A 6 de Agosto próximo, com o patrocínio da Gerdau e co-patrocínio da Vivo, volta na temporada no Espaço Cultural Vivo – Teatro Vivo (Av. Dr. Chucri Zaidan, 860 - Morumbi, São Paulo), o espectáculo de dança infanto-juvenil da Companhia Druw "Vila Tarsila", dirigido por Miriam Druwe e Cristiane Paoli Quito. Num roteiro que valoriza o lúdico, "Vila Tarsila" coloca luzes nas memórias de infância de Tarsila do Amaral, e remonta a sua trajectória criativa, desde as suas primeiras impressões sobre cores e formas, até as origens dos elementos que influenciaram directamente em sua criação artística (fotos Marco Lima).
Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
FESTIVAL MATERIAIS DIVERSOS
De 21 a 30 de Outubro de 2011, em Alcanena, Minde e Torres Novas, decorre a 3ª edição do Festival internacional de artes performativas Materiais Diversos. Para Tiago Guedes, director artístico, a próxima edição "será mais compacta e mais centrada nos artistas, nos seus trabalhos, nas suas escolhas e nas suas palavras. A programação será repartida entre Alcanena, Minde e Torres Novas e o já emblemático Ponto de Encontro do festival será em Minde, na Grafiminde. A ímpar colaboração das populações, das suas associações, dos patrocinadores e, particularmente, da Câmara Municipal de Alcanena e do Ministério da Cultura, através da Direcção Geral das Artes, permitiu colocar o Festival Materiais Diversos no mapa internacional dos festivais de artes performativas e distinguir o concelho de Alcanena como impulsionador de um festival que quer ser cruzamento de multiplicidades locais e aventuras transnacionais" (informação disponibilizada pela organização do evento).
A Materiais Diversos é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura/Direcção Geral das Artes, em residência na ZDB – Galeria Zé dos Bois / Lisboa e no Cine – Teatro São Pedro / Alcanena. É membro da REDE – Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea e da Rede Portuguesa da Fundação Anna Lindh. Ver mais em http://www.materiaisdiversos.com/ e http://www.facebook.com/pages/Materiais-Diversos/120850496776.
A Materiais Diversos é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura/Direcção Geral das Artes, em residência na ZDB – Galeria Zé dos Bois / Lisboa e no Cine – Teatro São Pedro / Alcanena. É membro da REDE – Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea e da Rede Portuguesa da Fundação Anna Lindh. Ver mais em http://www.materiaisdiversos.com/ e http://www.facebook.com/pages/Materiais-Diversos/120850496776.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
JOÃO MANUEL ROCHA: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE O JORNALISMO DE CAUSAS
Livro que, no essencial, resulta de uma dissertação de mestrado no ISCTE, o texto agora publicado por João Manuel Rocha Quando Timor-Leste foi uma causa tem como pergunta de partida: porque deram os media tanta atenção à crise de Timor em 1999? Recorde-se que, nessa época, foi lançado um referendo à população, que indicou querer a independência face aos ocupantes indonésios. Seguiu-se um banho de sangue que levou a comunidade internacional a pressionar o poder da Indonésia a retirar as suas forças militares do território de administração portuguesa. O asssunto teve uma grande repercussão nos media portugueses na fase a seguir ao referendo.
Os jornais estudados João Manuel Rocha (Público, Diário de Notícias) tomaram uma atitude longe do distanciamento assente nos rituais da objectividade (p. 97) e preferiram o envolvimento e o posicionamento (p. 101). O autor escolheu aqueles jornais devido a critérios distintivos: sobriedade e distanciamento (p. 65). O período estudado foi o de 1 de Agosto a 15 de Outubro de 1999, aquando do referendo naquela ilha do Pacífico. O investigador fez um subgrupo de análise para estudo das fontes entre 29 de Agosto e 6 de Setembro e um outro sobre os editoriais escritos sobre o tema. O trabalho divide-se em duas partes: usar instrumentos para perceber a preponderância de Timor no fluxo noticioso e os contornos que assumiu; procurar compreender as questões editoriais (p. 25). No final do seu livro, escreve o autor: "quando se inscrevem na esfera do consenso, os mecanismos do paradigma jornalístico do distanciamento são relativizados e é menos escamoteada a condição dos media como actores do espaço público? [...] Como se as causas noticiadas pudessem, nestes contextos, ser também as causas dos jornais" (p. 186).
A um bem construído capítulo de história de Timor Leste sucedem-se capítulos, geralmente curtos, sobre os media (poder mediático, opinião pública, agendamento, valores-notícia e newsmaking, monotema noticioso, tematização em Luhmann enquanto instrumento de selecção de temas que compõem a estrutura temática, actores do espaço público, esfera de consenso em Hallin). O autor fala em grande número de notícias num período curto (eu chamaria a isto momento crucial, momento quente, momento de relevância e grande densidade), a que se sucede o que designa por kairos (no caso, quando a tematização mudou e o assunto Timor perdeu a relevância). O autor trabalha ainda com os conceitos de lugar declarado e posicionamento assumido (conceitos emprestados pelas ciências da linguagem e pela semiótica) quando se refere aos editoriais e títulos referenciais (Mouillaud), que denunciam (denotam parecia-me mais elegante) a linha editorial do jornal – “o lugar onde se situam como sujeitos de enunciação” (p. 29) – e títulos informacionais (anafóricos por definição, dado que relacionam um saber anterior e um saber novo) (p. 109). O momento de início da tematização foi o massacre de Santa Cruz (12.11.1991), o kairos a morte da fadista Amália Rodrigues (7.10.1999). Exemplos de títulos referenciais: a hora da verdade, os dias do terror, os dias da esperança, os dias da reconstrução (p. 112). O impacto da tematização e do monotema Timor foi de tal ordem que as eleições legislativas de Outubro de 1999 foram subalternizadas, ou “ocultadas” da política nacional (p. 86; p. 185).
João Manuel Rocha considera que Timor-Leste (após o massacre do cemitério em 1991 e o referendo em 1999) constituiu um duplo acontecimento – porque aconteceu, porque os media fizeram entrar o tema na agenda pública (p. 77). Seguindo Mário Mesquita, que cita, diz que duplo acontecimento mediático quer dizer um desdobramento em notícia e cerimónia. O trabalho dos media pode fornecer aos indivíduos oportunidades de identificação, integração e reforço social – no caso, quanto a Timor (p. 88). A informação é substituída pela emoção, ou pelo relacional, escreve também o autor (p. 115; p. 179). Para ele, o elemento emotivo faz parte do código genético da imprensa popular que apela ao sensacional e ao espectacular, mas que pode chegar aos jornais de referência (p. 117). Isso conduz à perda da ideia de objectividade como contrapartida do imediatismo e da interactividade. A onda de violência que se seguiu à divulgação de resultados do referendo operou uma viragem na opinião pública mediada pelos jornais e pela televisão, nomeadamente no nosso país (p. 175) (ver abaixo capa do jornal Público de 19.11.1991).
O capítulo 16 traz um contributo interessante: os traços das personagens jornalísticas divididas entre herói ou o líder que só queria ser um homem comum (Xanana Gusmão) e vilão com um perfil belicista, bárbaro e negativo (Eurico Guterres), necessariamente uma construção dos media atendendo ao posicionamento (o primeiro como independentista, o segundo como integracionista, colaborador da Indonésia, país agressor) (p. 184). Estes perfis podem ser lidos em conjunto com outra observação do livro, a da permeabilidade das notícias aos rumores, alguns dos quais eram desmentidos depois (p. 157).
O livro está muito bem estruturado, usa a bibliografia mais relevante (caso de uma tese de mestrado de Graça Matos, apesar de não dar o relevo merecido ao trabalho de Rui Marques, Timor-Leste: o agendamento mediático, que o autor só teve conhecimento após a escrita da dissertação) e ilustra o modo como se fazem as notícias: subjectivas, às vezes com emoção e com sentimentos, resultado da cultura mais vasta que é a da sociedade.
Leitura: João Manuel Rocha (2011). Quando Timor-Leste foi uma causa. Coimbra: MinervaCoimbra
Observação: eu escrevi sobre o tema aqui e aqui, a partir do livro de Rui Marques.
Os jornais estudados João Manuel Rocha (Público, Diário de Notícias) tomaram uma atitude longe do distanciamento assente nos rituais da objectividade (p. 97) e preferiram o envolvimento e o posicionamento (p. 101). O autor escolheu aqueles jornais devido a critérios distintivos: sobriedade e distanciamento (p. 65). O período estudado foi o de 1 de Agosto a 15 de Outubro de 1999, aquando do referendo naquela ilha do Pacífico. O investigador fez um subgrupo de análise para estudo das fontes entre 29 de Agosto e 6 de Setembro e um outro sobre os editoriais escritos sobre o tema. O trabalho divide-se em duas partes: usar instrumentos para perceber a preponderância de Timor no fluxo noticioso e os contornos que assumiu; procurar compreender as questões editoriais (p. 25). No final do seu livro, escreve o autor: "quando se inscrevem na esfera do consenso, os mecanismos do paradigma jornalístico do distanciamento são relativizados e é menos escamoteada a condição dos media como actores do espaço público? [...] Como se as causas noticiadas pudessem, nestes contextos, ser também as causas dos jornais" (p. 186).
A um bem construído capítulo de história de Timor Leste sucedem-se capítulos, geralmente curtos, sobre os media (poder mediático, opinião pública, agendamento, valores-notícia e newsmaking, monotema noticioso, tematização em Luhmann enquanto instrumento de selecção de temas que compõem a estrutura temática, actores do espaço público, esfera de consenso em Hallin). O autor fala em grande número de notícias num período curto (eu chamaria a isto momento crucial, momento quente, momento de relevância e grande densidade), a que se sucede o que designa por kairos (no caso, quando a tematização mudou e o assunto Timor perdeu a relevância). O autor trabalha ainda com os conceitos de lugar declarado e posicionamento assumido (conceitos emprestados pelas ciências da linguagem e pela semiótica) quando se refere aos editoriais e títulos referenciais (Mouillaud), que denunciam (denotam parecia-me mais elegante) a linha editorial do jornal – “o lugar onde se situam como sujeitos de enunciação” (p. 29) – e títulos informacionais (anafóricos por definição, dado que relacionam um saber anterior e um saber novo) (p. 109). O momento de início da tematização foi o massacre de Santa Cruz (12.11.1991), o kairos a morte da fadista Amália Rodrigues (7.10.1999). Exemplos de títulos referenciais: a hora da verdade, os dias do terror, os dias da esperança, os dias da reconstrução (p. 112). O impacto da tematização e do monotema Timor foi de tal ordem que as eleições legislativas de Outubro de 1999 foram subalternizadas, ou “ocultadas” da política nacional (p. 86; p. 185).
João Manuel Rocha considera que Timor-Leste (após o massacre do cemitério em 1991 e o referendo em 1999) constituiu um duplo acontecimento – porque aconteceu, porque os media fizeram entrar o tema na agenda pública (p. 77). Seguindo Mário Mesquita, que cita, diz que duplo acontecimento mediático quer dizer um desdobramento em notícia e cerimónia. O trabalho dos media pode fornecer aos indivíduos oportunidades de identificação, integração e reforço social – no caso, quanto a Timor (p. 88). A informação é substituída pela emoção, ou pelo relacional, escreve também o autor (p. 115; p. 179). Para ele, o elemento emotivo faz parte do código genético da imprensa popular que apela ao sensacional e ao espectacular, mas que pode chegar aos jornais de referência (p. 117). Isso conduz à perda da ideia de objectividade como contrapartida do imediatismo e da interactividade. A onda de violência que se seguiu à divulgação de resultados do referendo operou uma viragem na opinião pública mediada pelos jornais e pela televisão, nomeadamente no nosso país (p. 175) (ver abaixo capa do jornal Público de 19.11.1991).
O capítulo 16 traz um contributo interessante: os traços das personagens jornalísticas divididas entre herói ou o líder que só queria ser um homem comum (Xanana Gusmão) e vilão com um perfil belicista, bárbaro e negativo (Eurico Guterres), necessariamente uma construção dos media atendendo ao posicionamento (o primeiro como independentista, o segundo como integracionista, colaborador da Indonésia, país agressor) (p. 184). Estes perfis podem ser lidos em conjunto com outra observação do livro, a da permeabilidade das notícias aos rumores, alguns dos quais eram desmentidos depois (p. 157).
O livro está muito bem estruturado, usa a bibliografia mais relevante (caso de uma tese de mestrado de Graça Matos, apesar de não dar o relevo merecido ao trabalho de Rui Marques, Timor-Leste: o agendamento mediático, que o autor só teve conhecimento após a escrita da dissertação) e ilustra o modo como se fazem as notícias: subjectivas, às vezes com emoção e com sentimentos, resultado da cultura mais vasta que é a da sociedade.
Leitura: João Manuel Rocha (2011). Quando Timor-Leste foi uma causa. Coimbra: MinervaCoimbra
Observação: eu escrevi sobre o tema aqui e aqui, a partir do livro de Rui Marques.
VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL OBITEL
Realizado pelo Observatório Iberoamericano da Ficção Televisiva (Obitel), vai decorrer o VI Seminário Internacional do Obitel na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, nos dias 19 e 20 de Setembro de 2011. Como conferencistas, estarão presentes Eduardo Cintra Torres (Centro de Estudos de Comunicação e Cultura, da Universidade Católica Portuguesa) e Isabel Ferin Cunha (Universidade de Coimbra e Centro de Investigação Media e Jornalismo).
Os expositores (investigadores responsáveis pelo trabalho feito em cada país) são Isabel Ferin Cunha e Catarina Duff Burnay (Portugal, Universidade de Coimbra, Universidade Católica Portuguesa), Gustavo Aprea e Mónica Kirchheimer (Argentina, (Universidad Nacional de General Sarmiento, Instituto Universitario Nacional del Arte), Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Maria Cristina Mungioli (Brasil, Universidade de São Paulo), Borys Bustamante e Fernando Aranguren (Colombia, Universidad Distrital Francisco José de Caldas), César Herrera e Alexandra Ayala (Equador, Ciespal), Charo Lacalle (Espanha, Universidad Autónoma de Barcelona), Juan Piñón (Estados Unidos, New York University), Guillermo Orozco Gómez (México, Universidad de Guadalajara), Rosario Sánchez (Uruguay, Universidad Católica del Uruguay) e Morella Alvarado (Venezuela, Universidad Central de Venezuela).
Os expositores (investigadores responsáveis pelo trabalho feito em cada país) são Isabel Ferin Cunha e Catarina Duff Burnay (Portugal, Universidade de Coimbra, Universidade Católica Portuguesa), Gustavo Aprea e Mónica Kirchheimer (Argentina, (Universidad Nacional de General Sarmiento, Instituto Universitario Nacional del Arte), Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Maria Cristina Mungioli (Brasil, Universidade de São Paulo), Borys Bustamante e Fernando Aranguren (Colombia, Universidad Distrital Francisco José de Caldas), César Herrera e Alexandra Ayala (Equador, Ciespal), Charo Lacalle (Espanha, Universidad Autónoma de Barcelona), Juan Piñón (Estados Unidos, New York University), Guillermo Orozco Gómez (México, Universidad de Guadalajara), Rosario Sánchez (Uruguay, Universidad Católica del Uruguay) e Morella Alvarado (Venezuela, Universidad Central de Venezuela).
quarta-feira, 27 de julho de 2011
SAMSUNG
O SIM – Movimento pela Criatividade em Portugal é um projecto desenvolvido pela Samsung que procura promover e impulsionar o desenvolvimento da criatividade em Portugal. Segundo informação recebida desta empresa, ela "definiu como estratégia prioritária a aposta nas Indústrias Criativas, de forma a aumentar a sua notoriedade e reconhecimento enquanto marca. A Samsung ambiciona revelar a sua essência – inspirar e enriquecer a vida das pessoas – através das Indústrias Criativas. [...] As indústrias criativas têm por base indivíduos com capacidades criativas e artísticas que, em aliança com gestores e profissionais da área tecnológica, fazem produtos cujo valor económico reside nas suas propriedades culturais ou intelectuais. As indústrias criativas compreendem as áreas da Publicidade, Arquitectura, Artes, Moda, Música, Artes Performativas, Investigação e Desenvolvimento (I & D) e Cinema". Ver mais informações no sítio http://www.movimentosim.com/.
22º FESTIVAL INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA
A Câmara Municipal da Amadora promove o 22º Festival Internacional de Banda Desenhada, a decorrer entre 21 de Outubro e 6 de Novembro de 2011. O tema do concurso deste ano é "o humor é uma coisa séria". Para o concurso, podem concorrer autores com mais de 12 anos e apresentação de bandas desenhadas individualmente ou em equipa, em língua portuguesa. A data limite de entrega de trabalhos é 12 de Setembro próximo.
Em simultâneo, decorre o 20º Concuros de Cartoon, com o mesmo tema que o concurso de banda desenhada e onde podem concorrer autores com mais de 16 anos. O prazo de entrega é também 12 de Setembro.
Em simultâneo, decorre o 20º Concuros de Cartoon, com o mesmo tema que o concurso de banda desenhada e onde podem concorrer autores com mais de 16 anos. O prazo de entrega é também 12 de Setembro.
terça-feira, 26 de julho de 2011
A celebration of the gifted singer and songwriter who has died tragically at 27 years old.
Amy Jade Winehouse, singer-songwriter, born 14 September 1983; died 23 July 2011 (http://www.jazzfm.com/2011/07/amy-winehouse-1983-2011/).
segunda-feira, 25 de julho de 2011
AS FUNÇÕES DE UM EDIFÍCIO
Num blogue, li a confissão de um antigo aluno da professora D. Isaura na Escola Primária nº 2, na Rua das Gaivotas ao Conde Barão, edifício seiscentista de nome Palácio Alarcão. Ali funcionaria após 1974 a primeira sede do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa. Anteriormente, com entrada pelo nº 6, fora sede da "Liga Nacional 28 de Maio" do coronel Santos Pedroso e, no nº 2, estavam os Serviços Administrativos do Clube Nacional de Natação. Mais perto de nós, a Câmara de Lisboa emprestou as chaves da escola a oito grafitters portugueses, que participaram na 5ª exposição do colectivo VSP (Visual Street Performance) em Dezembro de 2009. Com frente para o Largo do Conde Barão, existem lojas como a Casa dos Parafusos.
domingo, 24 de julho de 2011
DA RUA DE S. PAULO AO LARGO DO CONDE BARÃO
O autor dos grafitti parece ser o mesmo, dados os objectivos próximos das mensagens e a técnica usada: uma mensagem, uma figura estilizada e uma assinatura (gcaca?) [que não consegui identificar mas que representa um movimento]. "Não esperes que caia do céu", "Quem cai de cabeça em pé se levanta" e "Quem não sabe nadar mergulha?" são as mensagens que vi no percurso da rua S. Paulo ao Largo do Conde Barão, em Lisboa (um território marcado de intervenção) e que reflectem o tempo actual: a crise financeira não permite sonhar mas estar atento à realidade dura da vida real. As mensagens surgem em prédios degradados da zona.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
SOBRE A TELEVISÃO POR SUBSCRIÇÃO (POR CABO)
Impactos ZON na economia portuguesa é um livro-álbum daquela empresa de telecomunicações e indústrias culturais (televisão por cabo, cinemas) editado em 2011 pela própria. O organizador do volume é Nuno Cintra Torres e a obra de 125 páginas tem os seguintes capítulos: benefícios das TIC e da banda larga para a economia portuguesa, impactos no emprego, impactos no audiovisual, impactos na competitividade das telecoms, impactos na experiência de consumidor, impactos na inovação, criatividade, sustentabilidade e responsabilidade, e perspectiva histórica.
É sobre o último capítulo que vou dar relevo. A ZON nasceu em 2007, quando se separou do grupo PT (PT Multimedia) e se tornou uma empresa e um grupo independente e concorrente com a PT, apesar dos principais accionistas serem semelhantes. A ZON tem cerca de 10% do mercado das telecomunicações em Portugal e é ainda líder do mercado de televisão por subscrição. Aliás, é o cabo e a televisão que flui por ele que tornam a ZON uma empresa muito conhecida. A TV Cabo, como era então chamada, nasceu no começo da década de 1990. Em 1994, pertence à PT (Portugal Telecom), empresa que resultara da fusão de empresas públicas, passando lentamente para a esfera da actividade privada (o último episódio desta privatização ocorreu nas últimas semanas com a alienação de 500 acções douradas por parte do Estado). O licenciamento da TV Cabo pelo regulador deu-se em ainda em 1994, passando a transmitir 30 canais, incluindo os quatro canais generalistas portugueses (RTP1, RTP2, SIC e TVI). No ano seguinte e depois, surgiram outros projectos de televisão por cabo, mas operando em bases mais regionais (Cabovisão, TVTEL, Bragatel, Pluricanal). Em 1998, a TV Cabo tinha já meio milhão de clientes. Por essa altura, muda a designação para PT Multimedia.
Em 1999, era lançado o primeiro canal dedicado à informação, CNL (Canal de Notícias de Lisboa), com 24 horas diárias de informação, meteorologia, câmaras de trânsito, análise de imprensa, programas de debate sectoriais, conceito de jornalista/operador. O seu consumo começou a ser medido pela Marktest. O projecto não teve êxito e, em 2001, transformava-se na actual SIC Notícias. Em 2003, com a digitalização da rede e uma caixa digital de descodificação do sinal era também lançado o serviço em sistema de pré-pagamento, em especial para passagem de filmes. Saliente-se a importância do património da Lusomundo (salas de cinema mas principalmente o seu catálogo de filmes portugueses) e dos canais de desporto, separando a ideia de serviço básico e premium (este com canais pagos à parte do pacote inicial). E também a entrada de canais como o AXN e a Fox, com séries de televisão norte-americanas e que constituiriam de imediato canais de culto e frequentados por espectadores mais jovens. Em 2005, a oferta atinge 70 canais no total. O pay TV torna-se uma das mais importantes áreas da televisão por subscrição, onde os clientes vêem programas sem necessariamente seguirem a hora de emissão dessa programação.
É sobre o último capítulo que vou dar relevo. A ZON nasceu em 2007, quando se separou do grupo PT (PT Multimedia) e se tornou uma empresa e um grupo independente e concorrente com a PT, apesar dos principais accionistas serem semelhantes. A ZON tem cerca de 10% do mercado das telecomunicações em Portugal e é ainda líder do mercado de televisão por subscrição. Aliás, é o cabo e a televisão que flui por ele que tornam a ZON uma empresa muito conhecida. A TV Cabo, como era então chamada, nasceu no começo da década de 1990. Em 1994, pertence à PT (Portugal Telecom), empresa que resultara da fusão de empresas públicas, passando lentamente para a esfera da actividade privada (o último episódio desta privatização ocorreu nas últimas semanas com a alienação de 500 acções douradas por parte do Estado). O licenciamento da TV Cabo pelo regulador deu-se em ainda em 1994, passando a transmitir 30 canais, incluindo os quatro canais generalistas portugueses (RTP1, RTP2, SIC e TVI). No ano seguinte e depois, surgiram outros projectos de televisão por cabo, mas operando em bases mais regionais (Cabovisão, TVTEL, Bragatel, Pluricanal). Em 1998, a TV Cabo tinha já meio milhão de clientes. Por essa altura, muda a designação para PT Multimedia.
Em 1999, era lançado o primeiro canal dedicado à informação, CNL (Canal de Notícias de Lisboa), com 24 horas diárias de informação, meteorologia, câmaras de trânsito, análise de imprensa, programas de debate sectoriais, conceito de jornalista/operador. O seu consumo começou a ser medido pela Marktest. O projecto não teve êxito e, em 2001, transformava-se na actual SIC Notícias. Em 2003, com a digitalização da rede e uma caixa digital de descodificação do sinal era também lançado o serviço em sistema de pré-pagamento, em especial para passagem de filmes. Saliente-se a importância do património da Lusomundo (salas de cinema mas principalmente o seu catálogo de filmes portugueses) e dos canais de desporto, separando a ideia de serviço básico e premium (este com canais pagos à parte do pacote inicial). E também a entrada de canais como o AXN e a Fox, com séries de televisão norte-americanas e que constituiriam de imediato canais de culto e frequentados por espectadores mais jovens. Em 2005, a oferta atinge 70 canais no total. O pay TV torna-se uma das mais importantes áreas da televisão por subscrição, onde os clientes vêem programas sem necessariamente seguirem a hora de emissão dessa programação.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
RESTAURANTE DE RUA
Fui ver um filme. Na rua do cinema, ao lado do teatro Maria Matos, estava a organizar-se um jantar. O mote era levar um elemento de alimentação e juntar-se ao grupo que preparava a refeição. Não vi o resultado, mas no ar já cheirava a comida vegetariana. Os cozinheiros cortavam legumes com muito entusiasmo, havia casais com crianças pequenas, pessoas com identificação da festa jantar. Micro-ondas, tachos e panelas aquecidos a gás, utensílios de cozinha no meio da rua, copos azuis e amarelos alinhados. O pormenor que mais gostei foi o plástico axadrezado do chão em complemento com o plástico axadrezado das toalhas de mesa.
Nas cidades criativas, há sempre novidades na rua. Basta estar atento e usar o telemóvel para fotografar.
Nas cidades criativas, há sempre novidades na rua. Basta estar atento e usar o telemóvel para fotografar.
terça-feira, 19 de julho de 2011
REABILITAÇÃO URBANA
Afinal, não foi o projecto das mercearias que ganhou o concurso "FAZ - Ideias de Origem Portuguesa", como eu me entusiasmei há dias, mas o projecto Reabilitar a Custo Zero, a pensar nos prédios degradados da cidade do Porto, conforme se lê no jornal Público de ontem.
Iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Talento (escrevi sobre o concurso de ideias aqui), o projecto vencedor visa criar uma organização sem fins lucrativos para reabilitar as cidades, através da ajuda de estudantes de arquitectura e engenharia de Portugal e de outros países da Europa que se voluntariem. A Universidade do Porto, a autarquia e uma empresa de construção civil pretendem associar-se e fazer uma parceria. O projecto-piloto arranca em Outubro num edifício da Ribeira do Porto.
Iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Talento (escrevi sobre o concurso de ideias aqui), o projecto vencedor visa criar uma organização sem fins lucrativos para reabilitar as cidades, através da ajuda de estudantes de arquitectura e engenharia de Portugal e de outros países da Europa que se voluntariem. A Universidade do Porto, a autarquia e uma empresa de construção civil pretendem associar-se e fazer uma parceria. O projecto-piloto arranca em Outubro num edifício da Ribeira do Porto.
O CASO, O PROBLEMA E O GLOBAL
O caso foi saber-se que o News of World fez escutas ilegais para fazer notícias sensacionalistas. O problema é que não se podem ouvir telefonemas de outras pessoas, é crime. O jornalismo perde credibilidade e a polícia fica sem autoridade. O global é que o News of World pertencia à News Corporation, império mediático com fortes interesses na Austrália, no Reino Unido e nos Estados Unidos na imprensa, na televisão por satélite e na internet. O neoliberalismo permitiu que o poder de Murdoch desafiasse as leis da concentração da propriedade. No Reino Unido, tornou-se temido por trabalhistas e por conservadores. Vê-se agora que tinha um poder exorbitante. Próximo do actual poder político, através de pessoas de confiança pelos cargos que tinham na News Corporation, caso de Rebekah Brooks, o primeiro-ministro David Cameron procurou libertar-se rapidamente, cuidando de reduzir os estragos.
O acontecimento (ou sucessão deles) é sórdido, o problema é grave, torna-se necessário alterar legislação da concentração dos media. A democracia precisa de media livres e de muitas empresas a actuar no mercado (à esquerda, página do Jornal de Notícias de hoje).
O acontecimento (ou sucessão deles) é sórdido, o problema é grave, torna-se necessário alterar legislação da concentração dos media. A democracia precisa de media livres e de muitas empresas a actuar no mercado (à esquerda, página do Jornal de Notícias de hoje).
sábado, 16 de julho de 2011
ABOUT HIPHOP
"Cities and urban life seems to be of importance when it comes to the local adoption of worldwide HipHop. Rap music reveals a strong link to specific cities, neighborhoods and blocks. [...] I want to give two prominent examples in regards to the group IAM". Read full text here and listen a IAM's music here.
ESPAÇOS CRIATIVOS – DO TRADICIONAL AO NOVO
Duas notícias em dias seguidos no jornal Público despertaram a minha atenção (dias 14 e 15 deste mês). A primeira informa a chegada de nove recém-licenciados à aldeia de Querença, em Loulé, no Algarve. Razão principal: inverter a tendência de despovoamento do interior do país. Não são os pioneiros ou povoadores do tempo dos reis da primeira dinastia mas jovens que vão ganhar dois salários mínimos por mês durante um ano e criar o seu próprio emprego, a partir de projecto que envolve a câmara municipal de Loulé, a Fundação Manuel Viegas Guerreiro e a Universidade do Algarve, num financiamento de 150 mil euros. Actividades: recuperar hortas da fonte de Benémola e criar uma marca para esses produtos, construir um viveiro para plantas autóctones, ter um espaço para continuar a ilustrar publicações para onde trabalha.
A outra notícia conta como duas irmãs querem fazer reabilitação urbana a partir da recuperação do conceito de mercearia. Para elas, a mercearia é mais do que uma loja de conveniência na rua, é um espaço de relação entre produtores e consumidores. Há um objectivo: como competir com os preços das grandes superfícies? As duas irmãs entendem que o investimento está na arquitectura e na identidade visual, conservando o carácter único de loja.
A principal leitura que faça destas notícias é a recuperação do tradicional com técnicas modernas de gestão, fazendo com que espaços que perderam vitalidade e gente voltem a ser lugares de vida, ligação e proximidade. Parece que estamos a reinventar o mundo, com redes humanas e sociais inseridas nas novas redes da comunicação.
A outra notícia conta como duas irmãs querem fazer reabilitação urbana a partir da recuperação do conceito de mercearia. Para elas, a mercearia é mais do que uma loja de conveniência na rua, é um espaço de relação entre produtores e consumidores. Há um objectivo: como competir com os preços das grandes superfícies? As duas irmãs entendem que o investimento está na arquitectura e na identidade visual, conservando o carácter único de loja.
A principal leitura que faça destas notícias é a recuperação do tradicional com técnicas modernas de gestão, fazendo com que espaços que perderam vitalidade e gente voltem a ser lugares de vida, ligação e proximidade. Parece que estamos a reinventar o mundo, com redes humanas e sociais inseridas nas novas redes da comunicação.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
ESPECIFICIDADES DA REGULAÇÃO PORTUGUESA DOS MEDIA
Arons de Carvalho (2010: 67-74) estuda os sucessivos modelos de regulação dos media em Portugal nos últimos 37 anos: conselhos de informação para os media estatizados (1977-1984), Conselho de Comunicação Social (1984-1990), Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) (1990-2006) e Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) (2006 em diante). A minha leitura completa pode ser acompanhada aqui.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
RÁDIO VERSUS TELEVISÃO
"Analogue terrestrial television broadcasts in Spain ceased on 3 April 2010, almost two years ahead of European States with a predominantly terrestrial broadcasting model like the Spanish one (as is the case for Italy, France and the United Kingdom). In contrast, the digitalisation process of terrestrial radio is in a completely stagnant state in Spain, as it is in most other European countries" [Isabel Fernández Alonso, Montse Bonet, Josep Àngel Guimerà, Mercè Díez e Federica Alborch (2010). "Spanish Public Broadcasting. Defining traits and future challenges following analogue television switch-off". Observatório (OBS*) Journal, vol.4 - nº3 (2010), 301-318, http://www.portalcomunicacion.com/opc/download/obs_pdf.pdf, acessed today].
RADIO EVOLUTION CONGRESS
Radio Evolution Congress: "Throughout its history, radio has been undergoing constant transformations. Perhaps this is why it has survived the changes of the political and economic environments, has taken advantage of technological advances, and has adapted to transformations in listening modes. Regardless of whether they have been accidental or intentional, voluntary or forced, these changes have clearly resulted in the evolution of radio being a continuous and lasting process".
ECREA, Braga, 14th to 16th September.
We will see you then.
ECREA, Braga, 14th to 16th September.
We will see you then.
MEDIA CAPITAL
Rosa Cullell Muniesa foi a escolhida pela administração da Media Capital para ocupar o lugar de Bernardo Bairrão na direcção da TVI. Bairrão havia saído do grupo por convite para secretário de Estado, o que não veio a acontecer.
De 53 anos, Rosa Cullell Muniesa é licenciada em Ciências da Informação pela Universidade Autónoma de Barcelona e diplomada em Alta Direcção pelo IESE. Trabalhou no Mundo Diário, BBC Londres, TVE-Catalunya e El País. De 1989 a 2002 pertenceu à equipa dirigente do La Caixa (banca), tendo sido directora-geral, adjunta executiva e elemento da comissão de direcção. Mais tarde, foi directora-geral do Gran Teatre del Liceu, de Barcelona; em 2008, foi para a direcção-geral da Corporación Catalana de Medios Audiovisuales, saindo em 2010.
De 53 anos, Rosa Cullell Muniesa é licenciada em Ciências da Informação pela Universidade Autónoma de Barcelona e diplomada em Alta Direcção pelo IESE. Trabalhou no Mundo Diário, BBC Londres, TVE-Catalunya e El País. De 1989 a 2002 pertenceu à equipa dirigente do La Caixa (banca), tendo sido directora-geral, adjunta executiva e elemento da comissão de direcção. Mais tarde, foi directora-geral do Gran Teatre del Liceu, de Barcelona; em 2008, foi para a direcção-geral da Corporación Catalana de Medios Audiovisuales, saindo em 2010.
TELEVISÃO DE PORTUGAL
A televisão e o serviço público (2011), de Eduardo Cintra Torres, é um livro cristalino. O autor diz logo os seus objectivos. Vantagem do autor e da colecção em que o texto se insere: livros a preço económico (3,5 euros), temas nacionais, debate público. Continuar a ler em http://industrias-culturais.hypotheses.org/17104.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
TELEVISÃO EM ESPANHA
Storia della radio e della televisione in Spagna (1939-2007. Il lato debole della democrazia, de Enrique Bustamante (2007), em dois volumes, combina história (do franquismo, da transição democrática e da democracia espanhola) com a história da televisão pública e a própria história pessoal do sociólogo. Bustamante constata que, enquanto tem sido dado muita atenção à produção intelectual e cultural, quase nenhuma tem sido dedicada à história da rádio e da televisão enquanto articulação com a cultura, a economia e a política. O mesmo se aplica à titularidade dos media audiovisuais e à sua interpretação.
O primeiro volume divide-se em cinco capítulos: 1) franquismo, uma rádio e uma televisão autoritária (1939-1975), 2) transição democrática e difícil gestão do serviço público (1975-1982), 3) período socialista: fim do monopólio estatal e triunfo da lógica de mercado (1982-1996), 4) mandato do governo do Partido Popular: dependência do executivo e instabilidade financeira (1996-2004), e 5) difícil reorganização do serviço público (2004-2007). O segundo volume é composto por documentos e anexos que permitem compreender melhor a realidade através da legislação espanhola do audiovisual.
Duas curtas notas (a precisar de uma leitura mais profunda). A primeira, sobre a televisão comercial, que começou em 1990, quando o PSOE estava no poder (com licenças atribuídas à Antena 3 TV, Telecinco e Canal Plus España, da Sogecable); o mesmo partido atribuiu novas licenças em 2005 (La Cuatro, a emitir na frequência do Canal Plus España, e La Sexta). Curiosamente, em Portugal, o partido que mais força fez para a abertura da televisão comercial foi o PSD. A segunda nota tem a ver com as mudanças de capital social das empresas de televisão: a Antena 3, que começara por pertencer ao Banesto em 1990, passou a pertencer aos grupos Zeta e Banco Central Hispano em 1996, Telefonica e bancos Santander e Central Hispano em 2000 e Planeta/Agostini e bancos Santander e Central Hispano em 2005; a Telecinco era propriedade da Fininvest em 1990, passando para as mãos da Mediaset em 1996; o Canal Plus España, da Prisa, inicialmente uma ligação com o Canal Plus francês em 1990, associação que passou para a Vivendi em 2000 e Telefonica em 2005.
Bustamante foi um dos "sábios" que fez parte da comissão dedicada a analisar o serviço público de televisão em Maio de 2004. O relatório elaborado e publicado em Fevereiro de 2005 considerava muito importante a independência do serviço público (da nomeação governamental), estrutura de gestão (governança) eficaz e com um modelo de financiamento transparente e sustentável, criação de um conselho audiovisual, criação de um acordo-quadro sobre produção e programação, limitação do tempo de publicidade (que desapareceu por completo em 2010), apoio à produção interna, papel da RTVE na sociedade da informação (passagem de serviço público de televisão para serviço público de media).
O livro de Bustamante destaca ainda o papel das televisões autonómicas (génese, financiamento e programação), mostrando uma posição crítica relativamente aos caminhos desenvolvidos por estas empresas.
O primeiro volume divide-se em cinco capítulos: 1) franquismo, uma rádio e uma televisão autoritária (1939-1975), 2) transição democrática e difícil gestão do serviço público (1975-1982), 3) período socialista: fim do monopólio estatal e triunfo da lógica de mercado (1982-1996), 4) mandato do governo do Partido Popular: dependência do executivo e instabilidade financeira (1996-2004), e 5) difícil reorganização do serviço público (2004-2007). O segundo volume é composto por documentos e anexos que permitem compreender melhor a realidade através da legislação espanhola do audiovisual.
Duas curtas notas (a precisar de uma leitura mais profunda). A primeira, sobre a televisão comercial, que começou em 1990, quando o PSOE estava no poder (com licenças atribuídas à Antena 3 TV, Telecinco e Canal Plus España, da Sogecable); o mesmo partido atribuiu novas licenças em 2005 (La Cuatro, a emitir na frequência do Canal Plus España, e La Sexta). Curiosamente, em Portugal, o partido que mais força fez para a abertura da televisão comercial foi o PSD. A segunda nota tem a ver com as mudanças de capital social das empresas de televisão: a Antena 3, que começara por pertencer ao Banesto em 1990, passou a pertencer aos grupos Zeta e Banco Central Hispano em 1996, Telefonica e bancos Santander e Central Hispano em 2000 e Planeta/Agostini e bancos Santander e Central Hispano em 2005; a Telecinco era propriedade da Fininvest em 1990, passando para as mãos da Mediaset em 1996; o Canal Plus España, da Prisa, inicialmente uma ligação com o Canal Plus francês em 1990, associação que passou para a Vivendi em 2000 e Telefonica em 2005.
Bustamante foi um dos "sábios" que fez parte da comissão dedicada a analisar o serviço público de televisão em Maio de 2004. O relatório elaborado e publicado em Fevereiro de 2005 considerava muito importante a independência do serviço público (da nomeação governamental), estrutura de gestão (governança) eficaz e com um modelo de financiamento transparente e sustentável, criação de um conselho audiovisual, criação de um acordo-quadro sobre produção e programação, limitação do tempo de publicidade (que desapareceu por completo em 2010), apoio à produção interna, papel da RTVE na sociedade da informação (passagem de serviço público de televisão para serviço público de media).
O livro de Bustamante destaca ainda o papel das televisões autonómicas (génese, financiamento e programação), mostrando uma posição crítica relativamente aos caminhos desenvolvidos por estas empresas.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
INDÚSTRIAS CRIATIVAS
Na passada quinta-feira, dia 7, realizou-se uma tertúlia sobre Indústrias Criativas e Mundo Digital nas instalações do Fórum Dança, na Lx. Factory, com moderação de Madalena Zenha. Falaram Miguel Martins (jornal Expresso), Miguel Carretas (passmúsica e AUDIOGEST) e eu próprio. Ler o texto completo em http://industrias-culturais.hypotheses.org/17035.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
LIVROS NOVOS A LER
Jacinto Godinho (As origens da reportagem - televisão, Livros Horizonte, Lisboa), Nelson Ribeiro (BBC broadcasts to Portugal in World War II, Edwin Mellen, New York e Ontario) e João Manuel Rocha (Quando Timor-Leste foi uma causa, MinervaCoimbra, Coimbra) editaram novos livros, os dois primeiros como resultado de teses de doutoramento e o último como dissertação de mestrado. Vou lê-los o mais rapidamente possível.
MORTE DE DIOGO DE VASCONCELOS
Diogo de Vasconcelos colaborou algumas vezes com a Universidade Católica na área em que era especialista, mormente em colóquios e encontros com alunos. É uma pena ele ter-nos deixado agora, aos 43 anos. Ele foi, além da intervenção no seu partido político, consultor da Presidência da República para os assuntos da Sociedade do Conhecimento e gestor da Unidade de Missão Inovação e Conhecimento, responsável pela elaboração do plano de acção para a Sociedade de Informação e do plano de acção do Governo Electrónico e nas iniciativas Campos Virtuais, Biblioteca do Conhecimento, Banda Larga nas Escolas e do portal do Cidadão (retiro alguma informação da notícia do jornal Público).
quinta-feira, 7 de julho de 2011
MADELEINE PEYROUX
Madeleine Peyroux [pronuncia-se Perú] (1974) juntou-se em 1989 a um grupo de músicos de rua que actuam habitualmente nas estações de metro [buskers]. Ela interpreta as suas músicas e letras, lembrando Billie Holiday. O seu primeiro álbum Dreamland data de 1996. Madeleine, uma americana que vivia em Paris como música de rua, entrou numa onda rápida de fama, aparecendo em festivas de jazz e abrindo concertos de Sarah McLachlan e Cesária Évora, enquanto o seu disco atingia 200 mil cópias vendidas (ler mais aqui). Seguiram-se os discos Careless Love (2004), Half the Perfect World (2006) e Bare Bones (2008). Ver Instead no YouTube e Little Bit, também no YouTube [escrito aqui em 19.11.2010].
terça-feira, 5 de julho de 2011
INDÚSTRIAS CRIATIVAS E O MUNDO DIGITAL
Tertúlia na LX Factory, Rua Rodrigues Faria, 103, estúdio 3, dia 7 de Julho, às 19:00. Moderada por Madalena Zenha.
BIBLIOTECAS DE LISBOA COM 80 ANOS DE ACTIVIDADE
A Hemeroteca Municipal de Lisboa e a Biblioteca Municipal Palácio Galveias celebram hoje o 80.º aniversário. Parabéns pelo papel desempenhado, nomeadamente como espaços de promoção da leitura pública de livros e de publicações periódicas.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
DOUTORAMENTO DE ADELINO GOMES
Com o título O telejornal e o zapping na era da internet, Adelino Gomes defendeu hoje tese de doutoramento no ISCTE, de onde saiu com a nota máxima (ler em http://industrias-culturais.hypotheses.org/16972).
VIOLÊNCIA POLÍTICA NO MURAL DO ESTÁDIO
Na parede do Estádio Universitário, quase em frente do Hospital de Santa Maria (Lisboa), deparei-me com um longo mural retratando a actual violência política na Grécia [continuar a ler em http://industrias-culturais.hypotheses.org/16954].
SERVIÇO PÚBLICO DE TELEVISÃO (XI)
Jornal de Notícias, de 1.7.2011.
É preciso um serviço público de televisão, independente dos canais comerciais (embora estes também tenham de prestar serviço público). A RTP existe desde 1957, tem uma invejável memória sobre Portugal (mesmo que nem sempre objectiva). O país não pode prescindir do seu serviço público, a exemplo dos outros países da Europa, apesar das fortes pressões em cada país para a sua redução, extinção ou redistribuição pelos canais comerciais. Mas, devem haver medidas precisas de governância e de transparência, para se perceber como são gastos os dinheiros públicos, sobre eficiência e aproveitamento dos recursos alocados. A RTP é uma das empresas mais escrutinadas do país, possivelmente a seguir ao governo. Um directo do Mónaco para um casamento real é uma opção editorial, passível de críticas, mas é uma decisão. Se os seus responsáveis esperarem que o dia a dia seja decidido por inquérito ou plebiscito ou consulta popular, a empresa desaparece rapidamente por falta de comando e tomada de posição. Em especial num momento em que se fala da sua privatização: caso esta ocorresse, uma empresa com mais audiências vender-se-ia melhor do que uma empresa de baixa audiência.
É preciso um serviço público de televisão, independente dos canais comerciais (embora estes também tenham de prestar serviço público). A RTP existe desde 1957, tem uma invejável memória sobre Portugal (mesmo que nem sempre objectiva). O país não pode prescindir do seu serviço público, a exemplo dos outros países da Europa, apesar das fortes pressões em cada país para a sua redução, extinção ou redistribuição pelos canais comerciais. Mas, devem haver medidas precisas de governância e de transparência, para se perceber como são gastos os dinheiros públicos, sobre eficiência e aproveitamento dos recursos alocados. A RTP é uma das empresas mais escrutinadas do país, possivelmente a seguir ao governo. Um directo do Mónaco para um casamento real é uma opção editorial, passível de críticas, mas é uma decisão. Se os seus responsáveis esperarem que o dia a dia seja decidido por inquérito ou plebiscito ou consulta popular, a empresa desaparece rapidamente por falta de comando e tomada de posição. Em especial num momento em que se fala da sua privatização: caso esta ocorresse, uma empresa com mais audiências vender-se-ia melhor do que uma empresa de baixa audiência.
domingo, 3 de julho de 2011
SALAZAR VAI AO CINEMA
No próximo dia 8 de Julho, a partir das 22:00, a Fábrica do Braço de Prata acolhe a projecção das edições nº1 (1938) e nº17 (1940) da série de actualidades cinematográficas de propaganda do Estado Novo Jornal Português e a apresentação da obra Salazar vai ao cinema II, de Maria do carmo Piçarra. Após a projecção dos filmes segue-se uma tertúlia em que participa a autora, o historiador e investigador de cinema Tiago Baptista e o jornalista Luís Salvado, moderador da conversa. O acontecimento é uma iniciativa da Livraria Braço de Prata e com o apoio institucional da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema. Ver mais em http://salazarvaiaocinema.wordpress.com/ [imagem da entrevista da autora à revista Première].
sexta-feira, 1 de julho de 2011
MARTIM AVILLEZ FIGUEIREDO
Martim Avillez Figueiredo, fundador e antigo directordo jornal i e ex-director do Diário Económico, vai assumir funções de director editorial do Grupo Impresa.
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