernandes (azeites Sovena). Mas escolheu um ângulo que prende bem mais o leitor: as bebidas de água com sabores (e também o azeite).



E, assim, fica-se a saber que a Frize iniciou há quatro anos uma estratégia para criar tais bebidas. Primeiro, foram limão (2002), tangerina (2003), figo (apenas no Verão de 2004) e ananás (nesse mesmo ano de 2004). Já o ano passado, a Frize lançou bebidas com morango e maracujá. Parece que a estratégia está a ter resultados nas vendas, com o triplo face a 2003. Além disso, há meios alternativos de publicidade: elevadores, casas de banho, aviões.

Mas a concorrência, caso da Vidago, também se lançou nas águas com sabores. E quanto a volume de vendas, também subiu? Devo dizer que consumo uma determinada marca de água com gás; quando no supermercado só há água com gás a sabor, mudo de marca. Há sempre um reverso...


[continua]

1 comentário:

João Paulo Meneses disse...

Viva Professor, permita-me acrescentar isto: os dois exemplos que dá não são para mim soft news ou features. Pelo contrário, inserem-se - por aquilo que percebo como elitor - num reforço de estratégia do Público de falar (mais do que de ciências) em tecnologia. São questões importantes. As soft news, para mim, são apenas interessantes! (como os casos dos sopranos nos EUA ou a National Geographic em esloveno)