Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
PROVAS DE DOUTORAMENTO DE MARISA TORRES DA SILVA
RITUAIS, PROFISSIONALISMO E AUSTERIDADE
Já em Espanha, o vestuário específico dos membros do júri é um simples fato habitual de saída, com gravata. Do júri (cinco ou sete elementos) não faz parte o orientador. A sala está também aberta à presença do público, que assiste à apresentação prévia de síntese do trabalho pelo aluno e depois à réplica pelo júri, modelo próximo do português. O tempo de duração da prova é semelhante ao de Portugal. A cerimónia leva à festa: o candidato convida o júri para almoçar (o comer). Tive uma única mas inolvidável experiência na Complutense (Madrid).
Uma arguência muito recente no Reino Unido (Lincoln), deu-me outra visão: o júri tem apenas três membros (a presença de um quarto elemento é uma espécie de garantia de que tudo corre bem, sem qualquer intervenção nas provas e retirando-se antes da decisão da aprovação). Antes da prova, o júri reune, debate as questões mais salientes do trabalho a examinar ao vivo (diz-se viva) - as forças e as fraquezas do texto em discussão - e distribui as perguntas entre si, numa divisão clara de tarefas. Não é uma prova pública, pois apenas estão o candidato e o júri, com aquele a fazer um exame perante este, com uma duração entre uma e duas horas. Ao orientador é dada a permissão de estar presente na sala mas sem qualquer envolvência. O júri veste ainda mais informalmente que em Espanha. A prova começa exactamente com perguntas e não é dada a possibilidade ao candidato de fugir a uma pergunta (em Portugal, o arguente levanta um conjunto de perguntas e, por vezes, até indica que o aluno pode não responder a uma ou outra). No Reino Unido, o aluno sai com a recomendação de fazer emendas (em maior ou menor quantidade), de modo a melhorar o trabalho - o minor amendment. A crítica construtiva visa tornar o trabalho mais apto para a leitura pela comunidade científica [as imagens a seguir foram tiradas em Lincoln].
quarta-feira, 29 de julho de 2009
O MILHÃO CHEGOU HOJE
Ups, o milhão de visitantes veio mais cedo que eu previra. Chegou às 5:06:30, estava ainda a dormir, proveniente do Brasil à procura de texto sobre spots radiofónicos, que publiquei em 4 de Junho de 2009.
Com um milhão de visitantes no Indústrias, o que posso dizer? Atingi o último objectivo pretendido. O blogue serviu de complemento de aulas, no começo, permitiu conhecer outros blogueiros em almoços e jantares, contactos com alguns dos quais se transformaram em amizade, fiz duas conferências em países fora de Portugal, editei um livro com textos retirados do blogue, organizei um encontro de blogues na universidade, fui arguente de uma dissertação de mestrado sobre indústrias culturais. Agora alcancei um número simbólico de visitas.
Por isso, mereço férias. Talvez deixe de escrever com a regularidade destes anos, talvez me reforme da actividade. Estou contente. Até breve.
LIVRO SOBRE COMUNICAÇÃO E SAÚDE
Comunicação e Saúde é um livro organizado por Fernando Oliveira Paulino e editado pela Casa das Musas, em Brasília. No prefácio, indica-se que o livro apresenta múltiplas abordagens da comunicação para a promoção da saúde e que a publicação, juntamente com outros produtos audiovisuais elaborados por jovens de Planaltina, Varjão, Ceilândia e São Sebastião, resulta do projecto Saúde e Comunicação Comunitária apoiado pelo ministério brasileiro da Educação. De entre outros objectivos, o projecto visou ampliar o acesso aos media na promoção da saúde e estimular a criação de novas linguagens audiovisuais. Com o artigo "Blogues e a promoção da saúde", participei com muito agrado no projecto agora publicado.
Fernando Oliveira Paulino tem doutoramento em Comunicação pela Universidade de Brasília, é docente universitário e ouvidor (provedor) das rádios da Empresa Brasil de Comunicação EBC.
terça-feira, 28 de julho de 2009
FREQUÊNCIA DO CINEMA
Os dados indicam que, dos residentes no Continente com 15 e mais anos, 2,607 milhões costumam ir ao cinema, o que representa 31,4% do universo em estudo. O estudo revela grande diferenciação se analisada a idade dos entrevistados: os jovens são os que têm maior afinidade com o cinema, com 64,2% dos jovens dos 15 aos 17 anos a afirmarem ir com regularidade e 68,0% dos jovens dos 18 aos 24 anos a manifestarem igual interesse. 51,6% são mulheres, 66,6% são jovens com menos de 35 anos, 42,1% são estudantes ou quadros médios e superiores, 43,2% residem na Grande Lisboa ou Litoral Norte e 58,7% pertencem às classes sociais média ou média baixa. Dos espectadores, 29,3% vão ao cinema ao sábado, 13,4% à sexta-feira e 10,5% ao domingo.
PERTO DO MILHÃO
PÚBLICO
- A secretária já não é a mesma e até já mudou uma dúzia de vezes. A sala já não é a mesma e também já mudou uma boa meia dúzia de vezes. Os vizinhos de secretária mudaram, as secções mudaram. Nem o edifício é o mesmo. E a rua já não é a mesma. Nem sequer o bairro. E o jornal também já não é o mesmo.
Este é o começo da última crónica de José Vítor Malheiros no Público enquanto jornalista daquele diário, "autor da casa", como escreveu. Ele, em Setembro e em princípio, regressa apenas como cronista.
Nos vinte anos que levou de Público, o jornalista diz que assistiu a uma profunda revolução na informação. Na crónica assinada hoje, fala de equipas que coordenou: "Passámos muitas horas febris a discutir entusiasmados os novos desafios à frente dos nossos olhos - num tempo onde havia tempo e alma para discutir". E lembrou o "capitão que iniciou o que foi uma bela aventura, Vicente Jorge Silva". Habituei-me a ler José Vítor Malheiros, a respeitá-lo. Como ele diz a propósito do capitão e da forma de escrever jornalismo: "com honra e com paixão, usando do bom senso e sem abdicar do bom gosto, com rigor e ao serviço do público, com imaginação e com irreverência, com sentido crítico e sem subserviência perante nenhum poder".
Sim, o Público mudou. O jornal está muito estranho. Começo a não o reconhecer.
ARQUITECTURA ROMENA
TEATRO EM SÃO PAULO
segunda-feira, 27 de julho de 2009
UBICINEMA
O formulário para a inscrição das propostas de comunicações está disponível aqui.
PRÉMIOS DE AQUISIÇÃO NA XV BIENAL DE ARTE INTERNACIONAL DE CERVEIRA
1) aquisições patrocinadas pela Câmara Municipal de V.N.Cerveira e Lavazza: Em cima da terra e debaixo do céu, de Isaque Pinheiro, Sem título e Sem título, ambos de Milica Rakic, três peças da série Escavação, de Samuel Rama, Interestrelar, de André Sier, Sem título (da série The strong man, de Mário Ambrózio), Limit II, de Marta Moura, No-Return 7, de Pavel Forman, e Auto-Retratos Modernos Latino Americanos/Europeus (Malevich), de Albano Afonso,
2) aquisição Águas do Minho e Lima: Parade of Vanity, de M.Fagundes Vasconcelos,
3) Prémio I.P.J – Instituto Português da Juventude – Obra de Arte Digital, em ex-aequo: Lemeh 42 e Marcin Dudek.
PEÇA NO TEATRO ABERTO
REMODELAÇÃO NA DIRECÇÃO DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Fonte: Meios & Publicidade.
FESTIVAL DE PROGRAMAS AUDIOVISUAIS
Para saber mais, ver em FIPA e no Facebook.
domingo, 26 de julho de 2009
CANAIS GENERALISTAS NÃO VÃO MORRER
PROMOÇÃO MUSICAL EM PORTUGAL
Foi em 1991 que se criou a promotora Música no Coração, de Luís Montez e Álvaro Covões, doravante a grande organizadora de espectáculos. A reedição do Festival de Mouros (1996) e do Festival do Sudoeste, na Zambujeira do Mar (1997), foram marcas de água da empresa. Depois, em 2007, os dois sócios separaram-se e Covões criou a Everything Is New. Montez controla o Festival do Sudoeste e o Super Bock Super Rock, Covões o Optimus Alive. Daquele a notícia não indica os ganhos, deste diz que detém 30% do mercado, incluindo os espectáculos realizados pelo Estado e por autarquias. Covões tem dez colaboradores permanentes, Montez tem estações de rádios como a Radar e a Oxigénio. Por norma, o artista ganha cerca de 90% das receitas e o promotor fica com 10%. A queda de vendas de discos levou os artistas a darem mais concertos. Os promotores, além dos contactos com os músicos, procuram sempre patrocinadores, entidades que apoiam os custos de produção dos espectáculos.
MUSICAIS
Depois, nos teatros e salas de espectáculos ingleses há uma democrática venda de bebidas e gelados dentro da plateia, antes do começo da exibição e nos intervalos. Isso inclui vinho e cerveja. Recordo-me que, num outro ano, num musical, junto a nós duas jovens bebiam vinho à vontade e exalavam um cheiro quase insuportável. Num concerto dos Promenade, no Royal Albert Hall, os espectadores da arena comportavam-se do mesmo modo. Para além do bilhete de ingresso na sala, a bebida constitui igualmente uma receita importante. Proíbidos são o consumo de tabaco e as conversas entre a assistência.
Tudo isto lembra-me o livro de Richard Butsch (2008), The citizen audience. Crowds, publics, and individuals, onde o autor traça a evolução das indústrias criativas e sua relação com a expressão nos espaços públicos e destaca a lenta evolução das salas (teatro, cinema), espaços inicialmente barulhentos e onde era permitido comer e beber para sítios recomendáveis e locais de cultura por excelência.
sábado, 25 de julho de 2009
FÃS
Racional do fã: 1) todo o mundo é fã de qualquer coisa, 2) há estrelas e fã por causa dos media, 3) o fã tem níveis diferenciados de envolvimento (até ao topo, a obsessão), 4) a relação entre fã e estrela exige que esta tenha uma produção ou esteja envolvida numa linha contínua de novidade e/ou extravagância e/ou polémica, e 5) relação com a estrela sempre actualizada.
PEDRO LINO E "ART DOESN'T CHANGE ANYTHING"
Há imagens da exposição disponíveis no blogue do autor (de onde retirei algumas) e imagens-videos dos trabalhos no sítio do autor (daqui tirei um pequeno vídeo).
sexta-feira, 24 de julho de 2009
MUSEU DO DESIGN (LONDRES)
Super Contemporary é uma das exposições temporárias actualmente patente no Museu do Design em Londres, numa parceria do museu com a Beefeater 24, onde se patenteia o design visionário dos criadores londrinos ao longo das últimas quatro décadas. A outra exposição mostra a criação do catalão Javier Mariscal.
ACORDO SIC E PT
Isto significa mais produção e desenvolvimento de conteúdos próprios para a SIC e aproveitamento do investimento em fibra óptica para a Portugal Telecom. Além dos canais temáticos já em funcionamento - Notícias, Mulher e Radical, disponíveis quer no Meo (PT) quer na ZON -, a partir do começo do próximo ano, haverá a distribuição de um canal infantil. O acordo engloba ainda a internet, com os sítios da SIC a passarem para a rede Sapo (PT).
O acordo surge quase um mês depois da PT ter falhado a compra de uma participação na TVI (Media Capital). O blogueiro tinha preconizado uma associação (ou aquisição) entre as duas empresas, após a possível compra da TVI ter sido liminarmente rejeitada pelo governo, após acusações da oposição parlamentar. Agora, que não se deve esperar nova reacção política, é previsível (especula o blogueiro) um melhor alinhamento de um putativo outro bloco - o da TVI com a ZON -, dados os investimentos e a necessidade de maior cooperação entre telecomunicações interactivas e media.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
MERCADO DO BOM SUCESSO, PORTO
Fernando Sá, Presidente da Associação de Feiras e Mercados da Região Norte, Paula Sequeiros e Pedro Figueiredo são um grupo de cidadãos que decidiu opor-se à demolição do Mercado do Bom Sucesso para que ali se construa um hotel, um "shopping", escritórios e um parque de estacionamento. As formas são de um abaixo-assinado - em que se manifestam contra a incapacidade de gestão do património público revelada pela Câmara Municipal do Porto - e do blogue Mercado do Bom Sucesso Vivo, onde se podem observar fotos de mercados congéneres de Valência, Barcelona, Toulouse, Londres, Hamburgo e Veneza, em plena actividade.O Bom Sucesso é apenas mais um edifício notável posto à venda após a tentativa falhada de destruição do Mercado do Bolhão e do recente negócio do Pavilhão Rosa Mota, que incluiu, no mesmo pacote, a alienação de parte dos jardins do Palácio de Cristal [texto e imagem de Carlos Romão].
Assine a petição.
MSN
O Messenger (MSN), aplicação da Microsoft que estabelece contacto em tempo real entre pessoas, nasceu há dez anos. Hoje, tem 330 milhões de utilizadores e a concorrência de aplicações como o Skype e o Google Chat (Público Última Hora).
MITO - MOSTRA INTERNACIONAL DE TEATRO DE OEIRAS
Mostra Internacional de Teatro de Oeiras (MITO), de 3 a 13 de Setembro. Mais informações: sítio do MITO.
FUTURISMO
No futurismo, os seus autores inspiraram-se em Bergson, cujo argumento se poderia sintetizar em consciência em fluxo criando uma simultaneidade de experiência. Os futuristas elogiam a luz eléctrica nas ruas das cidades, mas também os comboios rápidos e os fios do telégrafo enquanto exaltação do futuro. Os futuristas viam na comunicação os elementos fundamentais para a sua arte de vanguarda. Aliás, Marcel Duchamp, entre outros, partilhava com os futuristas o gosto e admiração pelas máquinas. Na exposição de 1912, os pintores do movimento escreveram no catálogo sobre a deslocação e o desmembramento dos objectos, o derrame e a fusão de detalhes livres da lógica dominante, independentes de outros.
Em Luigi Russolo (La Rivolta, 1911; imagem retirada do sítio Mart e figura central do cartaz da exposição na Tate Modern, em Londres), a multidão é apresentada como massa anónima, sem distinção de qualidades e qualquer contexto social ou político. Mas, apesar desta obra, a política exerceu fascínio sobre o movimento, nomeadamente a sua atracção pela guerra (a guerra representa purga e limpeza dos males), a misoginia e a trágica transformação de ideais anarquistas no fascismo.
A exposição, muito bem organizada e com um bom catálogo, resulta de uma concepção do Centre Pompidou (Paris), da Scuderie del Quirinale (Roma) e da Tate Modern (Londres), tendo já estado nas duas primeiras cidades.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
A GRIPE, OS NÚMEROS E O QUE MUDOU NELA
Margaret Chan, a principal responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS), nasceu em Hong Kong há 62 anos, num ano do porco no calendário chinês. Começou por ensinar economia, chinês e inglês, quando o seu namorado foi estudar medicina para o Canadá. Ela seguiu-o, mas como ele tinha pouco tempo para lhe dedicar, por ocupado nas aulas, acabou por ingressar também em medicina. Licenciados, regressaram a Hong Kong. Mais tarde, Chan foi nomeada directora de saúde, à frente de uma equipa de sete mil pessoas. Por ela passou a condução da informação da gripe das aves - aquele ameaça vinda do oriente que nunca cá chegou. Ela, que continuou a comer frango, mandou matar 1,5 milhões de aves. Estávamos em 2003.
Logo depois, a senhora Chan - em fotografia aqui ao lado (de Laurent Gillieron, publicada no Guardian, de 16 de Julho último, de onde retiro toda a informação a partir de notícia de Aida Edemarian) - tornou-se a primeira chinesa a concorrer (e ganhar) a liderança de uma agência das Nações Unidas, a OMS. Corria o ano de 2006. 2007 foi, de novo, o ano do porco no calendário chinês. E, a 11 de Junho de 2009, ela tornava-se a primeira pessoa na OMS em 41 anos a anunciar ao mundo o aparecimento de um novo vírus a atingir proporções de pandemia. Um relatório de 2007 daquela agência da ONU previa uma pandemia de gripe que poderia afectar um quarto da população do mundo. Claro que há grupos e países de maior risco: grávidas, pessoas entre os 30 e os 50 anos; países com taxas elevadas de doenças como VIH, desnutrição ou diabetes ou com grandes concentrações populacionais em cidades.
O quadro está quase traçado. Primeiro, Chan tem experiência em gripes associadas a animais: a primeira não terá tido impacto, a segunda certamente. Mas não nos podemos esquecer que ela mandou abater frangos. Segundo, a mutação do nome da gripe. Todos nos lembramos que começou por se chamar gripe mexicana, dado o primeiro surto ter nascido lá. Os mexicanos reagiram - e bem -, em especial os que têm interesses turísticos. Depois passou a chamar-se gripe suína. Por razões religiosas, os muçulmanos não usaram essa designação. A um outro nível, os produtores de porcos devem ter exercido pressão, pois não queriam associar o animal a uma possível quebra de vendas. Gripe A é mais simpático porque não há defensores da letra A, ou de outra letra ou número. Mas o número da gripe é H1N1, saúde em inglês e número um, o que é significativo. A designação H1N1 tem a assinatura da senhora Chan. Terceiro, a produção de Tamiflu, o antiviral já preparado desde o tempo da ameaça da gripe das aves, tem sido enorme. Só a Roche produziu 5,6 milhões de doses para o mundo desenvolvido e Margaret Chan quer mais 5 a 6 milhões de doses para os países pobres ou em vias de desenvolvimento. Por lembrança, há anualmente entre 250 e 500 mil pessoas que falecem com a gripe sazonal, número que não inclui os que morrem por dificuldades respiratórias ou ataques de coração. Quarto, os media foram obedientes a mudar a designação da gripe, a retirar-lhe carga conotativa, a higienizar o nome. Do mesmo modo, os media contabilizam dia a dia o número, como a notícia que encabeça esta mensagem (apesar da jornalista indicar que muitas pessoas já estão livres de perigo, fala em boa notícia: os casos assinalados hoje são importados, como se importado ou exportado fosse distinto). Isto é a estratégia da prevenção: aumentar o número. Em campanhas anteriores, mensurava-se o número dos diabéticos, dos doentes cancerosos por causa do tabaco, dos estropiados pelos acidentes de viação. A estratégia da prevenção aproxima-se da propaganda, e os media, de modo ligeiro, vão atrás.
Observação: não sou adepto de qualquer teoria da conspiração. Logo não digo que a senhora Chan exagerou, como no caso da gripe das aves. Mas a gripe pode ter interessados. Numa altura em que se põe em causa a ida dos americanos à Lua, com o argumento "então se eles foram há 40 anos porque não voltaram?", também se pode contestar a gripe, os seus nomes e os seus números. Espero que a agenda noticiosa mude e haja outras notícias.
INVESTIMENTO PUBLICITÁRIO
Fonte: Meios & Publicidade.
terça-feira, 21 de julho de 2009
TATUAGENS
DE COROT A MONET
A exposição Corot to Monet, na National Gallery (Londres), mostra quanto os impressionistas devem à tradição de pintar ao ar livre. A colecção de paisagens francesas da National Gallery abrange o período do naturalismo do começo do século XIX até às críticas ao impressionismo, com pinturas de Jean-Bapiste-Camille Corot, Simon Denis e Pierre Henri Valenciennes, pintores que estiveram em Roma e representaram paisagens em Campagna. A exposição mostra também obras da chamada Escola de Barbizon e pintores como Théodore Rousseau, Jean François Millet e Narcisse-Virgilio Diaz de la Peña.
Do meu ponto de vista, não é uma exposição grandiosa, dada a dimensão dos quadros (composições pequenas, raramente expostas, e que poderiam servir de modelo a obras maiores, ensaios ao ar livre em Itália, na floresta, junto à natureza). Também as salas não ajudam nem o catálogo. A meu ver, o vídeo que traça a história desse período é um elemento suplementar de elevado valor.
Mais informações no sítio da National Gallery.
MÚSICA DOS TOQUES DO CARAMULO
Para saber mais, ver em Toques do Caramulo, D'Orfeu e D'Orfeu.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
LICENCIATURAS EM VIDEOJOGOS
REFLEXÕES CURTAS - III
REFLEXÕES CURTAS - II
Apesar de não ser fã da forma de fazer jornalismo do 24 Horas, desejo as maiores felicidades ao Nuno.
REFLEXÕES CURTAS - I
Acaba ele o seu texto desta forma:
- Um dia, mesmo em novo auge da febre digital, talvez se leiam coisas como: "Renove a sua fé na imprensa. Sinta o subtil toque do papel, o inimitável som do virar das páginas, compre jornais!" Porque vinil preto e papel branco ainda não são coisas para deitar fora.
COMO NELSON RIBEIRO VÊ AS EMISSÕES DA BBC PARA PORTUGAL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
O centro da dissertação está na página 403. Na minha opinião, oferece uma brilhante conclusão: "Ao combinar a utilização da imprensa, a censura directa e a pressão diplomática, o Estado Novo tentou influenciar as emissões britânicas para Portugal". Conforme Ribeiro afirma mais adiante, Salazar teve uma interferência indirecta na BBC (p. 415). A BBC era uma estação muito apreciada pelos ouvintes portugueses devido à sua política de verdade. No entanto, no que respeita à questão da Armando Cortesão, um refugiado político na Inglaterra a trabalhar para a BBC, o regime de Salazar foi capaz de exercer a sua influência e conseguiu que fosse despedido. Se Salazar não usou directamente a rádio para discursos, foi capaz de manipular o seu uso, estendendo o seu peso a uma rádio que se reclamava livre e isenta.
domingo, 19 de julho de 2009
A MORTE DE PINA BAUSCH
Pina Bausch nasceu em 1940 e morreu agora. Os jornais deram muito destaque a esta bailarina que revolucionou a dança. Várias vezes passou em Lisboa (reproduzo parcialmente a capa da revista "Actual" do Expresso de 4 de Julho último).
Retiro uma frase do texto de Cláudia Galhós no referido número da revista: "Nessas passagens [por Lisboa], ela não dava entrevistas. Era uma mulher silenciosa, de silhueta frágil, consumida por um mundo de emoções".