O noticiário das 20:00 da TVI vai mudar de nome, passando de Jornal Nacional para Jornal das 8. Os seus responsáveis já haviam anunciado há semanas que iam fazer alterações, incluindo o cenário. O Jornal de Notícias de hoje traz mais informações sobre o assunto.
Na minha perspectiva, a mudança de nome significa o estilo novo trazido pelos jornalistas que agora lideram a informação na TVI, Judite de Sousa e José Alberto Carvalho. O nome anterior foi uma marca da direcção-geral de José Eduardo Moniz em 2000, a substituir o anterior Directo XXI. A um ciclo que se fecha, nasce outro. Sem perder a identidade do jornalismo popular e de proximidade, característica da TVI adquirida na última década, o enfoque - a partir dos elementos do comunicado do canal - irá no sentido de o canal se tornar um centro de notícias mais forte e mais preocupado com os problemas da actualidade. Olhando para a fotografia de apresentação da equipa dirigente, é facilmente identificável uma escola, a da RTP, onde os jornalistas da primeira fila foram figuras de destaque. Os outros jornalistas têm igualmente provas dadas. Com isto não quero dizer que o noticiário da TVI seja mimético do produzido pela RTP ou pela SIC, pois as redacções são diferentes e, por isso, os resultados serão diferentes. Mudar um nome pode representar apenas um acto simbólico, mas a mudança de ciclo no noticiário do canal da TVI pode também significar a antecipação de novo ciclo político.
Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sábado, 30 de abril de 2011
quinta-feira, 28 de abril de 2011
TRIUMPH
Para a Triumph, 2011 é um ano especial, pois comemora 125 anos de actividade. Na realidade, a Triumph, fabricante de lingerie, foi fundada na Alemanha pelas famílias de Johann Gottfried Spiesshofer e de Michael Braun em 1886. A primeira subsidiária estrangeira foi estabelecida na Suíça, que se tornou a sede da empresa.
O anúncio agora colocado nos mupies mostra três modelos com cinturas muitas finas, contornos mais ampliados pela luz branca vinda de trás. A imagem recorda-me o quadro de Almada Negreiros, As banhistas, formas que ele tirara de um quadro de Picasso. As cores lembram-me o fauvismo, caracterizado por cores intensas como as que se observam nos países mediterrânicos, nomeadamente na zona meridional francesa, onde o movimento teve uma grande repercussão. Um dos quadros mais impressivos do fauvismo, embora com cores muito distintas das do anúncio, é o de Henri Matisse, La blouse romaine (1940). Para Matisse, as cores não precisavam de estar de acordo com os tons reais do objecto mas estabelecerem harmonia com as outras cores (Raymond Cogniat, "O Fauvism", História da Arte, Alfa, 1992, vol. 9, p. 112).
A publicidade fez-me ainda rever a pintura de Sonia Delaunay-Terk na década de 1920. Outras ideias despertadas pela pose das modelos leva-nos à depuração de linhas na banda desenhada japonesa (manga) e às peças de manequins em papel que se vestiam e voltavam a vestir, mais tarde representada pelo guarda-roupa da Barbie e agora em sítios da internet onde se podem vestir os manequins com peças de roupa virtuais. A modelo do centro parece o resultado de uma construção desse tipo. Na imagem não vejo super-mulheres nem mulheres de beleza ideal mas cuja irrealidade é suportada na ondulação dos movimentos das modelos. O importante é a mensagem de conforto e boa linha por elas transmitidas.
O anúncio agora colocado nos mupies mostra três modelos com cinturas muitas finas, contornos mais ampliados pela luz branca vinda de trás. A imagem recorda-me o quadro de Almada Negreiros, As banhistas, formas que ele tirara de um quadro de Picasso. As cores lembram-me o fauvismo, caracterizado por cores intensas como as que se observam nos países mediterrânicos, nomeadamente na zona meridional francesa, onde o movimento teve uma grande repercussão. Um dos quadros mais impressivos do fauvismo, embora com cores muito distintas das do anúncio, é o de Henri Matisse, La blouse romaine (1940). Para Matisse, as cores não precisavam de estar de acordo com os tons reais do objecto mas estabelecerem harmonia com as outras cores (Raymond Cogniat, "O Fauvism", História da Arte, Alfa, 1992, vol. 9, p. 112).
A publicidade fez-me ainda rever a pintura de Sonia Delaunay-Terk na década de 1920. Outras ideias despertadas pela pose das modelos leva-nos à depuração de linhas na banda desenhada japonesa (manga) e às peças de manequins em papel que se vestiam e voltavam a vestir, mais tarde representada pelo guarda-roupa da Barbie e agora em sítios da internet onde se podem vestir os manequins com peças de roupa virtuais. A modelo do centro parece o resultado de uma construção desse tipo. Na imagem não vejo super-mulheres nem mulheres de beleza ideal mas cuja irrealidade é suportada na ondulação dos movimentos das modelos. O importante é a mensagem de conforto e boa linha por elas transmitidas.
APPEL À COMMUNICATIONS
Colloque international Liberté et oppression dans le Royaume-Uni des années 1960, Université François-Rabelais de Tours, 17-19 novembre 2011
Au Royaume-Uni, selon l’interprétation canonique, les années soixante ont été marquées par un esprit de contestation quasi révolutionnaire : soif de liberté et volonté de s’affranchir d’un carcan socio-moral se sont illustrées dans une production artistique riche, variée, et souvent provocatrice, subversive, ainsi que dans de nombreux phénomènes sociétaux. Age d'or de la jeunesse, avec ses mods et ses rockers, ou encore de la culture populaire qui prenait définitivement ses droits à travers des séries télévisées (Coronation Street, The Saint, Danger Man, The Avengers), ou du cinéma (Cathy Come Home, The Servant, If), les "Sixties" conservaient, cependant et avant tout, une dimension politique où la confrontation et la remise en question par la violence étaient souvent la norme : du pop festival aux protest marches, du flower power au black power, la période associe librement et énergiquement des formes d'expression culturelle novatrices à des revendications politiques volontaires et finement articulées.
L’autorité politique et sociale ainsi que les canons littéraires et esthétiques furent l’objet d’une redéfinition à une époque où l’écriture télévisuelle commençait à s’imposer comme une nouvelle forme artistique : les productions filmiques ont mis en scène et remis en question l’autorité et ses figures, les faisant parfois voler en éclats. Elles ont par ailleurs consacré l’émergence d’un contre-pouvoir, celui de la jeunesse, et donné une autre raison d’être à l’objet d’art, par exemple, en conférant à la photographie une importance accrue.
Depuis le Royaume Uni, le phénomène "Sixties" devait avoir des réverbérations à la fois spontanées et durables et, en Europe occidentale comme aux Etats-Unis notamment, d’une ampleur qui ne cesse encore d'étonner, d'attirer le regard et de poser des questions de fond. Aujourd’hui, le monde industriel dit avancé cherche encore à s'extirper de raisonnements sociaux et de logiques économiques qui, enclenchés de façon enthousiaste à l'époque, donnent encore lieu à des doutes et à des questionnements fréquents, générant anxiétés et réactions parfois virulentes.
Il ne s'agit pas d'encenser les "Sixties", de les auréoler de manière complaisante ou nostalgique, ni de les remettre en cause ou de les condamner. En invitant à l'analyse de l'influence concrète des mouvements de contestation et des diverses innovations artistiques sur la culture politique du Royaume-Uni et sur la société britannique, les organisateurs du colloque souhaitent tout d'abord mieux définir, ou redéfinir, l'objet "Sixties" : dans quelle mesure cette périodisation conserve-t-elle aujourd’hui pertinence, intégrité ou homogénéité ? C’est que l’interprétation de cet ensemble ne cesse d'évoluer : aux côtés des clichés qui prétendent encore monopoliser notre rapport affectif avec les Sixties (les Beatles sur le seuil du 10 Downing Street, Twiggy à la une de Vogue), l'héritage de l'époque paraît aujourd'hui complexe : à la fois redondant et foisonnant, libérateur et contraignant, créatif mais tendant à formater nos rapports avec le style et nos attentes relatives aux modalités légitimes de remise en cause des normes.
Les propositions de communication de 200 mots environ (en français ou en anglais), accompagnées d'une courte bio-bibliographie sont à envoyer avant le 30 juin 2011 conjointement à Molly O’Brien Castro (molly.obriencastro@orange.fr) et à Sébastien Salbayre (sebastien.salbayre@univ-tours.fr). Les propositions seront examinées de manière anonyme par le comité scientifique pluridisciplinaire. Comité scientifique: Trevor Harris, Molly O’Brien Castro (Tours), Sébastien Salbayre (Tours), Neil Davie (Lyon 2), Sue Vive et Richard Canning (Sheffield) et Michael Parsons (Pau).
(http://calenda.revues.org/nouvelle19453.html)
Au Royaume-Uni, selon l’interprétation canonique, les années soixante ont été marquées par un esprit de contestation quasi révolutionnaire : soif de liberté et volonté de s’affranchir d’un carcan socio-moral se sont illustrées dans une production artistique riche, variée, et souvent provocatrice, subversive, ainsi que dans de nombreux phénomènes sociétaux. Age d'or de la jeunesse, avec ses mods et ses rockers, ou encore de la culture populaire qui prenait définitivement ses droits à travers des séries télévisées (Coronation Street, The Saint, Danger Man, The Avengers), ou du cinéma (Cathy Come Home, The Servant, If), les "Sixties" conservaient, cependant et avant tout, une dimension politique où la confrontation et la remise en question par la violence étaient souvent la norme : du pop festival aux protest marches, du flower power au black power, la période associe librement et énergiquement des formes d'expression culturelle novatrices à des revendications politiques volontaires et finement articulées.
L’autorité politique et sociale ainsi que les canons littéraires et esthétiques furent l’objet d’une redéfinition à une époque où l’écriture télévisuelle commençait à s’imposer comme une nouvelle forme artistique : les productions filmiques ont mis en scène et remis en question l’autorité et ses figures, les faisant parfois voler en éclats. Elles ont par ailleurs consacré l’émergence d’un contre-pouvoir, celui de la jeunesse, et donné une autre raison d’être à l’objet d’art, par exemple, en conférant à la photographie une importance accrue.
Depuis le Royaume Uni, le phénomène "Sixties" devait avoir des réverbérations à la fois spontanées et durables et, en Europe occidentale comme aux Etats-Unis notamment, d’une ampleur qui ne cesse encore d'étonner, d'attirer le regard et de poser des questions de fond. Aujourd’hui, le monde industriel dit avancé cherche encore à s'extirper de raisonnements sociaux et de logiques économiques qui, enclenchés de façon enthousiaste à l'époque, donnent encore lieu à des doutes et à des questionnements fréquents, générant anxiétés et réactions parfois virulentes.
Il ne s'agit pas d'encenser les "Sixties", de les auréoler de manière complaisante ou nostalgique, ni de les remettre en cause ou de les condamner. En invitant à l'analyse de l'influence concrète des mouvements de contestation et des diverses innovations artistiques sur la culture politique du Royaume-Uni et sur la société britannique, les organisateurs du colloque souhaitent tout d'abord mieux définir, ou redéfinir, l'objet "Sixties" : dans quelle mesure cette périodisation conserve-t-elle aujourd’hui pertinence, intégrité ou homogénéité ? C’est que l’interprétation de cet ensemble ne cesse d'évoluer : aux côtés des clichés qui prétendent encore monopoliser notre rapport affectif avec les Sixties (les Beatles sur le seuil du 10 Downing Street, Twiggy à la une de Vogue), l'héritage de l'époque paraît aujourd'hui complexe : à la fois redondant et foisonnant, libérateur et contraignant, créatif mais tendant à formater nos rapports avec le style et nos attentes relatives aux modalités légitimes de remise en cause des normes.
Les propositions de communication de 200 mots environ (en français ou en anglais), accompagnées d'une courte bio-bibliographie sont à envoyer avant le 30 juin 2011 conjointement à Molly O’Brien Castro (molly.obriencastro@orange.fr) et à Sébastien Salbayre (sebastien.salbayre@univ-tours.fr). Les propositions seront examinées de manière anonyme par le comité scientifique pluridisciplinaire. Comité scientifique: Trevor Harris, Molly O’Brien Castro (Tours), Sébastien Salbayre (Tours), Neil Davie (Lyon 2), Sue Vive et Richard Canning (Sheffield) et Michael Parsons (Pau).
(http://calenda.revues.org/nouvelle19453.html)
quarta-feira, 27 de abril de 2011
COLABORAÇÃO COM O CLÉO
O Indústrias está também em http://industrias-culturais.hypotheses.org/, numa associação com a http://hypotheses.org/, uma plataforma de cadernos de investigação em ciências humanas e sociais pertencente ao Centre pour l'édition électronique ouverte (Cléo) e que já engloba quase 190 blogues franceses e de outros países (em plataforma Wordpress, o que me obriga a estudar as características diferentes da Blogger). De outras funcionalidades da rede, destacam-se http://calenda.revues.org/, que é uma montra de actividades nas áreas de ciências humanas e sociais, e http://www.openedition.org/, um portal de acesso a publicações e em vias de grande desenvolvimento. O Indústrias sente-se muito honrado por participar nesta rede universitária.
UMAN
O reality show interactivo uMan vai ser emitido 24 horas por dia em canal de cabo da ZON, detido pela Ongoing. O programa será dirigido por José Eduardo Moniz, antigo director-geral da TVI.
terça-feira, 26 de abril de 2011
FEIRA DO LIVRO
A Feira do Livro, que se aproxima, vai ter três gigantes: Leya, Porto Editora e Babel. Com praças e não apenas stands (Sábado, 23 de Abril).
AUDIÊNCIAS DE TELEVISÃO
A GFK vai experimentar em breve o novo sistema de medição de audiências, com ele a iniciar a sério a 1 de Janeiro de 2012. Para o director-geral da empresa, António Salvador, "Começamos este mês a fase da identificação do universo e da selecção da amostra. A instalação dos aparelhos está prevista para o início da segunda metade do ano" (Correio da Manhã). A tecnologia a usar será a de audio-matching (método de amostragem de som para a detecção dos canais).
segunda-feira, 25 de abril de 2011
VIDEOCLUBES
"Há cinco anos, o número de videoclubes em Portugal rondava os 1800. Em 2010, eram cerca de 300 (menos 83 por cento). As contas são da Federação Portuguesa de Editores de Videogramas (Fevip, que representa as editoras que vendem filmes aos videoclubes) e mostram um sector em queda abrupta" (Público). Razões: pirataria, partilha online e ofertas dos operadores de televisão.
domingo, 24 de abril de 2011
BERTRAND
A Bertrand tem a mais antiga livraria aberta em todo o mundo, como foi declarado esta semana pelo Guiness, a funcionar desde 1732 no Chiado. Ontem, para festejar essa nomeação, alguns jornais, como Público e Expresso, traziam uma falsa capa com publicidade da Bertrand.
Tiro duas conclusões. A primeira é que a falsa capa era bonita. A segunda é que os jornais estão a editar publicidade em falsas capas. Que me lembre, está é a segunda campanha que vejo; a outra foi publicada simultaneamente no Público e no Correio da Manhã. O que pode querer dizer que a publicidade regressa aos media tradicionais.
Tiro duas conclusões. A primeira é que a falsa capa era bonita. A segunda é que os jornais estão a editar publicidade em falsas capas. Que me lembre, está é a segunda campanha que vejo; a outra foi publicada simultaneamente no Público e no Correio da Manhã. O que pode querer dizer que a publicidade regressa aos media tradicionais.
CANAL 180
O Canal 180, ideia que ganhou o Prémio Nacional de Indústrias Criativas em 2010, é o primeiro canal português de televisão exclusivamente dedicado à cultura. Diferente, com poucos meios, em registo low-cost, aposta na colaboração com os agentes culturais para preencher seis horas de programação diária (RTP). A Open Source Television (OSTV) é a televisão responsável pelo lançamento do canal, cujo nome teve origem na posição que vai ocupar, a partir de amanhã, na grelha digital da ZON (JPN).
DEZ ANOS DA SIC RADICAL
Passaram já dez anos da vida da SIC Radical. Nomes como Bruno Aleixo, João Manzarra, Fernando Alvim, Rui Unas, Solange F., Ana Rita Clara e Rui Sinel de Cordes seriam alguns dos mais conhecidos ao longo desses anos. Um colectivo ganhou fama aí e saltou para os canais tradicionais: o Gato Fedorento. E ainda os Homens da Luta. Diz o director do canal, Pedro Boucherie Mendes, que a SIC Radical está a procurar ser menos ruidosa, menos juvenil e com mais classe. O público inicial da estação tinha 20 anos, agora já vai nos 30. [a partir de texto do jornal Público]
sexta-feira, 22 de abril de 2011
RESISTÊNCIAS
Sei que o tema foge à linha editorial do blogue, mas registo este evento a decorrer amanhã, a partir das 20:00, no laboratório e espaço de exposições de Pièce de Résistance no Museum of National History. Local: Mediamatic Bank, Vijzelstraat 68, Amsterdam, Holanda. Quem convida é Erik Schilp, o director do museu. Haverá histórias sobre a história da resistência, em especial a holandesa, com música e performances. Mais informações em Mediamatic.
AUDIÊNCIAS DE MEIOS (1952)
“Todos os jornais e revistas possuem leitores, poucos ou muitos. Porém, os jornais e as revistas têm tiragens que nem sempre correspondem ao seu verdadeiro número de leitores. Há que diferenciar entre os chamados leitores regulares e os leitores ocasionais ou excepcionais, como sejam os leitores de domingo, nos jornais, ou de tiragens especiais, nas revistas” [Salviano Cruz (1952). "Problemas económicos dos jornais e revistas de Portugal e os seus leitores". A Revista de Pesquisas Económico-Sociais, 3: 303-319].
Assim, pergunta Salviano Cruz, quantos leitores tem determinada publicação? E como são qualitativamente, social e economicamente? O autor parte de um inquérito feito em Lisboa e no Porto pelo processo de amostra estruturada (embora não diga o número de inquiridos, a data em que o trabalho foi feito, qual a entidade que solicitou o estudo e a margem de erro, elementos hoje fundamentais num inquérito, mas indica haver dois estudos por ano, em Junho e em Dezembro). Trata-se, a meu ver, do primeiro texto e estudo de meios em Portugal, pelo que merece uma atenção especial.
Quanto a Lisboa, o jornal mais lido em 1952 era o Diário de Notícias, seguindo-se o Diário Popular, O Século e O Diário de Lisboa, este apresentado como “o jornal mais progressivo e dinâmico desde há 20 a 25 anos”. Além dos chamados quatro grandes, o autor faz uma classificação da imprensa independente em três grupos: 1) desportiva, com A Bola à frente, 2) política, com O Diário da Manhã à frente de A República, e 3) católica, com As Novidades e A Voz. Em Lisboa, 60% dos leitores de classe média e superior, 73% da classe média baixa e 70% de homens e 59% de mulheres lêem o Diário de Notícias; no Porto, 80% de leitores da classe média alta lêem O Primeiro de Janeiro, com 66% de homens e 43% de mulheres.
Já no tocante aos jornais do Porto, O Primeiro de Janeiro aparece à frente, seguido do Jornal de Notícias, O Comércio do Porto e o Diário do Norte. Na imprensa desportiva, O Norte Desportivo aparece à frente de A Bola e O Mundo Desportivo.
Enquanto em Lisboa a imprensa do Porto não chega aos 6%, no Porto a imprensa de Lisboa alcança 27%. Em termos de leitura regular, o Diário de Notícias atinge 57% dos leitores, a que se seguem O Diário Popular e O Século.
O impacto da publicidade junto dos leitores é um dos elementos primordiais do estudo de Salviano Cruz. Por exemplo, a publicidade a produtos higiénicos de carácter feminino no Diário de Lisboa parece pouco indicada. Por outro lado, o preço da publicidade em O Século pode não se justificar, dado o número pouco representativo de leitores que a apreciam. O autor recomenda ser pouco aconselhável economicamente fazer publicidade nos quatro principais jornais de Lisboa em simultâneo. No Porto, para os produtos populares de multidão (é a palavra usada), O Jornal de Notícias é o segundo mais indicado. Destaca-se a atitude menos receptiva à publicidade por parte de O Primeiro de Janeiro.
Salviano Cruz chama a atenção para as estatísticas inflacionadas de tiragem e de vendas apresentadas pelos jornais.
Quanto a revistas, o estudo conclui que 17% da população de Lisboa e 42% da população do Porto não lê revistas. As mais lidas são O Século Ilustrado (45 mil leitores), A Flama (cerca de 43 mil leitores), Modas e Bordados (quase 38 mil leitores). Os leitores regulares predominam sobre os ocasionais. Se O Século Ilustrado é lido pela classe média superior para cima e tem mais leitores masculinos no Porto e femininos em Lisboa, A Flama é lida pela classe média baixa, principalmente no Porto, com maior afluência de leitores católicos. Modas e Bordados e Eva são publicações para mulheres e As Selecções do Reader’s Digest tem na classe média alta o maior número de leitores.
Dos assuntos mais lidos nos jornais, primeiro vem o noticiário internacional e depois o nacional. Os leitores de O Século também gostam de ler os editoriais e o caso do dia (penso que crime ou outro assunto do dia) e os leitores do Diário de Notícias apreciam os anúncios e a secção Cidade.
O autor, na parte final do seu artigo, volta ao tema da publicidade. Escreve ele que, em contraste com as dificuldades da publicidade na imprensa, a da rádio está em aperfeiçoamento, além de que existem cerca de 600 mil aparelhos espalhados pelo país. O maior jornal não ia além de 90 mil leitores, o que indica uma maior concorrência entre os meios. A televisão ainda não tinha chegado e baralhado de novo as estimativas.
Assim, pergunta Salviano Cruz, quantos leitores tem determinada publicação? E como são qualitativamente, social e economicamente? O autor parte de um inquérito feito em Lisboa e no Porto pelo processo de amostra estruturada (embora não diga o número de inquiridos, a data em que o trabalho foi feito, qual a entidade que solicitou o estudo e a margem de erro, elementos hoje fundamentais num inquérito, mas indica haver dois estudos por ano, em Junho e em Dezembro). Trata-se, a meu ver, do primeiro texto e estudo de meios em Portugal, pelo que merece uma atenção especial.
Quanto a Lisboa, o jornal mais lido em 1952 era o Diário de Notícias, seguindo-se o Diário Popular, O Século e O Diário de Lisboa, este apresentado como “o jornal mais progressivo e dinâmico desde há 20 a 25 anos”. Além dos chamados quatro grandes, o autor faz uma classificação da imprensa independente em três grupos: 1) desportiva, com A Bola à frente, 2) política, com O Diário da Manhã à frente de A República, e 3) católica, com As Novidades e A Voz. Em Lisboa, 60% dos leitores de classe média e superior, 73% da classe média baixa e 70% de homens e 59% de mulheres lêem o Diário de Notícias; no Porto, 80% de leitores da classe média alta lêem O Primeiro de Janeiro, com 66% de homens e 43% de mulheres.
Já no tocante aos jornais do Porto, O Primeiro de Janeiro aparece à frente, seguido do Jornal de Notícias, O Comércio do Porto e o Diário do Norte. Na imprensa desportiva, O Norte Desportivo aparece à frente de A Bola e O Mundo Desportivo.
Enquanto em Lisboa a imprensa do Porto não chega aos 6%, no Porto a imprensa de Lisboa alcança 27%. Em termos de leitura regular, o Diário de Notícias atinge 57% dos leitores, a que se seguem O Diário Popular e O Século.
O impacto da publicidade junto dos leitores é um dos elementos primordiais do estudo de Salviano Cruz. Por exemplo, a publicidade a produtos higiénicos de carácter feminino no Diário de Lisboa parece pouco indicada. Por outro lado, o preço da publicidade em O Século pode não se justificar, dado o número pouco representativo de leitores que a apreciam. O autor recomenda ser pouco aconselhável economicamente fazer publicidade nos quatro principais jornais de Lisboa em simultâneo. No Porto, para os produtos populares de multidão (é a palavra usada), O Jornal de Notícias é o segundo mais indicado. Destaca-se a atitude menos receptiva à publicidade por parte de O Primeiro de Janeiro.
Salviano Cruz chama a atenção para as estatísticas inflacionadas de tiragem e de vendas apresentadas pelos jornais.
Quanto a revistas, o estudo conclui que 17% da população de Lisboa e 42% da população do Porto não lê revistas. As mais lidas são O Século Ilustrado (45 mil leitores), A Flama (cerca de 43 mil leitores), Modas e Bordados (quase 38 mil leitores). Os leitores regulares predominam sobre os ocasionais. Se O Século Ilustrado é lido pela classe média superior para cima e tem mais leitores masculinos no Porto e femininos em Lisboa, A Flama é lida pela classe média baixa, principalmente no Porto, com maior afluência de leitores católicos. Modas e Bordados e Eva são publicações para mulheres e As Selecções do Reader’s Digest tem na classe média alta o maior número de leitores.
Dos assuntos mais lidos nos jornais, primeiro vem o noticiário internacional e depois o nacional. Os leitores de O Século também gostam de ler os editoriais e o caso do dia (penso que crime ou outro assunto do dia) e os leitores do Diário de Notícias apreciam os anúncios e a secção Cidade.
O autor, na parte final do seu artigo, volta ao tema da publicidade. Escreve ele que, em contraste com as dificuldades da publicidade na imprensa, a da rádio está em aperfeiçoamento, além de que existem cerca de 600 mil aparelhos espalhados pelo país. O maior jornal não ia além de 90 mil leitores, o que indica uma maior concorrência entre os meios. A televisão ainda não tinha chegado e baralhado de novo as estimativas.
PORTO
O casamento é uma decisão privada que requer um acto público. À porta da igreja ou do registo civil, com ou sem convidados, a fotografia é um elemento que perpetua o acto. Mas a cidade surpreende-nos, ao vermos os noivos posarem. A rua estava cheia de transeuntes, que passeavam, tomavam café, faziam compras de Páscoa, numa magnífica tarde primaveril. O casal, anónimo para o passeante, associava-se ao movimento, à azáfama, à novidade urbana. Uma máquina que não a do fotógrafo oficial captou o gesto - o sorriso dele, a presença dela. Um acto de entre milhares de actos ao longo da rua (Abril de 2011, Rua de Santa Catarina, Porto).
quinta-feira, 21 de abril de 2011
BERTRAND DO CHIADO - A MAIS ANTIGA LIVRARIA EM ACTIVIDADE
"Desde que abriu em 1732, a Livraria Bertrand do Chiado nunca deixou de funcionar. É por isso que entrou para o Guiness como a livraria mais antiga do mundo ainda em actividade" (Público).
ESTRUTURA DE ATENDIMENTO AO CLIENTE NA CONTROLINVESTE
A Controlinveste decidiu criar uma nova direcção focada no serviço a cliente, que surge no âmbito da estratégia Customer Centric Organization, com o objectivo de criar uma organização centrada no cliente e prestar um serviço de alta qualidade a um número maior de clientes directos, por via dos aumento de assinaturas em papel e digital (briefing).
FATAL 2011 - FESTIVAL ANUAL DE TEATRO ACADÉMICO DE LISBOA
O FATAL 2011 – Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa traz, de 11 a 29 de Maio, quinze grupos de teatro de dentro e fora de fonteiras. Para além dos espectáculos, o festival vai encher a capital com exposições, workshops e uma residência artística com alunos. Contacto: fatal.comunicacao@reitoria.ul.pt.
CONCURSO DE INSTRUMENTOS DE SOPRO
O IV concurso nacional de instrumentos de sopro Terras de La Salette terminou em Oliveira de Azeméis após a audição a três centenas e meia de músicos de todo o país. O concurso reuniu ao longo de cinco dias músicos de 130 concelhos, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. O concerto dos laureados realiza-se hoje, às 17:00, no cine-teatro Caracas. O concurso Terras de La Salette é uma organização da autarquia de Oliveira de Azeméis - que prestou esta informação - em parceria com a Federação das Associações do Município de Oliveira de Azeméis. Decorre anualmente neste concelho de tradição musical, com seis bandas filarmónicas e uma academia de música em actividade permanente.
TEATRO
"Se Adão e Eva eram brancos de onde é que vieram os pretos"?
"Percutindo bidons, cruzando palavras e canto, erguendo a voz ou evocando a poesia num bailado, Nosso Senhor da Purificação comove, provoca e cativa o público num espectáculo onde a música, a luz e a representação se elevam a prece. Ao longo de sessenta minutos são apresentados diferentes quadros do processo clássico de imigração e consequentes problemáticas de integração na sociedade de acolhimento. Numa perspectiva crítica e dinâmica da sociedade urbana actual fala-se abertamente de partidas e chegadas, de sonhos e de loucura, levantam-se dúvidas e afirmam-se certezas".
Textos: actores, António Terra, Hugo Barreiros, Ondjaki, São Correia. Actores: Anuku Lorosae, Gany Ferreira, Hélder Silva, Mada Madavazane, Mary Joss, Solange Sanhá, Soraya Ramos. Participação especial: Valéria Carvalho. Composição e direcção musical: Pedro Lima. Coreografia: Sandra Roque.
Teatro A Barraca, 28 de Abril a 1 de Maio.
"Percutindo bidons, cruzando palavras e canto, erguendo a voz ou evocando a poesia num bailado, Nosso Senhor da Purificação comove, provoca e cativa o público num espectáculo onde a música, a luz e a representação se elevam a prece. Ao longo de sessenta minutos são apresentados diferentes quadros do processo clássico de imigração e consequentes problemáticas de integração na sociedade de acolhimento. Numa perspectiva crítica e dinâmica da sociedade urbana actual fala-se abertamente de partidas e chegadas, de sonhos e de loucura, levantam-se dúvidas e afirmam-se certezas".
Textos: actores, António Terra, Hugo Barreiros, Ondjaki, São Correia. Actores: Anuku Lorosae, Gany Ferreira, Hélder Silva, Mada Madavazane, Mary Joss, Solange Sanhá, Soraya Ramos. Participação especial: Valéria Carvalho. Composição e direcção musical: Pedro Lima. Coreografia: Sandra Roque.
Teatro A Barraca, 28 de Abril a 1 de Maio.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
PINA BAUSCH NO TEATRO DA TRINDADE, LISBOA
Sob o título genérico Filmes de Dança: Pina Bausch revisitada, o teatro da Trindade, em associação com o ABC Cineclube de Lisboa e o patrocínio do Goethe Institut, apresenta nos dias 29 e 30 de Abril na sua sala principal uma breve mostra de filmes dedicada à coreógrafa alemã falecida há dois anos.
WRITING THE PRESS INTO HISTORY - CfP
The theme of Newspaper and Periodical History Forum of Ireland Conference, which will be held at the National Library of Ireland on 18-19 November 2011, is Writing the press into history. This theme examines how journalism and the press has been, and can be, integrated into wider political, economic, social and cultural histories. Given the growth in the number of scholars, both nationally and internationally, writing about the history of journalism and the press it is timely to examine critically what all this activity means for the relationship between writing about the press and mainstream national and transnational histories. Topics that conference papers might address include: 1) the role of the press in politics and diplomacy, 2) the journalist as historian or as participant / witness to historical events, 3) the business of newspapers & periodicals as part of the wider economy, 4) journalistic biography / autobiography, 5) the press as participant in, or its impact on, historical events, 6) writing press history, 7) using newspapers and periodicals as a source for historical research, and 8) the press and global / transnational history. There will be a special open session during the conference for early stage researchers, at which emerging scholars, who are researching any aspect of newspaper, periodical or journalism history, may present their research. To submit a proposal, please email a 500-word summary of your paper to the Forum secretary, Mark O’Brien, at nphficonference@gmail.com. Please also include a brief biographical note and please also indicate if you wish to participate in the session for early stage researchers. To join the Forum, please contact the membership secretary, Caroline Connolly, at caroline.connolly26@mail.dcu.ie. The closing date for submission of proposals is 31 May 2011.
REDE SOCIAL PARA CIENTISTAS SOCIAIS
O sítio Social Science Space, criado recentemente, permite aos cientistas sociais explorarem, partilharem e trabalharem nos grandes temas das ciências sociais, criado pela Sage e que engloba já mais de trinta instituições.
Há pouco tempo, fiz alusão a uma outra rede social, Hypotheses, pertencente à Cléo (Centre pour l'édition électronique ouverte), também dedicada às ciências sociais e humanas.
DOCUMENTÁRIO NO QATAR
O Festival Internacional de Documentário da Al Jazeera, a decorrer de 21 a 24 de Abril no Qatar, seleccionou quatro Grandes Reportagens da SIC para a Competição Oficial (Briefing).
COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL NO PALÁCIO DE BELÉM
Além das alocuções do Presidente da República e dos anteriores presidentes, as comemorações no Palácio de Belém englobam música da banda da Guarda Nacional Republicana, Bernardo Sassetti e Mário Laginha, grupo coral Os Ceifeiros de Cuba, grupo de concertinas da Associação Cultural e Recreativa As Palmeiras de Castelo Branco e grupo de cavaquinhas da Casa do Concelho de Arcos de Valdevez.
IMPRESA - 3
"Em declarações à Lusa, António Pinto Ribeiro, representante da Investoffice, detida a 99,9 por cento pela Ongoing, na assembleia de acionistas do grupo dono da SIC e do Expresso, defendeu que «Pinto Balsemão quer fechar a Impresa apesar de ser uma sociedade aberta e não quer que ninguém tenha uma intervenção nessa sociedade ainda que legalmente tenha direito»" (Económico).
O jornal Diário Económico é detido pela Ongoing, com interesses igualmente na Portugal Telecom, Zon Multimedia e Espírito Santo Financial Group. Há meses, circulou a informação que a Ongoing estaria compradora da TVI, o canal comercial que concorre com a SIC. Na semana passada, a Ongoing apresentou resultados líquidos 236 milhões de euros referentes a 2010. António Pinto Ribeiro, antigo ministro da Cultura, era um dos nomes indicados pelo grupo para entrar na administração da Impresa.
O jornal Diário Económico é detido pela Ongoing, com interesses igualmente na Portugal Telecom, Zon Multimedia e Espírito Santo Financial Group. Há meses, circulou a informação que a Ongoing estaria compradora da TVI, o canal comercial que concorre com a SIC. Na semana passada, a Ongoing apresentou resultados líquidos 236 milhões de euros referentes a 2010. António Pinto Ribeiro, antigo ministro da Cultura, era um dos nomes indicados pelo grupo para entrar na administração da Impresa.
IMPRESA - 2
"O grupo Ongoing vai avançar para os tribunais contra a Impresa após ontem em assembleia-geral ter visto chumbada a proposta de integração no conselho de administração do grupo da SIC e do Expresso" (Meios & Publicidade).
terça-feira, 19 de abril de 2011
IMPRESA - 1
"A Ongoing não vai ter um representante nos órgãos sociais do grupo Impresa, onde possui 22,5 por cento do capital, apesar de ter proposto dois nomes. Os accionistas decidiram manter à frente do grupo o accionista maioritário, Francisco Balsemão" (Público).
PEGADA
M. (admitamos ser esse o seu verdadeiro nome) comprou uma mobília escandinava adequada à dimensão da sua cozinha, com os equipamentos encastrados. Ficou tudo brilhante, com M. contente e a fazer a publicidade correspondente. Havia até espaço para remédios, ímans no frigorífico, lembretes próprios e recados para a família. O tempo foi acrescentando objectos, frascos de compota, documentos para fazer um livro de culinária, recordações de locais visitados. Nos tempos livres, M. pinta a óleo. Um dia, pôs a loiça na máquina de lavar e, depois da lavagem, abriu a porta e deixou exposta a loiça. Ficou uma instalação. Agora, há visitas guiadas à cozinha.
"a mulher sem meter o pé faz pegada" é uma variante de "a mulher, sem pôr o pé faz pegada".
segunda-feira, 18 de abril de 2011
sábado, 16 de abril de 2011
O ÚLTIMO BAILE DO SR. JOSÉ DA CUNHA
O texto é de Júlio Dinis (nome literário de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, escrito em 1857), a encenação de Humberto Pereira, os actores do Grupo de Teatro Amador do Órfeão da Foz do Douro (Porto), colectividade fundada em Janeiro de 1906.
Uma comédia divertida num acto, em que os amigos Alberto e Ernesto procuram revelar-se às suas amadas num baile de máscaras. Texto de uma época onde os códigos sociais e simbólicos eram bem demarcados e obedeciam a regras muito rígidas de honra e relacionamento. Dois pares amorososos (um já constituído com solidez, o outro à espera de aprovação), os sentimentos expressos de modo claro e sem subterfúgios, a necessidade de autorização do pai para a filha namorar (e a ausência significativa da mãe em tal decisão), o galã a querer seduzir uma mulher casada, cujo marido era muito ciumento, são alguns ingredientes psicológicos de uma peça ainda muito popular no conjunto de grupos de teatro amador.
Os actores da peça estreada em Maio de 2010 e cujo ciclo de representações chega ao fim são, por ordem alfabética, Álvaro Cardoso, Isabel Cardia, Francisco Silva, Esmeralda Rocha, José Agostinho, Humberto Pereira e Conceição Luz.
A colectividade insere-se numa zona simultaneamente popular e de classe mais elevada. A zona habitacional e a data de origem indicam isso. Hoje, pelo que percebi, além do teatro e da participação em festas populares como o S. João, o que levou o presidente da associação a pedir voluntários, o órfeão tem uma banda e outras actividades como futebol de mesa.
A assistência ao espectáculo conhecia-se entre si, o que ilustra a proximidade habitacional e gostos próximos daquilo a que João Teixeira Lopes e Bárbara Aibéo (Os públicos da cultura em Santa Maria da Feira, 2007) chamaram de activismo popular (esfera da criação sem autor, como teatro amador e cantar-dançar-tocar um instrumento, público jovem na transição para a vida adulta e em contexto de menor capital cultural), por distinção de ecletismo cultivado, doméstico convivial e doméstico audiovisual. Aqui, há uma diferença face ao que os dois sociólogos indicam, pois o público é mais velho, identificado na linha Jordi López e Ercília García (El consumo de las artes escénicas y musicales en España, 2002), quando se referiam à cultura espanhola da zarzuela e do flamenco.
Uma comédia divertida num acto, em que os amigos Alberto e Ernesto procuram revelar-se às suas amadas num baile de máscaras. Texto de uma época onde os códigos sociais e simbólicos eram bem demarcados e obedeciam a regras muito rígidas de honra e relacionamento. Dois pares amorososos (um já constituído com solidez, o outro à espera de aprovação), os sentimentos expressos de modo claro e sem subterfúgios, a necessidade de autorização do pai para a filha namorar (e a ausência significativa da mãe em tal decisão), o galã a querer seduzir uma mulher casada, cujo marido era muito ciumento, são alguns ingredientes psicológicos de uma peça ainda muito popular no conjunto de grupos de teatro amador.
Os actores da peça estreada em Maio de 2010 e cujo ciclo de representações chega ao fim são, por ordem alfabética, Álvaro Cardoso, Isabel Cardia, Francisco Silva, Esmeralda Rocha, José Agostinho, Humberto Pereira e Conceição Luz.
A colectividade insere-se numa zona simultaneamente popular e de classe mais elevada. A zona habitacional e a data de origem indicam isso. Hoje, pelo que percebi, além do teatro e da participação em festas populares como o S. João, o que levou o presidente da associação a pedir voluntários, o órfeão tem uma banda e outras actividades como futebol de mesa.
A assistência ao espectáculo conhecia-se entre si, o que ilustra a proximidade habitacional e gostos próximos daquilo a que João Teixeira Lopes e Bárbara Aibéo (Os públicos da cultura em Santa Maria da Feira, 2007) chamaram de activismo popular (esfera da criação sem autor, como teatro amador e cantar-dançar-tocar um instrumento, público jovem na transição para a vida adulta e em contexto de menor capital cultural), por distinção de ecletismo cultivado, doméstico convivial e doméstico audiovisual. Aqui, há uma diferença face ao que os dois sociólogos indicam, pois o público é mais velho, identificado na linha Jordi López e Ercília García (El consumo de las artes escénicas y musicales en España, 2002), quando se referiam à cultura espanhola da zarzuela e do flamenco.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
NÃO PODE O PAÍS SER COMO AS EQUIPAS DE FUTEBOL?
Hoje, as três equipas portuguesas passaram à fase seguinte na competição europeia de futebol que disputam, o que é uma alegria para quem gosta da modalidade. O país tem de (precisa de) ser ganhador como o futebol, para vencer a enorme crise financeira e de atitude moral.
JOSÉ CARLOS ABRANTES APONTADO PARA PROVEDOR DA RTP
Conforme adiantara aqui no blogue, a provedoria da RTP parece, finalmente, resolvida. José Carlos Abrantes foi o nome escolhido pela administração da RTP para provedor do telespectador. Falta apenas a confirmação do Conselho de Opinião, cuja posição é vinculativa, com reunião agendada para 18 de Abril.
Antigo provedor do Diário de Notícias, professor universitário e investigador na área dos media, José Carlos Abrantes é o nome avançado pela estação de televisão pública para o cargo de provedor. O novo provedor da RTP, que sucede a José Manuel Paquete de Oliveira, prevê um cargo muito activo: "Imagino um mandato com muito correio, com muita participação. Procurarei dar muita atenção às questões da informação. Pessoalmente, acho que é um sector muito importante", disse. Promete dar atenção ao tema da literacia dos media, pois "uma das funções do provedor é explicar como se fazem as notícias e a programação".
Com 66 anos, nascido em Cabanas de Viriato, leccionou Teoria e História da Imagem no curso de Jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1994-2001) e na Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Entre Abril de 2004 e Junho de 2007 foi provedor do leitor do Diário de Notícias. É autor de títulos como A construção do olhar (org.) (2005), Televisão: das audiências aos públicos (org.), em colaboração com Daniel Dayan (2006) e Ecrãs em mudança (org.) (2006), 1001 razões para gostar de Portugal (2005) [que continua num dos seus múltiplos blogues, Razões para Gostar de Portugal]. Grande organizador de eventos e tertúlias culturais e mediáticos, tem trabalhado com a Livraria Almedina, o Teatro S. Luís e o Instituto Franco-Português, entre outras instituições, é director de uma colecção das Edições 70, onde publiquei o meu livro Indústrias Culturais.
Ao José Carlos, envio daqui um abraço de parabéns.
Antigo provedor do Diário de Notícias, professor universitário e investigador na área dos media, José Carlos Abrantes é o nome avançado pela estação de televisão pública para o cargo de provedor. O novo provedor da RTP, que sucede a José Manuel Paquete de Oliveira, prevê um cargo muito activo: "Imagino um mandato com muito correio, com muita participação. Procurarei dar muita atenção às questões da informação. Pessoalmente, acho que é um sector muito importante", disse. Promete dar atenção ao tema da literacia dos media, pois "uma das funções do provedor é explicar como se fazem as notícias e a programação".
Com 66 anos, nascido em Cabanas de Viriato, leccionou Teoria e História da Imagem no curso de Jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1994-2001) e na Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Entre Abril de 2004 e Junho de 2007 foi provedor do leitor do Diário de Notícias. É autor de títulos como A construção do olhar (org.) (2005), Televisão: das audiências aos públicos (org.), em colaboração com Daniel Dayan (2006) e Ecrãs em mudança (org.) (2006), 1001 razões para gostar de Portugal (2005) [que continua num dos seus múltiplos blogues, Razões para Gostar de Portugal]. Grande organizador de eventos e tertúlias culturais e mediáticos, tem trabalhado com a Livraria Almedina, o Teatro S. Luís e o Instituto Franco-Português, entre outras instituições, é director de uma colecção das Edições 70, onde publiquei o meu livro Indústrias Culturais.
Ao José Carlos, envio daqui um abraço de parabéns.
SUSPENSÃO DO DAB NA RTP
A RTP pediu à Anacom a suspensão da emissão digital de rádio em sistema DAB (Digital Audio Broadcasting), aguardando uma decisão do organismo regulador (Meios & Publicidade). Sabia-se já que o sistema usado pela rádio de Estado carecia de actualização. Recorde-se ainda que o DAB tem tido uma história estranha, pois está a ser usado no Reino Unido, após um esforço conjunto do Estado, dos fabricantes e das estações, mas foi rejeitado noutros países da Europa comunitária.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
LEI DA TELEVISÃO
"A nova Lei da Televisão, que inclui a transposição para Portugal da directiva europeia, foi publicada ontem [dia 11] em Diário da República, depois de ter sido aprovada pelo Parlamento em Fevereiro. O novo diploma integra, por exemplo, a eliminação do intervalo mínimo de vinte minutos entre pausas publicitárias e obriga os canais a publicar nas suas páginas Internet informações relativas à propriedade dos operadores (Meios & Publicidade).
DESAPARECIMENTO DA ONDA CURTA DA RDP
"A RTP pediu ao Governo a «suspensão temporária» das emissões da RDP Internacional em Onda Curta após uma avaliação devido ao reduzido número de ouvintes e aos custos acrescidos, disse à Lusa fonte oficial da empresa" (Briefing).
MEDIA E ACTOS ELEITORAIS SEGUNDO MÁRIO BACALHAU
O livro de Mário Bacalhau, Atitudes, opiniões e comportamentos políticos dos portugueses: 1973-1993. Cultura política e instituições políticas, evolução e tipologia do sistema partidário, afinidade partidária e perfil dos eleitores, data de 1994, mas a sua temática é actual, devido ao período pré-eleitoral que atravessamos.
Não é meu propósito estudar o tema mas tão só analisar as poucas páginas que o autor dedica aos media e aos líderes de opinião (pp.39-44). Mário Bacalhau (nascido em 1936) observa duas utilizações dos media: 1) contribuem para um maior volume de informação e difusão de comportamentos diferenciados, diminuindo a influência das normas de uma comunidade que tendem para a uniformização, 2) informam de modo universal e criam homogeneização reduzindo as diferenças dos grupos de referência. Os media favorecem as tomadas de consciência.
De acordo com a investigação produzida pelo autor, realizada em 1978, 1984 e 1993, a audiência dos principais media aumentou de modo impressivo. Por exemplo, ler um jornal semanário subiu de 14,3% em 1978 para 32,2% em 1993. Do mesmo modo, acompanhar o noticiário televisivo diário subiu de 69,6% em 1978 para 95,5% em 1993, o que significa quase todo o universo.
No índice de exposição (frequência de audiência ou contacto), concluiu por bastante exposição (52,3%), seguida de pouca exposição (27,4%), números que alteram conforme o nível de instrução. Por exemplo, entre a população com frequência universitária, havia um elevado índice de exposição (51%), um bom índice de exposição (39,5%) e pouca exposição (9,5%). A participação política e a manifestação de opiniões aumenta quando é maior o índice de exposição.
Outro resultado que me parece interessante é o que diz respeito à percentagem de população com níveis elevados de liderança. Mário Bacalhau indica que a percentagem de líderes de opinião era mais elevada em 1978 que nos outros anos estudados (1984 e 1993). A explicação residia, diz o autor, na maior instabilidade política no primeiro daqueles anos, pois havia mais actos eleitorais e sucediam-se com mais frequência as campanhas eleitorais, com os media a dedicarem mais tempo e espaço à informação sobre os assuntos políticos e o governo, transformados em assuntos de interesse do quotidiano dos cidadãos.
Se esta "lei" se verificar agora, justifica-se o maior envolvimento dos canais de televisão na campanha eleitoral que se avizinha, com entrevistas e reportagens, numa situação crucial para a vida de Portugal, com a vinda do FMI em ocasião de crise considerada a mais grave de há 150 anos. Hoje de manhã, numa recolha de depoimentos de populares ouvidos pela rádio pública em Bragança, uma senhora dizia que a vinda do FMI tinha a ver com as nossas contas bancárias. Dívida soberana, default, resgate e FEEF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) são algumas das novas palavras comuns que temos ouvido com insistência nas últimas semanas.
Não é meu propósito estudar o tema mas tão só analisar as poucas páginas que o autor dedica aos media e aos líderes de opinião (pp.39-44). Mário Bacalhau (nascido em 1936) observa duas utilizações dos media: 1) contribuem para um maior volume de informação e difusão de comportamentos diferenciados, diminuindo a influência das normas de uma comunidade que tendem para a uniformização, 2) informam de modo universal e criam homogeneização reduzindo as diferenças dos grupos de referência. Os media favorecem as tomadas de consciência.
De acordo com a investigação produzida pelo autor, realizada em 1978, 1984 e 1993, a audiência dos principais media aumentou de modo impressivo. Por exemplo, ler um jornal semanário subiu de 14,3% em 1978 para 32,2% em 1993. Do mesmo modo, acompanhar o noticiário televisivo diário subiu de 69,6% em 1978 para 95,5% em 1993, o que significa quase todo o universo.
No índice de exposição (frequência de audiência ou contacto), concluiu por bastante exposição (52,3%), seguida de pouca exposição (27,4%), números que alteram conforme o nível de instrução. Por exemplo, entre a população com frequência universitária, havia um elevado índice de exposição (51%), um bom índice de exposição (39,5%) e pouca exposição (9,5%). A participação política e a manifestação de opiniões aumenta quando é maior o índice de exposição.
Outro resultado que me parece interessante é o que diz respeito à percentagem de população com níveis elevados de liderança. Mário Bacalhau indica que a percentagem de líderes de opinião era mais elevada em 1978 que nos outros anos estudados (1984 e 1993). A explicação residia, diz o autor, na maior instabilidade política no primeiro daqueles anos, pois havia mais actos eleitorais e sucediam-se com mais frequência as campanhas eleitorais, com os media a dedicarem mais tempo e espaço à informação sobre os assuntos políticos e o governo, transformados em assuntos de interesse do quotidiano dos cidadãos.
Se esta "lei" se verificar agora, justifica-se o maior envolvimento dos canais de televisão na campanha eleitoral que se avizinha, com entrevistas e reportagens, numa situação crucial para a vida de Portugal, com a vinda do FMI em ocasião de crise considerada a mais grave de há 150 anos. Hoje de manhã, numa recolha de depoimentos de populares ouvidos pela rádio pública em Bragança, uma senhora dizia que a vinda do FMI tinha a ver com as nossas contas bancárias. Dívida soberana, default, resgate e FEEF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) são algumas das novas palavras comuns que temos ouvido com insistência nas últimas semanas.
BLOGUE PREMIADO PELA DEUSTCHE WELLE
O blogue A Tunisian Girl venceu a sétima edição anual da Deutsche Welle Blog Awards, premiada por um júri internacional de especialistas em blogues e media. Lina Mhenni Ben, de 27 anos, professora na Universidade de Túnis, tem um blogue onde escreve sobre a repressão e a censura no seu país desde 2007, ainda antes da revolta popular depor o presidente Ben Ali. Durante os protestos de Dezembro de 2010 e Janeiro de 2011, ela esteve em lugares como Sidi Bouzid e Kasrine, onde documentou a repressão e os assassinatos que ali ocorreram. Agora, mantém um olhar atento sobre a evolução politica na Tunísia [texto construído a partir da notícia do European Journalism Centre].
terça-feira, 12 de abril de 2011
APECOM
Após o pedido de demissão do presidente da APECOM (Associação Portuguesa das Empresas de Conselho em Comunicação e Relações Públicas), a associação avança a convocatória de eleições para 18 de Maio (fonte: Meios e Publicidade).
segunda-feira, 11 de abril de 2011
O YOUTUBE ESTÁ CADA VEZ MAIS PERTO DA TELEVISÃO
No final da passada semana, o YouTube criou um "palco" para eventos ao vivo (youtube.com/live). Assim, após inscrição, os espectadores podem assistir a espectáculos e eventos transmitidos por parceiros da Google, como shows, actividades desportivas e entrevistas. O YouTube planeia testar uma versão da plataforma de modo a que cada utilizador da plataforma possa ver os seus próprios shows em tempo real. Há programas a emitir no momento em que o utilizador acede, em simultâneo, e outros com horário previsto para emissão, como na plataforma da televisão por cabo existem canais diferentes com programação específica. Mais de dois mil milhões de vídeos são vistos diariamente no YouTube, o que quer dizer: consumir mais tempo online em vez do tempo dedicado à televisão (via Google).
PROVEDOR DO ESPECTADOR DA RTP
O recém-saído provedor do telespectador da RTP, José Manuel Paquete de Oliveira, dá hoje uma longa entrevista ao jornal Público sobre a função que desempenhou durante cinco anos. Indica que a anterior administração o ouvia muito e que a actual está mais preocupada com as audiências e as finanças. Paquete de Oliveira entende dever haver mais atenção à relação audiências com serviço público: "a televisão pública será sempre responsável pela tal distinção e pela qualidade do seu produto", disse.
Sobre uma hipotética governamentalização da RTP, o antigo provedor diz não ter constatado nem ter qualquer testemunho para comprovar interferências, embora considere que a televisão pública tem essa marca genética de ser pública, logo, de poder ser "a televisão da voz do dono". Das conversas mantidas com José Alberto Carvalho (saído para a TVI conjuntamente com Judite Sousa), este reflectia muito sobre a subjugação e o escrutínio a que estava sujeito.
Das queixas mais recebidas, o sociólogo falou sobre a duração dos programas, caso dos noticiários e do seu cumprimento. Foi um combate dele mas também da ERC, que fez determinações. E destacou ainda a sua reflexão sobre programas considerados de serviço público, como o Prós e Contras e sobre o tempo nos noticiários dedicado a informação de política partidária (pelo que se viu neste fim-de-semana, parece-me haver um grande exagero de uso de tempo para essa actividade), ao futebol e à moral conservadora levantada por alguns programas de humor.
Na entrevista, Paquete de Oliveira confessa que sentia que o lugar fora criado para resolver problemas de má consciência. No lead do texto assinado por Joana Amaral Cardoso e Jorge Mourinha, lê-se que, depois de Paquete de Oliveira "ter batido com a porta", a RTP ainda não arranjou substituto. Segundo me informavam na semana passada, o caso estaria prestes a ser resolvido. Esperemos, pois, pelos próximos dias.
Sobre uma hipotética governamentalização da RTP, o antigo provedor diz não ter constatado nem ter qualquer testemunho para comprovar interferências, embora considere que a televisão pública tem essa marca genética de ser pública, logo, de poder ser "a televisão da voz do dono". Das conversas mantidas com José Alberto Carvalho (saído para a TVI conjuntamente com Judite Sousa), este reflectia muito sobre a subjugação e o escrutínio a que estava sujeito.
Das queixas mais recebidas, o sociólogo falou sobre a duração dos programas, caso dos noticiários e do seu cumprimento. Foi um combate dele mas também da ERC, que fez determinações. E destacou ainda a sua reflexão sobre programas considerados de serviço público, como o Prós e Contras e sobre o tempo nos noticiários dedicado a informação de política partidária (pelo que se viu neste fim-de-semana, parece-me haver um grande exagero de uso de tempo para essa actividade), ao futebol e à moral conservadora levantada por alguns programas de humor.
Na entrevista, Paquete de Oliveira confessa que sentia que o lugar fora criado para resolver problemas de má consciência. No lead do texto assinado por Joana Amaral Cardoso e Jorge Mourinha, lê-se que, depois de Paquete de Oliveira "ter batido com a porta", a RTP ainda não arranjou substituto. Segundo me informavam na semana passada, o caso estaria prestes a ser resolvido. Esperemos, pois, pelos próximos dias.
domingo, 10 de abril de 2011
MUSEU DE PORTIMÃO PREMIADO
O Museu de Portimão venceu a primeira edição do DASA, Prémio do Mundo do Trabalho 2011, atribuído ontem em Dortmund (Alemanha). Segundo o director do museu, José Gameiro, é importante "este reconhecimento do museu, numa visão ligada mais a uma perspectiva histórica". O museu abriu as suas portas em 17 de Maio de 2008, instalado na antiga fábrica de conservas Feu.
CAFÉ MAJESTIC
O Café Majestic, no Porto, foi eleito o sexto café mais bonito do mundo, segundo o sítio UCityGuides, num Top 10 que classifica aquele espaço portuense como um dos mais atraentes, da fachada ao interior e ao jardim de inverno.
Lê-se no sítio: "When European cafés became the preferred hangouts of their city's intellectuals in the late 19th and early 20th centuries, they turned into cultural institutions with ornate, palatial interiors. Many if not most of them remain open today, although the main visitors are now tourists guided by their guidebooks. Those cafés are now essentially museums where coffee and pastries are served at high prices, while others have been turned into full-blown restaurants, and a few still attempt to keep their cultural heritage alive by hosting literary and other cultural events. The biggest café cities are Paris, Vienna, Venice, and Budapest, where café interiors are at their most sumptuous, but you'll find some extraordinarily beautiful cafés throughout Europe and even in the big cities of the Americas that emulated the grandiosity of the Old World. At UCityGuides we're always looking for what's new and extraordinary, but also love to spend some time in what the past has done best. So after countless coffees, pastries, calories, and overpriced drinks, we bring you the list of the ten most beautiful cafés in the world".
Lê-se no sítio: "When European cafés became the preferred hangouts of their city's intellectuals in the late 19th and early 20th centuries, they turned into cultural institutions with ornate, palatial interiors. Many if not most of them remain open today, although the main visitors are now tourists guided by their guidebooks. Those cafés are now essentially museums where coffee and pastries are served at high prices, while others have been turned into full-blown restaurants, and a few still attempt to keep their cultural heritage alive by hosting literary and other cultural events. The biggest café cities are Paris, Vienna, Venice, and Budapest, where café interiors are at their most sumptuous, but you'll find some extraordinarily beautiful cafés throughout Europe and even in the big cities of the Americas that emulated the grandiosity of the Old World. At UCityGuides we're always looking for what's new and extraordinary, but also love to spend some time in what the past has done best. So after countless coffees, pastries, calories, and overpriced drinks, we bring you the list of the ten most beautiful cafés in the world".
PRAÇA DA BATALHA, PORTO
"A vinda de pessoas traria consequências positivas: as casas seriam ocupadas, o comércio tradicional renasceria, os mercados estariam reabilitados, os cinemas de rua voltavam a abrir, os teatros enchiam" (Inês d'Orey, fotógrafa, sobre o Porto, no Público de hoje).
Mais à frente, no mesmo jornal, João Pedro Barros escreve sobre um programa de concertos na praça da Batalha, no Porto, a arrancar no próximo fim-de-semana, integrado no projecto Odisseia, do Teatro Nacional de São João. São dois fins-de-semana dedicados à cabo-verdiana Ritinha Lobo e ao português João Afonso. O futuro da praça, diz-se, passa pelo binómio turismo/cultura. A movida nocturna sente-se no lado de "lá" da avenida dos Aliados, isto é: Clérigos. O lado de "cá", isto é, rua de Santa Catarina e praça da Batalha, podem revitalizar-se, fazendo um percurso oposto ao que a requalificação arquitectónica de 2001 conduziu: uma área sempre deserta. A praça tem tudo para ser uma referência, refere um antigo governante da cidade, com teatros, cinemas, unidades hoteleiras, uma universidade, até a Messe dos Oficiais.
Mais à frente, no mesmo jornal, João Pedro Barros escreve sobre um programa de concertos na praça da Batalha, no Porto, a arrancar no próximo fim-de-semana, integrado no projecto Odisseia, do Teatro Nacional de São João. São dois fins-de-semana dedicados à cabo-verdiana Ritinha Lobo e ao português João Afonso. O futuro da praça, diz-se, passa pelo binómio turismo/cultura. A movida nocturna sente-se no lado de "lá" da avenida dos Aliados, isto é: Clérigos. O lado de "cá", isto é, rua de Santa Catarina e praça da Batalha, podem revitalizar-se, fazendo um percurso oposto ao que a requalificação arquitectónica de 2001 conduziu: uma área sempre deserta. A praça tem tudo para ser uma referência, refere um antigo governante da cidade, com teatros, cinemas, unidades hoteleiras, uma universidade, até a Messe dos Oficiais.
sábado, 9 de abril de 2011
ELIHU KATZ
Só agora li o texto de Elihu Katz (אליהוא כ"ץ) sobre a leitura da recepção a partir da teoria dos efeitos limitados de Paul Lazarsfeld (original de 1989).
Nascido em 1926, o primeiro livro de Katz foi feito em co-autoria com Lazarsfeld (Personal influence: the part played by people in the flow of mass communications, 1955), sobre o fluxo da influência e das interseccções da comunicação de massa e interpessoal. Depois, entre aulas, nomeadamente na Annenberg School for Communication da Universidade da Pennsylvania, presidência da televisão de Israel (1967-1969) e livros, escreveu sobre o sociólogo francês Gabriel Tarde (pode ser lido no livro La réception, como o texto que indico em primeiro lugar), analisou o impacto da televisão com autores como Michael Gurevitch, escreveu Media events com Daniel Dayan (em português: A história em directo. Os acontecimentos mediáticos da televisão, Minerva, 1999), e participou no primeiro congresso da SOPCOM em 1999, com o importante texto One hundred years of communication research, onde falaria do seu "herói" Gabriel Tarde.
Lazarsfeld, nas suas investigações em especial no seu Bureau of Applied Social Research, criado em 1937, ocupou-se da comunicação de massa no processo de decisão: votar, comprar, ir ao cinema, mudar de opinião. Os efeitos dos media, até então profundos e duradouros sobre as audiências, eram temperados com os processos selectivos de atenção, percepção e memória. Estas, escreveu Katz, dependem de variáveis de situação como idade, história familiar, pertença política. O jornal, a rádio e os outros media partilham com o grupo primário um duplo papel: rede de informação, gerador de pressão social. Katz considera ainda aplicável, hoje, a teoria do fluxo de comunicação em dois passos, corrigindo algumas perspectivas como a substituição da influência pela informação, a partilha de influência de vários líderes, etapas múltiplas em vez de apenas duas.
Katz apresenta três perspectivas discordantes do modelo de efeitos limitados: institucional, crítico e tecnológico. O mais sedutor e o mais atacado por Katz é o crítico, centrado nos textos de Todd Gitlin. Curiosamente, o livro organizado por João Pissarra Esteves, Comunicação e sociedade. Os efeitos sociais dos meios de comunicação de massa, 2002, publica um texto de Katz e outro de Gitlin, onde este segundo autor evidencia a polémica). Gitlin, segundo Katz, releva a ambiguidade e liberdade de público e a escassa influência do líder de opinião, exactamente o oposto dos autores dos efeitos limitados. Para Gitlin, na leitura de Katz, o poder dos media é grande, com estes a construirem a realidade política e social, a decidirem o que é politicamente legítimo ou desviante, a fazerem a imagem dos movimentos sociais.
A leitura do texto de Katz permite-me reconstituir a visão sobre o paradigma dominante ou administrativo ou teoria dos efeitos limitados, como se chamou à linha de investigação de Lazarsfeld, já no final da década de 1970 e anos seguintes. A sua compreensão pode ter apenas um interesse histórico, mas leva-me a olhar a querela público-audiência de outro modo.
Leitura: Elihu Katz (2009). "Lire la réception à travers le modèle des effets limités. Actualité de Lazarsfeld". Em Cécile Méadel (coord.) La réception. Paris: CNRS Éditions, pp. 47-67
Nascido em 1926, o primeiro livro de Katz foi feito em co-autoria com Lazarsfeld (Personal influence: the part played by people in the flow of mass communications, 1955), sobre o fluxo da influência e das interseccções da comunicação de massa e interpessoal. Depois, entre aulas, nomeadamente na Annenberg School for Communication da Universidade da Pennsylvania, presidência da televisão de Israel (1967-1969) e livros, escreveu sobre o sociólogo francês Gabriel Tarde (pode ser lido no livro La réception, como o texto que indico em primeiro lugar), analisou o impacto da televisão com autores como Michael Gurevitch, escreveu Media events com Daniel Dayan (em português: A história em directo. Os acontecimentos mediáticos da televisão, Minerva, 1999), e participou no primeiro congresso da SOPCOM em 1999, com o importante texto One hundred years of communication research, onde falaria do seu "herói" Gabriel Tarde.
Lazarsfeld, nas suas investigações em especial no seu Bureau of Applied Social Research, criado em 1937, ocupou-se da comunicação de massa no processo de decisão: votar, comprar, ir ao cinema, mudar de opinião. Os efeitos dos media, até então profundos e duradouros sobre as audiências, eram temperados com os processos selectivos de atenção, percepção e memória. Estas, escreveu Katz, dependem de variáveis de situação como idade, história familiar, pertença política. O jornal, a rádio e os outros media partilham com o grupo primário um duplo papel: rede de informação, gerador de pressão social. Katz considera ainda aplicável, hoje, a teoria do fluxo de comunicação em dois passos, corrigindo algumas perspectivas como a substituição da influência pela informação, a partilha de influência de vários líderes, etapas múltiplas em vez de apenas duas.
Katz apresenta três perspectivas discordantes do modelo de efeitos limitados: institucional, crítico e tecnológico. O mais sedutor e o mais atacado por Katz é o crítico, centrado nos textos de Todd Gitlin. Curiosamente, o livro organizado por João Pissarra Esteves, Comunicação e sociedade. Os efeitos sociais dos meios de comunicação de massa, 2002, publica um texto de Katz e outro de Gitlin, onde este segundo autor evidencia a polémica). Gitlin, segundo Katz, releva a ambiguidade e liberdade de público e a escassa influência do líder de opinião, exactamente o oposto dos autores dos efeitos limitados. Para Gitlin, na leitura de Katz, o poder dos media é grande, com estes a construirem a realidade política e social, a decidirem o que é politicamente legítimo ou desviante, a fazerem a imagem dos movimentos sociais.
A leitura do texto de Katz permite-me reconstituir a visão sobre o paradigma dominante ou administrativo ou teoria dos efeitos limitados, como se chamou à linha de investigação de Lazarsfeld, já no final da década de 1970 e anos seguintes. A sua compreensão pode ter apenas um interesse histórico, mas leva-me a olhar a querela público-audiência de outro modo.
Leitura: Elihu Katz (2009). "Lire la réception à travers le modèle des effets limités. Actualité de Lazarsfeld". Em Cécile Méadel (coord.) La réception. Paris: CNRS Éditions, pp. 47-67
EXPOSIÇÃO DE BEATRIZ PACHECO PEREIRA
Exposição individual de escultura de Beatriz Pacheco Pereira no Palacete Viscondes de Balsemão, Praça Carlos Alberto, 71, Porto, até 29 de Abril. Este ano, ela foi responsável pela concepção e execução do Programa Cinema e Artes Plásticas do Fantasporto, festival de cinema fantástico do Porto, com a produção de 17 filmes sobre artistas plásticos portugueses contemporâneos.
JOSÉ AFONSO FURTADO E O TWITTER
José Afonso Furtado, director da Biblioteca de Arte da Gulbenkian, aparece na lista das 140 melhores contas do Twitter em todo o mundo segundo a Time. A qualidade da conta de notícias sobre o mundo da indústrias editorial valeu a Furtado a classificação. Ele, que tem mais de sete mil seguidores, usa o Twitter como ferramenta de trabalho para troca de informação, indica o semanário Sol, de onde estou a retirar a informação.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
MYSPACE EM QUEDA
No Público de hoje, Vítor Belanciano escreve sobre a ascensão e queda da rede social MySpace. Nasceu em 2004, pelas mãos de Chris DeWolfe e Tom Anderson, com a capacidade de os músicos colocarem directamente os seus temas num perfil em vez de usarem o sistema de distribuição tradicional e de toda a cadeia de valor até então em uso: formar uma banda, conseguir um contrato, editar um disco e passá-lo na rádio e na televisão, com concertos incluídos. Apareceram fenómenos como Arctic Monkeys e Lily Allen, surgidos do nada. Até 2008, 180 milhões de pessoas adoptaram a rede. Uma alteração dera-se, entretanto: em 2005, Rupert Murdoch comprara o MySpace por 580 milhões de dólares. Com o aparecimento do Facebook, a rede MySpace quis competir, alargando o nicho inicial da música a elaboração de perfis, troca de fotografias, músicas e textos. A estratégia de seguimento revelou-se um desastre, com novo desenho gráfico (275 milhões de dólares de custo), além de que apareceram sítios mais atraentes como Last.fm ou Spotify e o próprio Facebook. O MySpace perdeu 130 milhões de utilizadores, passou da segunda plataforma mais visitada, depois da Google, para o actual 58º lugar. Murdoch acumulou dívidas e despediu e encerrou escritórios já este ano, como aqui escrevi. Agora o patrão do grupo Media News Corp procura compradores para o sítio musical.
DEZ ANOS DE IPOD
Roland Barthes considerava as catedrais como a forma icónica da sociedade da Idade Média. Na década de 1950, os automóveis ocupavam esse lugar; agora, é o iPod. O texto de José Fialho Gouveia no Sol é sobre os dez anos do aparelho da Apple. Jonathan Rubinstein, do departamento de hardware da Apple, contratara o engenheiro Tony Fadell, encarregando-o de desenhar um leitor de mp3, em que o centro seria a roda táctil que permite aceder a um ficheiro em três cliques. Para trás, ficava uma longa história de invenções: em 1977, o matemático alemão Karlheinz Brandenburg estudava a compressão da música em pequenos ficheiros; em 1991, Brandenburg e Dieter Seitzer construiram o algoritmo que tornava possível o mp1; em 1994, chegava-se ao mp2 e, em 1996, ao mp3. O primeiro leitor portátil tinha capacidade de 32 Mb, o MPMan F10 da empresa sul-coreana SaeHan, chegado ao mercado em 1998. O iPod da Apple, de 5 Gb de memória, era lançado em Outubro de 2001. Depois, toda a indústria musical alterou-se. O iTunes é responsável pela maior parte das vendas digitais, mas as cópias ilegais entram em colisão com os direitos autorais e direitos conexos de cem anos, a precisar de adaptação. A indústria foi obrigada a adaptar-se ao mundo digital, apesar da qualidade do som ter reduzido.
JUDITE SOUSA
Reforçar e não mudar a linha de informação da TVI parece ser a linha condutora de Judite Sousa na entrevista publicada hoje no semanário Sol. 32 anos na RTP de uma vida de 50 anos levou-a a chorar na despedida da RTP. Aqui, deixou amigos: José Rodrigues dos Santos, Vítor Gonçalves, que assumiu o cargo de director-adjunto de informação. E recorda também José Eduardo Moniz, que a fez trocar o Porto por Lisboa. À ideia que a redacção da RTP se sentia intimidada quando chegava, ela responde que não, mas adianta que tem características de liderança.
A jornalista fala muito das audiências. O seu programa Vidas Contadas em 2010 foi o de maior audiência em termos de informação semanal na RTP. Dois dos seus três programas de informação no ano transacto fizeram subir as audiências. Acha natural os 24,2% de share obtido na entrevista de estreia na TVI ao ministro das Finanças. Para Judite Sousa, "os movimentos das audiências não são automáticos. [...] Têm a ver com as idiossincrasias das empresas e com as idiossincrasias do público. É um processo que leva tempo".
Sobre José Alberto Carvalho, que também se transferiu da RTP para a TVI, considera existir uma complementaridade entre os dois. Ela é mais pragmática e frontal, ele procura estabelecer consensos, conversa e escuta.
A jornalista fala muito das audiências. O seu programa Vidas Contadas em 2010 foi o de maior audiência em termos de informação semanal na RTP. Dois dos seus três programas de informação no ano transacto fizeram subir as audiências. Acha natural os 24,2% de share obtido na entrevista de estreia na TVI ao ministro das Finanças. Para Judite Sousa, "os movimentos das audiências não são automáticos. [...] Têm a ver com as idiossincrasias das empresas e com as idiossincrasias do público. É um processo que leva tempo".
Sobre José Alberto Carvalho, que também se transferiu da RTP para a TVI, considera existir uma complementaridade entre os dois. Ela é mais pragmática e frontal, ele procura estabelecer consensos, conversa e escuta.
JORNAL SOL
A administração do semanário Sol passou a assegurar a direcção comercial do semanário (Meios & Publicidade).
quinta-feira, 7 de abril de 2011
JORNAIS
Numa atitude inédita, diversos jornais ingleses pertencentes a grupos diferentes estão a trabalhar juntos para vender espaço publicitário. Os jornais são The Guardian, The Times, Daily Telegraph, The Independent, The Sun, Daily Mail, Daily Mirror e os seus congéneres que saem ao domingo. Como? Oferecem um pacote publicitário de marcas publicitárias, no caso ligadas ao torneio de ténis em Wimbledon no próximo mês de Junho. A iniciativa da Newspaper Marketing Agency visa atrair as marcas para um meio tradicional, os jornais. Esperemos que seja uma das formas da reinvenção do papel (a partir de notícia do European Journalism Centre).
quarta-feira, 6 de abril de 2011
INFORMAÇÃO NA TVI
"A nova direcção de informação da TVI, que conta desde esta semana com José Alberto Carvalho e Judite de Sousa, prepara um «reposicionamento editorial» da informação da estação de Queluz e promete, para as próximas semanas, um novo projecto cenográfico e de conteúdos" (Público).
AUDIENCES
From Audience to Users and Beyond is the second Finnish COST Action-seminar. The organizer of the second conference is Aalto TAIK Department of Media in cooperation with Media Factory, Aalto SCI and Aalto ECON, Tampere University and University of Helsinki. Aalto University, Otaniemi, Finland June, 6-7, 2011. For more information contact Professor Maija Töyry (maija.toyry@aalto.fi).
AUDIÊNCIAS EM MARÇO
Em Março de 2011, a TVI obteve 26,3% de share de audiência, a SIC 23,5%, a RTP1 23,0%, a RTP2 4,4% e o cabo e outros canais 22,7%. Dos 15 programas mais vistos de Março, oito foram transmissões de futebol e programas associados, quatro programas de informação e entrevista e três novelas (Marktest).
segunda-feira, 4 de abril de 2011
OS MEDIA NA SOCIEDADE CIVIL
Amanhã, 5 de Abril, (terça-feira), o programa da RTP2 aborda o tema Como lidar com os media? Segundo a organização do programa: "O volume de informação que passa pelos nossos cérebros todos os dias, fornecido pelos vários meios de comunicação, é gigantesco. Como seleccionar a informação que verdadeiramente interessa? Como distinguir fontes de informação fidedigna das falaciosas? De que forma percepcionamos a informação amplamente difundida nos blogues e nas redes sociais? Em que medida devemos confiar nessa informação? E como explicar aos mais novos como devem digerir a informação? Numa outra vertente do assunto, também se levantam questões pertinentes: Os órgãos de comunicação social são independentes? Há manipulação da informação? Quem determina – e como – o “interesse público” de uma notícia"? Convidados: Rita Sacramento Monteiro, Fundação Portuguesa das Comunicações; Sérgio Sousa, Coordenador programa Nativos Digitais; Alexandre Brito, Jornalista e Especialista área multimédia; Rogério Santos, Docente Universidade Católica Portuguesa.
RELATADORES DE FUTEBOL
O relatador de futebol não é como o cantor de ópera, mas tem de aguentar 90 minutos a relatar o jogo com voz imponente. Não é escritor ou poeta mas elabora expressões de forte densidade e emoção. No jogo de ontem, entre Benfica e Porto, o relatador classificou um dos quatro jogadores portugueses em campo como cientista da bola e inventor. Num dado momento, quando os adeptos atiraram fruta para o terreno, o relatador dizia estar-se num supermercado, ou melhor, numa grande superfície. A cada golo ou tentativa de golo, ele gritava, exultava, prolongava a duração das palavras, ria, quase chorava. O relatador de futebol na rádio cria e recria ambientes, exagera o que é normal, descobre e descodifica sinais que os habituais assistentes ao jogo não vêem. Por vezes, o relatador pede ajuda a um colega que acompanha a emissão da televisão, à procura de justificação para as atitudes de momento, para encontrar e dizer a verdade ao ouvinte. O relato de futebol na rádio é quase uma obra-prima, fica muito acima da televisão, onde o comentador diz coisas óbvias que nós também encontramos na imagem. O locutor que relata é um entusiasta do espectáculo, um artista, um construtor, quase um génio, tem uma paixão. Por isso, eu gosto muito da rádio.
GRUPO IMPALA
Paulo Sérgio dos Santos é o novo director editorial da revista Nova Gente, do grupo Impala. Com 35 anos, esteve na Rádio Renascença e no Rádio Clube Português e apresentou programas na RTP2 e na TVI24. Faz parte dos Corpos Gerentes da Sociedade Portuguesa de Autores (Briefing).
domingo, 3 de abril de 2011
CHEGOU A PRIMAVERA
A Primavera lembra a esplanada onde se toma café, lê o jornal ou um livro. Ao lado, o velho pintor e uma sua amiga discutem com frequência sobre uma exposição, um quadro vendido ou quase a vender, as estéticas do século XX. Ele teimoso, ela elegante no vestuário. Deitado aos pés de ambos, o cão parece arfante. Na mesa seguinte, os agentes da imobiliária tomam o pequeno almoço ou lanche, falando de negócios ou oportunidades. Mais à frente, embora ainda se consigam distinguir os temas de conversa, o grupo de amigos habituais fala de futebol ou de política como os taxistas e de mulheres se não está presente nenhum elemento feminino. A empregada de recepção de um hotel não muito longe dali tenta convencer o namorado a marcar férias ou, no mínimo, um fim-de-semana. A conversa entrecortada por silêncios longos denuncia que alguma coisa corre mal na relação. O empregado do quiosque de jornais faz um pequeno intervalo e vem a correr para tomar um café e fumar um cigarro. Por vezes, passa um pedinte, com alguma coisa para vender: pensos rápidos ou o Borda d'Água ilegal. E também se vêem autocarros sight & seeing com turistas de roupas coloridas a fotografar não sei bem o quê.
No jardim não há jacarandás, mas estou à espera que as árvores floresçam, a cumprir o ciclo anual da natureza.
AUDIÊNCIAS EM CÉCILE MÉADEL
De entre as representações do conceito público, a sondagem é uma das mais usadas formas de medir. A medição de audiências situa-se no mesmo plano, com emprego estatístico, quando aplicada à televisão, à rádio e, mas recentemente, à internet, onde se aplicam valores ligados a públicos-alvo, programação.
No seu livro Quantifier le public (2010), Cécile Méadel analisa a evolução da medição de audiências de um tempo qualitativo até uma época de valores quantitativos. Aparelhagem metodológica, definição do objecto, utilizações dos resultados, inquérito telefónico, caderno diário, audímetro, são alguns dos elementos trabalhados no livro.
O texto é objectivo, mas nota-se uma espécie de nostalgia pela perda de importância do conceito público face ao de audiência, de modo menos notório e apaixonado que nos livros de Daniel Dayan. Méadel (2010: 10) afirma a existência de críticas (técnicas), a primeira das quais acentua o carácter artificial das medidas, a diferença muito negligenciada entre público e audiência e os limites, em particular científicos, dos dados que nada dizem em termos das práticas de consumo.
Em segundo lugar, a crítica entra nas esferas do político, do mediático e do universitário, dada a articulação desastrosa entre medidas de audiência e qualidade de programas. O audímetro é uma espécie de separador da programação em direcção ao menor denominador comum, de fraqueza da qualidade intelectual dos programas. O audímetro parece ser o oposto da inteligência na televisão ou o audímetro é a desculpa para a a falta de debate (Méadel, 2010: 11). Ainda: o audímetro é um instrumento de gestão económica das marcas.
A autora escreve sobre o Big Brother, o programa audimétrico por excelência, que condensa todos os ingredientes da televisão contemporânea (directo, interactividade, autenticidade e intimidade), construído para ser falado pelos outros. No fundo, a medição de audiência marginaliza o estudo qualitativo e aprofundado das práticas culturais dos usos da rádio e da televisão (Méadel, 2010: 15).
O livro identifica o desenvolvimento dos inquéritos estatísticos nas décadas de 1950 e 1960, aplicados respectivamente à rádio e à televisão em França, a produção de publicações, o interesse da matéria sobre os políticos e as empresas (de audiovisual, anunciantes) e o uso do audímetro.
Cécile Méadel é investigadora do Centre de sociologie de l'innovations (CNRS) e professora universitária, publicou nomeadamente uma Histoire de la radio des années trente, que este blogueiro leu com muita atenção e prazer, e conjuntamente com Jérôme Bourdon está a organizar a edição do livro Deconstructing the ratings machine: television audience measurement worldwide (com capítulos de especialistas na área como Philip M. Napoli e Tom O’Regan).
Leitura: Cécile Méadel (2010). Quantifier le public. Histoire des mesures de la radio et de la télévision. Paris: Economica, 283 páginas
No seu livro Quantifier le public (2010), Cécile Méadel analisa a evolução da medição de audiências de um tempo qualitativo até uma época de valores quantitativos. Aparelhagem metodológica, definição do objecto, utilizações dos resultados, inquérito telefónico, caderno diário, audímetro, são alguns dos elementos trabalhados no livro.
O texto é objectivo, mas nota-se uma espécie de nostalgia pela perda de importância do conceito público face ao de audiência, de modo menos notório e apaixonado que nos livros de Daniel Dayan. Méadel (2010: 10) afirma a existência de críticas (técnicas), a primeira das quais acentua o carácter artificial das medidas, a diferença muito negligenciada entre público e audiência e os limites, em particular científicos, dos dados que nada dizem em termos das práticas de consumo.
Em segundo lugar, a crítica entra nas esferas do político, do mediático e do universitário, dada a articulação desastrosa entre medidas de audiência e qualidade de programas. O audímetro é uma espécie de separador da programação em direcção ao menor denominador comum, de fraqueza da qualidade intelectual dos programas. O audímetro parece ser o oposto da inteligência na televisão ou o audímetro é a desculpa para a a falta de debate (Méadel, 2010: 11). Ainda: o audímetro é um instrumento de gestão económica das marcas.
A autora escreve sobre o Big Brother, o programa audimétrico por excelência, que condensa todos os ingredientes da televisão contemporânea (directo, interactividade, autenticidade e intimidade), construído para ser falado pelos outros. No fundo, a medição de audiência marginaliza o estudo qualitativo e aprofundado das práticas culturais dos usos da rádio e da televisão (Méadel, 2010: 15).
O livro identifica o desenvolvimento dos inquéritos estatísticos nas décadas de 1950 e 1960, aplicados respectivamente à rádio e à televisão em França, a produção de publicações, o interesse da matéria sobre os políticos e as empresas (de audiovisual, anunciantes) e o uso do audímetro.
Cécile Méadel é investigadora do Centre de sociologie de l'innovations (CNRS) e professora universitária, publicou nomeadamente uma Histoire de la radio des années trente, que este blogueiro leu com muita atenção e prazer, e conjuntamente com Jérôme Bourdon está a organizar a edição do livro Deconstructing the ratings machine: television audience measurement worldwide (com capítulos de especialistas na área como Philip M. Napoli e Tom O’Regan).
Leitura: Cécile Méadel (2010). Quantifier le public. Histoire des mesures de la radio et de la télévision. Paris: Economica, 283 páginas
REFORÇO DA INFORMAÇÃO NOS CANAIS GENERALISTAS
Os canais de televisão onde mais se sentiram as mudanças de liderança de informação estão a mostrar os resultados dessas mudanças. Na TVI, esta semana haverá entrevistas a quatro presidentes de bancos por Judite de Sousa. Na RTP, o primeiro-ministro é entrevistado amanhã, seguindo-se outras entrevistas políticas, enquanto arranca um novo programa de entrevistas de média duração a individualidades como Mário Soares, D. José Policarpo, Belmiro Azevedo, Ramalho Eanes, Ricardo Salgado e Jorge Sampaio por Fátima Campos Ferreira. Banqueiros e economistas também participarão num programa da RTP. Da SIC, ainda não li novidades.
sábado, 2 de abril de 2011
MEL [BAL]
Filme turco de Semih Kaplanoğlu (1963, İzmir, Turquia), Mel (Bal) conquistou o Urso de Ouro do Festival de Berlim em 2010. Mel, último filme da trilogia de Yusuf, que inclui igualmente Ovo e Leite, conta é a história do apicultor Yakup (Erdal Beşikçioğlu) que procura implantar as suas colmeias em novos locais de uma longínqua e ainda pouco desenvolvida região do Mar Negro. Um dia, ao subir a uma árvore para relocalizar a colmeia, o apicultor cai.
A mudança de plano, com a introdução do genérico do filme, deixa-nos fixado naquelas imagens, mas as que se seguem contam a história do filho Yusuf (Bora Altaş), de seis anos, a aprender a escrever e a ler na escola primária. O rapaz tem dificuldades em se expressar. A sua gaguez é motivo de troça na turma e ele vê-se marginalizado, não participando nos jogos e nas brincadeiras dos intervalos de aula. A sua mãe Zehra (Tülin Özen), trabalhadora de uma plantação de chá, sofre muito com a gaguez do filho mas não tem força para o levar a vencer a dificuldade, ao contrário de Yakup, que falava baixinho e dizia para o filho não revelar os sonhos que tinha tido.
Pela montagem do filme, vamos sendo introduzidos num universo maior. Primeiro, a oficina do apicultor, onde um plástico forte faz de porta de entrada. Depois, a cozinha simples, onde as três personagens, pai, mãe e filho se deslocam quase sempre de modo taciturno. Na cozinha já há comodidades como água corrente, gás e electricidade. Só mais tarde, nos é mostrada a sala com um sofá ao longo de três janelas juntas. Da casa parte-se para a aldeia e para a montanha. Os caminhos de terra conduzem-nos ao rio, à floresta, à casa no cimo da montanha onde as mulheres rezam e à encosta onde decorre a festa. O ambiente da natureza é o tema mais forte do filme.
O filme explora outra dimensão: a vontade latente de abandonar o campo e ir para a cidade. Zehra pergunta ao filho Yusuf se ele, quando crescer, não quer ir para a polícia. Mesmo no final da escala, o polícia tem um ordenado fixo, protege-se do mau tempo e das incertezas da agricultura. A Turquia moderna estava a nascer.
Na imagem: co-produtor Johannes Rexin, co-produtora Bettina Brokemper, actor Erdal Besikcioglu, realizador Semih Kaplanoglu, actor Bora Altas e actriz actress Tuelin Oezen durante o 60º Berlin International Film Festival em 16.2.2010 em Berlim, na ocasião da atribuição do prémio ao filme Bal (Mel) [foto de Pascal Le Segretain/Getty Images Europe]
A mudança de plano, com a introdução do genérico do filme, deixa-nos fixado naquelas imagens, mas as que se seguem contam a história do filho Yusuf (Bora Altaş), de seis anos, a aprender a escrever e a ler na escola primária. O rapaz tem dificuldades em se expressar. A sua gaguez é motivo de troça na turma e ele vê-se marginalizado, não participando nos jogos e nas brincadeiras dos intervalos de aula. A sua mãe Zehra (Tülin Özen), trabalhadora de uma plantação de chá, sofre muito com a gaguez do filho mas não tem força para o levar a vencer a dificuldade, ao contrário de Yakup, que falava baixinho e dizia para o filho não revelar os sonhos que tinha tido.
Pela montagem do filme, vamos sendo introduzidos num universo maior. Primeiro, a oficina do apicultor, onde um plástico forte faz de porta de entrada. Depois, a cozinha simples, onde as três personagens, pai, mãe e filho se deslocam quase sempre de modo taciturno. Na cozinha já há comodidades como água corrente, gás e electricidade. Só mais tarde, nos é mostrada a sala com um sofá ao longo de três janelas juntas. Da casa parte-se para a aldeia e para a montanha. Os caminhos de terra conduzem-nos ao rio, à floresta, à casa no cimo da montanha onde as mulheres rezam e à encosta onde decorre a festa. O ambiente da natureza é o tema mais forte do filme.
O filme explora outra dimensão: a vontade latente de abandonar o campo e ir para a cidade. Zehra pergunta ao filho Yusuf se ele, quando crescer, não quer ir para a polícia. Mesmo no final da escala, o polícia tem um ordenado fixo, protege-se do mau tempo e das incertezas da agricultura. A Turquia moderna estava a nascer.
Na imagem: co-produtor Johannes Rexin, co-produtora Bettina Brokemper, actor Erdal Besikcioglu, realizador Semih Kaplanoglu, actor Bora Altas e actriz actress Tuelin Oezen durante o 60º Berlin International Film Festival em 16.2.2010 em Berlim, na ocasião da atribuição do prémio ao filme Bal (Mel) [foto de Pascal Le Segretain/Getty Images Europe]
OTHER RUSSIAS / RUSSIA'S OTHERS: FILMS IN AND ON THE MARGINS
Just as New York is not America, so Moscow is not Russia. And more broadly, the center is not the periphery. The irony embedded in the Russian version is this: the “center” (be it Moscow or St. Petersburg) is located near the westernmost border of the country, seven times zones away from the easternmost border. At their root, however, the US and Russian clichés have entirely different meanings. The English cliché emphasizes the ethnic and cultural diversity of New York in comparison to the American heartland. The Russian version stresses the stark economic and infrastructural gap between the center and the periphery. Although this gap pre-dates even Soviet power, it has grown dramatically over the past two decades. The center has experienced a high increase in new construction (buildings and roads); the influx of domestic and foreign capital into the center has fostered a burgeoning middle-class with access to all consumer goods. Meanwhile, the periphery has been largely ignored; living conditions have deteriorated and roads become impassable. Poverty has risen sharply, accompanied by shortages of essential foodstuffs. For much of these two decades, Russian feature films, like the political administrative center, have ignored the periphery, focusing instead on the increasing wealth, proliferation of consumer goods, conspicuous consumption, and glossy life-styles in Moscow and St. Petersburg. In part this was a matter of convenience and economy: Moscow and St. Petersburg are the administrative and production centers of the Russian film industry: the Union of Filmmakers is based in Moscow and has its largest affiliate offices in St. Petersburg; four of the five film studios in the country are located in these two cities. In the past two years, however, directors have increasingly turned their attention to the conditions of life in the Russian periphery― to the smaller, outlying cities (Vladivostok, Perm, Rostov-on-the-Don), the rural countryside, and even the permafrost regions. Russian screens—the vast majority of which are overhauled screening halls and new multiplexes in the center—are now filled with an unexpected form of exotica: the Motherland! Critical and popular reactions to these images have been sharply mixed. Some have welcomed the expansion of locale shooting, the “authenticity” of the living conditions, and the examination of the hardships in these locations. Many more have fiercely attacked these films for “blackening” Russia; they compare these films to early post-Soviet chernukha (films that showed the ugly underside of life, inherited from the Soviet system). We ask you to join us during the week of 2-7 May 2011 and decide for yourselves. Vladimir Padunov, Department of Slavic Languages and Literatures Associate Director, Film Studies Program University of Pittsburgh, 427 Cathedral of Learning, Pittsburgh, PA 15260, Russian Film Symposium http://www.rusfilm.pitt.edu.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
FADO EM ALMADA
Gisela João é a fadista que o Teatro Municipal de Almada apresenta pela primeira vez fora do circuito do Porto. Actua desde 2003 e ganha em 2006 o Primeiro Prémio do XV Concurso de Fado Amador J. F. Lordelo do Ouro. Também em 2006 edita o CD Gisela João / O meu fado, onde é acompanhada à guitarra portuguesa e à viola. Com Paulo Parreira na guitarra portuguesa, Pedro Soares na viola de fado e Gustavo Roriz na viola baixo, ela actua no dia 9 de Abril, às 21:30, na Sala Experimental do Teatro Municipal de Almada.
MCLUHAN'S PHILOSOPHY OF MEDIA
Centennial Conference. 26-28 October 2011 - Brussels(http://www.mcluhancentennial.eu/). "Marshall McLuhan (1911-1980): media theorist, cultural critic, provoker. Undoubtedly influential. Pitching phrases like 'the medium is the message' and 'the global village,' McLuhan rose to stardom in the 1960s, only to see his fame decay during the last decade of his life. Since the early 1990s however, his ideas have been gradually rediscovered by academics and pop culture alike. The digital revolution made him, retrospectively, a quite accurate analyst of the information era, even a visionary in the eyes of some. Within communication studies, cultural studies, sociology, and philosophy, his insights remain fertile ground for anyone trying to understand the interactions of humans, technologies, and media environments. In 2011, McLuhan would have celebrated his 100th birthday. A perfect moment to look back as well as ahead. During this interdisciplinary conference, we will discuss McLuhan's ideas from different perspectives and traditions. At the same time we wish to highlight an aspect of McLuhan that until now has been underexposed: his philosophy of media. Inasmuch as he reflected upon the workings and forms of media, McLuhan truly was a philosopher of technology, very much in the style of contemporary Anglo-American philosophers of technology: weaving together ontology, phenomenology, critique, and cultural observations into an eclectic patchwork bent on understanding media dynamics. And “media”, in McLuhan's sense, could be anything made by humans, ranging from cars over political systems to ideas". Organized by the Centre for Ethics and the Interdisciplinary Institute for Broadband Technology - Studies on Media, Information and Telecommunication (IBBT-SMIT), Faculty of Arts and Philosophy, Free University of Brussels (Vrije Universiteit Brussel) - http://www.vub.ac.be/.
FESTA DO CINEMA ITALIANO
Entre o final de 2010 e início do 2011 quase metade dos bilhetes vendidos nas salas italianas correspondiam a produções nacionais, que frequentemente têm receitas superiores às dos blockbusters americanos. Em Itália foram rodados mais de 130 longas-metragens e 300 documentários. Estes números demonstram que a indústria cinematográfica italiana continua a ser uma das mais importantes do mundo. Por esta razão é muito importante realizar um evento que possa proporcionar aos espectadores portugueses uma selecção das mais marcantes produções italianas.
Lisboa (14 a 21 de Abril), Coimbra (27 a 29 de Abril), Porto (29 de Abril a 3 de Maio) e Funchal (5 a 8 de Maio) são cidades onde vai estar o festival.
Para competição, foram escolhidos sete filmes que pela sua linguagem, ousadia e capacidade expressiva, se distinguiram durante o último ano, demonstrando competência e desejo de fazer cinema de qualidade. A perspicácia de algumas produtoras, o crescimento exponencial do circuito de festivais em conjunto com uma geração de jovens realizadores interessados, permitiu que a qualidade das produções apresentadas fosse particularmente alta, permitindo uma selecção de incontestável valor. Mais de um terço dos filmes produzidos anualmente em Itália são primeiras ou segundas obras: Pietro, de Danielle Gaglianone, La pecora nera, de Ascanio Celestini, Una vita tranquilla, de Claudio Cupellini, Ad ogni costo, de Davide Alfonsi e Denis Malagnino, Et in terra pax, de Matteo Botrugno e Daniele Coluccini, Notizie degli scavi, de Emidio Greco, e Hai paura del buio, de Massimo Coppola.
Saber mais em http://www.festadocinemaitaliano.com/.
Lisboa (14 a 21 de Abril), Coimbra (27 a 29 de Abril), Porto (29 de Abril a 3 de Maio) e Funchal (5 a 8 de Maio) são cidades onde vai estar o festival.
Para competição, foram escolhidos sete filmes que pela sua linguagem, ousadia e capacidade expressiva, se distinguiram durante o último ano, demonstrando competência e desejo de fazer cinema de qualidade. A perspicácia de algumas produtoras, o crescimento exponencial do circuito de festivais em conjunto com uma geração de jovens realizadores interessados, permitiu que a qualidade das produções apresentadas fosse particularmente alta, permitindo uma selecção de incontestável valor. Mais de um terço dos filmes produzidos anualmente em Itália são primeiras ou segundas obras: Pietro, de Danielle Gaglianone, La pecora nera, de Ascanio Celestini, Una vita tranquilla, de Claudio Cupellini, Ad ogni costo, de Davide Alfonsi e Denis Malagnino, Et in terra pax, de Matteo Botrugno e Daniele Coluccini, Notizie degli scavi, de Emidio Greco, e Hai paura del buio, de Massimo Coppola.
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