Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Livro de Catarina Sobral
Um dia, os pontos decretaram greve. Os pontos? Quais pontos? TODOS os pontos! Primeiro, foi a escrita a colapsar… Nas escolas, nos museus, nas fábricas, nos hospitais, ninguém se entendia. O ponto de fuga desapareceu. E o ponto verde. E o ponto de encontro. Tudo e todos chegavam atrasados. E era impossível fazer o ponto da situação. Até que…
Greve é o livro de estreia da ilustradora Catarina Sobral e também o primeiro título de uma autora portuguesa na colecção Orfeu Mini. A autora vai estar na Livraria Arquivo (Av. Combatentes da Grande Guerra, 53, Leiria, http://www.arquivolivraria.pt/), na tarde de sábado, 3 de Março, pelas 16:30, para conversar com os leitores de todas as idades, desenhar autógrafos e rabiscar com os mais pequenos. Vamos fazer pessoas-ponto, casas-ponto e recriar pontos de vista. Ver informação sobre o livro em http://youtu.be/MUju5VD5gsA.
O audiovisual em livro de Artur Castro Neves
Políticas públicas e regulação no sector audiovisual e multimédia. Navegar na língua portuguesa, de Artur Castro Neves, com a chancela Afrontamento, saiu agora para as livrarias.
O livro está dividido em três partes, a primeira tratando da propriedade intelectual, a segunda das políticas públicas (RTP) e a terceira da língua portuguesa. O autor, na sequência de trabalhos anteriores, dá um grande relevo às políticas públicas e aborda a economia do imaterial e os fatores críticos do crescimento e da competitividade na sociedade contemporânea, como a criação cultural, o setor audiovisual e multimédia e a economia da internet e o futuro da língua portuguesa (p. 9).
Toda a segunda parte, sobre o setor da comunicação social do Estado, é resultado de documentos que o autor preparou para a presidência da RTP entre outubro de 2009 e dezembro de 2010. Diz o autor que se tratou de uma "experiência muito gratificante, embora reconheçamos a nossa impreparação inicial para lidar com uma organização fortemente estruturada por um middle e top management agindo segundo regras e reflexos que os economistas costumam reunir sob a designação da já referida «teoria da agência, [...] estratégia própria às organizações com uma cultura de relações de poder verticalizadas e aversão à cooperação horizontal" (p. 77). Na prolongada introdução do livro, Artur Castro Neves é favorável a uma reestruturação da televisão pública e a uma privatização parcial (p. 19). Mas, por outro lado, entende ser necessário que o Estado tenha um forte instrumento de comunicação e promoção da imagem e da realidade portuguesa, pelo que defende um serviço público audiovisual bem mais poderoso e eficaz do que o atual (p. 22).
Destaco ainda o capítulo sobre a propriedade intelectual, onde o autor inclui definições de indústrias culturais e criativas, formação de públicos e mecenato e voluntariado.
Artur Castro Neves (Porto, 1944), sociólogo, foi docente de economia na Universidade do Porto e no ISCTE (1976-1978), trabalhou no setor cinematográfico em Paris (década de 1980), colaborou no Secretariado Nacional para o Audiovisual (1990-1991), foi consultor externo da RTP (2009-2010) e secretário-geral da associação SCALE integrada no programa comunitário MEDIA II (1991-1997), entre outras atividades e funções.
Leitura: Artur Castro Neves (2012). Políticas públicas e regulação no sector audiovisual e multimédia. Navegar na língua portuguesa. Porto: Edições Afrontamento, 190 páginas
O livro está dividido em três partes, a primeira tratando da propriedade intelectual, a segunda das políticas públicas (RTP) e a terceira da língua portuguesa. O autor, na sequência de trabalhos anteriores, dá um grande relevo às políticas públicas e aborda a economia do imaterial e os fatores críticos do crescimento e da competitividade na sociedade contemporânea, como a criação cultural, o setor audiovisual e multimédia e a economia da internet e o futuro da língua portuguesa (p. 9).
Toda a segunda parte, sobre o setor da comunicação social do Estado, é resultado de documentos que o autor preparou para a presidência da RTP entre outubro de 2009 e dezembro de 2010. Diz o autor que se tratou de uma "experiência muito gratificante, embora reconheçamos a nossa impreparação inicial para lidar com uma organização fortemente estruturada por um middle e top management agindo segundo regras e reflexos que os economistas costumam reunir sob a designação da já referida «teoria da agência, [...] estratégia própria às organizações com uma cultura de relações de poder verticalizadas e aversão à cooperação horizontal" (p. 77). Na prolongada introdução do livro, Artur Castro Neves é favorável a uma reestruturação da televisão pública e a uma privatização parcial (p. 19). Mas, por outro lado, entende ser necessário que o Estado tenha um forte instrumento de comunicação e promoção da imagem e da realidade portuguesa, pelo que defende um serviço público audiovisual bem mais poderoso e eficaz do que o atual (p. 22).
Destaco ainda o capítulo sobre a propriedade intelectual, onde o autor inclui definições de indústrias culturais e criativas, formação de públicos e mecenato e voluntariado.
Artur Castro Neves (Porto, 1944), sociólogo, foi docente de economia na Universidade do Porto e no ISCTE (1976-1978), trabalhou no setor cinematográfico em Paris (década de 1980), colaborou no Secretariado Nacional para o Audiovisual (1990-1991), foi consultor externo da RTP (2009-2010) e secretário-geral da associação SCALE integrada no programa comunitário MEDIA II (1991-1997), entre outras atividades e funções.
Leitura: Artur Castro Neves (2012). Políticas públicas e regulação no sector audiovisual e multimédia. Navegar na língua portuguesa. Porto: Edições Afrontamento, 190 páginas
domingo, 26 de fevereiro de 2012
História do Rádio Clube Português (9)
O Rádio Clube Português sofreria um atentado à bomba na noite de 20 de janeiro de 1937. O envolvimento da estação na Guerra Civil de Espanha acarretava inimigos. O emissor ficaria restabelecido no dia seguinte.
Nesse ano, continua o texto publicado na revista Antena, de 15 de Agosto de 1965, realizou-se uma festa por iniciativa da Casa de Entre Douro e Minho dedicada à Telefonia Sem Fios (TSF). Numa alocução proferida na altura, disse-se que a rádio era "um poderosíssimo instrumento de expansão inteletual, cujo desenvolvimento constitui índice no progresso de um país". Participaram a totalidade ou quase totalidade das estações de então: Emissora Nacional, Rádio Hertz, Rádio Renascença, Rádio Luso, Rádio Peninsular, Rádio S. Mamede, Clube Radiofónico de Portugal, Rádio Condes, Rádio Sonora, Rádio Hertziana, Rádio Graça, Rádio Colonial e Rádio Clube Português.
Nesse ano, continua o texto publicado na revista Antena, de 15 de Agosto de 1965, realizou-se uma festa por iniciativa da Casa de Entre Douro e Minho dedicada à Telefonia Sem Fios (TSF). Numa alocução proferida na altura, disse-se que a rádio era "um poderosíssimo instrumento de expansão inteletual, cujo desenvolvimento constitui índice no progresso de um país". Participaram a totalidade ou quase totalidade das estações de então: Emissora Nacional, Rádio Hertz, Rádio Renascença, Rádio Luso, Rádio Peninsular, Rádio S. Mamede, Clube Radiofónico de Portugal, Rádio Condes, Rádio Sonora, Rádio Hertziana, Rádio Graça, Rádio Colonial e Rádio Clube Português.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Prémios de edição LER/Booktailors
As editoras Objectiva e Ahab foram duas das grandes vencedoras dos Prémios de Edição LER/Booktailors, de acordo com um comunicado recebido agora. O Prémio de Editora do Ano e Melhor Design de Capa – Literatura foram para a editora Ahab, enquanto que a Objectiva foi distinguida com o Prémio Especial Campanha de Divulgação de Autor Português e Melhor Design de Obra – Gastronomia. No plano individual o destaque vai para o designer Rui Garrido, que arrecadou o Prémio Especial Designer / Artes Gráficas e Melhor Design de Capa – Colecção. O Prémio Especial de Crítica Literária, que distingue o livro do ano, foi atribuído a O Retorno, de Dulce Maria Cardoso, publicado pela Edições Tinta-da-China.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Indústrias criativas no Norte do país
"As indústrias criativas empregavam, em 2009, no Norte de Portugal e na Galiza, 64.000 pessoas, representando uma faturação superior a 2,3 mil milhões de euros, aponta um estudo a que a Lusa teve acesso" (via RTP). O mesmo texto indica que o estudo foi coordenado pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Galiza-Norte de Portugal, volume de 328 páginas. As indústrias criativas são apresentadas como "unha serie de actividades diversas que van desde os subsectores tradicionais ás de alto índice tecnolóxico ou ás orientadas á prestación de servizos. Deste xeito abranguen actividades tan diversas como arte folclórica, festivais, música, libros, pintura e artes dramáticas, industria do cine, fotografía, radiodifusión, animación dixital e videoxogos, deseño, arquitectura ou publicidade" (em galego no documento disponível).
Seguindo o texto da Lusa, Elvira Vieira, diretora do AECT, explicou que "Este setor tem uma vantagem porque o seu recurso principal é ilimitado, que é o capital intelectual e a criatividade. Assim, sem grandes recursos financeiros, pode ter um papel muito importante no aumento da competitividade empresarial e contribuir para o desenvolvimento económico e para a coesão do território". Do lado português, que aparece com a indicação de Norte de Portugal [que julgo corresponder à área de atuação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte], os dados de 2009 apontavam para 20703 empresas do setor, com 43355 trabalhadores, que representavam 6% do tecido empresarial da região. A faturação ascendeu a 1,2 mil milhões de euros, com 70% do volume de negócios a corresponder à produção gráfica, seguido do audiovisual (6%) e das artes cénicas (3%). Crítica: do total de volume de negócios, o atribuído ao audiovisual é muito baixo (6%) (p. 178), o que inibe um progresso dentro do feixe de atividades das indústrias criativas no sentido internacional do conceito.
Comentários: não haveria lugar a dados mais recentes dado estarmos no final de fevereiro de 2012? Os dados de 2009 são comparados a anos anteriores, e não são brilhantes: "en 2009 o número de empresas no Norte de Portugal que desenvolvía as súas actividades dentro das industrias culturais e creativas ascendía a 20 703, o que representa un 3,66 % menos que no ano 2008, e o 4,45 % menos que en 2007" (em galego no texto original) (p. 170). Haverá tendências mais próximas da atualidade onde se verifique de que modo a crise financeira está a prejudicar ainda mais as atividades culturais? O texto tem uma chamada para a assimetria do país: "Delas, o 37,21 % dedicábase a actividades relacionadas coas artes gráficas e a edición (impresión e edición de xornais e revistas, preimpresión, impresión, distribución, edición de libros, acabados etc.); outro 19,3 5% á publicidade, o 11,95 % á arquitectura e o 10,37 % ao deseño (tanto gráfico coma industrial e, neste caso, moi centrado no deseño de xoias). Chama a atención o reducido peso relativo da industria audiovisual no que se refire ao tecido empresarial, que ten a súa explicación na inexistencia de canle rexional (con todo o que para os efectos de demanda na xeración de contidos e na prestación de servizos auxiliares leva parello) e no centralismo nos servizos das nacionais en Lisboa" (em galego no original) (p. 174).
O texto volta a destacar a mesma tendência que caracteriza o panorama do Norte de Portugal face a Lisboa: "Desta clasificación por actividades pódese concluír que o 51 % das empresas que opera na industria audiovisual do Norte de Portugal presta servizos auxiliares, peso que non parece corresponderse coa madurez do sector. A xeración de contidos, que viría da man das empresas dedicadas á produción de cine, vídeo, TV ou de animación, representa só o 36 % do tecido empresarial, e faría referencia á verdadeira actividade cultural ou creativa. Finalmente, só o 13 % das empresas se decida a tarefas de distribución e á exhibición cinematográfica, un peso reducido que podería deberse a que a titularidade de moitas das salas de exhibición está en mans de grupos multinacionais con domicilio social en Lisboa" (p. 215).
O estudo aponta, contudo, "a xulgar polos datos de emprego ata agora comentados, é posible concluír que as industrias culturais e creativas na rexión Norte de Portugal mostran unha importante capacidade xeradora de emprego" (em galego no texto original) (p. 184).
Deixo apenas os dados respeitantes a uma atividade que venho seguindo de mais perto, a rádio, para se perceber do que se fala. De 2006 para 2009, houve uma quebra dramática de 53,18% na facturação (que se situa especificamente em 2007) e um pequeno crescimento no emprego. A situação será, certamente, ainda mais alarmante no momento presente.
As conclusões relativamente ao Norte de Portugal indicam "Ante a falta de peso do sector audiovisual dentro das ICC da rexión Norte, por non dispoñer de centros de produción autónomos que puideran ter un efecto de demanda de servizos a consecuencia do forte centralismo arredor de Lisboa, faise necesario impulsar un modelo de audiovisual propio para a rexión. O valor simbólico que a arquitectura ten en Portugal, que conta con figuras de renome no panorama internacional, non está apoiado cun valor/peso da arquitectura nas contas globais, o que fai pensar nunha falta de imaxe de marca e de carencias no que ás capacidades de internacionalización se refire.
Algunhas das empresas tradicionais da rexión sobreviviron adoptando innovacións tecnolóxicas incorporadas nos equipos empregados no proceso produtivo, pero desatenderon a parte creativa e de deseño, que foi importado. Por iso faise preciso incidir na innovación de base non tecnolóxica e impulsar a transferencia do sector cultural aos sectores maduros da economía portuguesa (efecto polinización sobre outros sectores produtivos).
Apréciase unha tendencia cara á confluencia da arte, a ciencia e a tecnoloxía, o que facilita a creación de traballos innovadores, converxentes e transnacionais, que fan máis doados os necesarios procesos de internacionalización.
Os investimentos en incubadoras creativas e os programas de emprendemento non foron acompañados de capital risco-semente, ou de produtos financeiros que facilitaran a creación deste sector. Pero os instrumentos financeiros deben ser adaptados ás especificidades da industria creativa porque teñen modelos de negocio moi específicos e vinculados co inmaterial.
É preciso que a axenda da cultura sexa converxente coa axenda da educación, de xeito que o sistema educativo incorpore a creatividade dentro das súas prioridades" (em galego no texto original) (páginas 301-302).
Seguindo o texto da Lusa, Elvira Vieira, diretora do AECT, explicou que "Este setor tem uma vantagem porque o seu recurso principal é ilimitado, que é o capital intelectual e a criatividade. Assim, sem grandes recursos financeiros, pode ter um papel muito importante no aumento da competitividade empresarial e contribuir para o desenvolvimento económico e para a coesão do território". Do lado português, que aparece com a indicação de Norte de Portugal [que julgo corresponder à área de atuação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte], os dados de 2009 apontavam para 20703 empresas do setor, com 43355 trabalhadores, que representavam 6% do tecido empresarial da região. A faturação ascendeu a 1,2 mil milhões de euros, com 70% do volume de negócios a corresponder à produção gráfica, seguido do audiovisual (6%) e das artes cénicas (3%). Crítica: do total de volume de negócios, o atribuído ao audiovisual é muito baixo (6%) (p. 178), o que inibe um progresso dentro do feixe de atividades das indústrias criativas no sentido internacional do conceito.
Comentários: não haveria lugar a dados mais recentes dado estarmos no final de fevereiro de 2012? Os dados de 2009 são comparados a anos anteriores, e não são brilhantes: "en 2009 o número de empresas no Norte de Portugal que desenvolvía as súas actividades dentro das industrias culturais e creativas ascendía a 20 703, o que representa un 3,66 % menos que no ano 2008, e o 4,45 % menos que en 2007" (em galego no texto original) (p. 170). Haverá tendências mais próximas da atualidade onde se verifique de que modo a crise financeira está a prejudicar ainda mais as atividades culturais? O texto tem uma chamada para a assimetria do país: "Delas, o 37,21 % dedicábase a actividades relacionadas coas artes gráficas e a edición (impresión e edición de xornais e revistas, preimpresión, impresión, distribución, edición de libros, acabados etc.); outro 19,3 5% á publicidade, o 11,95 % á arquitectura e o 10,37 % ao deseño (tanto gráfico coma industrial e, neste caso, moi centrado no deseño de xoias). Chama a atención o reducido peso relativo da industria audiovisual no que se refire ao tecido empresarial, que ten a súa explicación na inexistencia de canle rexional (con todo o que para os efectos de demanda na xeración de contidos e na prestación de servizos auxiliares leva parello) e no centralismo nos servizos das nacionais en Lisboa" (em galego no original) (p. 174).
O texto volta a destacar a mesma tendência que caracteriza o panorama do Norte de Portugal face a Lisboa: "Desta clasificación por actividades pódese concluír que o 51 % das empresas que opera na industria audiovisual do Norte de Portugal presta servizos auxiliares, peso que non parece corresponderse coa madurez do sector. A xeración de contidos, que viría da man das empresas dedicadas á produción de cine, vídeo, TV ou de animación, representa só o 36 % do tecido empresarial, e faría referencia á verdadeira actividade cultural ou creativa. Finalmente, só o 13 % das empresas se decida a tarefas de distribución e á exhibición cinematográfica, un peso reducido que podería deberse a que a titularidade de moitas das salas de exhibición está en mans de grupos multinacionais con domicilio social en Lisboa" (p. 215).
O estudo aponta, contudo, "a xulgar polos datos de emprego ata agora comentados, é posible concluír que as industrias culturais e creativas na rexión Norte de Portugal mostran unha importante capacidade xeradora de emprego" (em galego no texto original) (p. 184).
Deixo apenas os dados respeitantes a uma atividade que venho seguindo de mais perto, a rádio, para se perceber do que se fala. De 2006 para 2009, houve uma quebra dramática de 53,18% na facturação (que se situa especificamente em 2007) e um pequeno crescimento no emprego. A situação será, certamente, ainda mais alarmante no momento presente.
As conclusões relativamente ao Norte de Portugal indicam "Ante a falta de peso do sector audiovisual dentro das ICC da rexión Norte, por non dispoñer de centros de produción autónomos que puideran ter un efecto de demanda de servizos a consecuencia do forte centralismo arredor de Lisboa, faise necesario impulsar un modelo de audiovisual propio para a rexión. O valor simbólico que a arquitectura ten en Portugal, que conta con figuras de renome no panorama internacional, non está apoiado cun valor/peso da arquitectura nas contas globais, o que fai pensar nunha falta de imaxe de marca e de carencias no que ás capacidades de internacionalización se refire.
Algunhas das empresas tradicionais da rexión sobreviviron adoptando innovacións tecnolóxicas incorporadas nos equipos empregados no proceso produtivo, pero desatenderon a parte creativa e de deseño, que foi importado. Por iso faise preciso incidir na innovación de base non tecnolóxica e impulsar a transferencia do sector cultural aos sectores maduros da economía portuguesa (efecto polinización sobre outros sectores produtivos).
Apréciase unha tendencia cara á confluencia da arte, a ciencia e a tecnoloxía, o que facilita a creación de traballos innovadores, converxentes e transnacionais, que fan máis doados os necesarios procesos de internacionalización.
Os investimentos en incubadoras creativas e os programas de emprendemento non foron acompañados de capital risco-semente, ou de produtos financeiros que facilitaran a creación deste sector. Pero os instrumentos financeiros deben ser adaptados ás especificidades da industria creativa porque teñen modelos de negocio moi específicos e vinculados co inmaterial.
É preciso que a axenda da cultura sexa converxente coa axenda da educación, de xeito que o sistema educativo incorpore a creatividade dentro das súas prioridades" (em galego no texto original) (páginas 301-302).
Teatro Radiofónico
1 Março, quinta-feira, 16:00, Livraria-Galeria Municipal Verney, Rua Cândido dos Reis, 90, Oeiras.
Com a atriz Carmen Dolores, pioneira neste tipo de teatro, e o ator e encenador Armando Caldas, que também fez bastante teatro radiofónico, inclusive com Carmen Dolores. Igualmente presentes Carlos Fernandes, sonorizador, e Rui Remígio, técnico de som. Ambos trabalharam com os atores atrás mencionados, sendo responsáveis pelos diversos sons que se ouviam durante as emissões, consoante as cenas assim o exigiam.
Sessão a cargo do CENCO - Centro Cultural de Oeiras, integrada no programa quintas-feiras Culturais. Entrada livre. Informações: Livraria-Galeria Municipal Verney, tel. 214408329, maria.rijo@cm-oeiras.pt.
Com a atriz Carmen Dolores, pioneira neste tipo de teatro, e o ator e encenador Armando Caldas, que também fez bastante teatro radiofónico, inclusive com Carmen Dolores. Igualmente presentes Carlos Fernandes, sonorizador, e Rui Remígio, técnico de som. Ambos trabalharam com os atores atrás mencionados, sendo responsáveis pelos diversos sons que se ouviam durante as emissões, consoante as cenas assim o exigiam.
Sessão a cargo do CENCO - Centro Cultural de Oeiras, integrada no programa quintas-feiras Culturais. Entrada livre. Informações: Livraria-Galeria Municipal Verney, tel. 214408329, maria.rijo@cm-oeiras.pt.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Cinema/História - ciclo de debates
Fevereiro a maio de 2012, no Instituto de História Contemporânea, edifício I&D (Av. de Berna, 26, Lisboa), 18:00-20:00, com coordenação de Tiago Baptista e José Neves.
Nos últimos dez anos, vários filmes utilizaram imagens de arquivo para abordar períodos decisivos da história contemporânea portuguesa: o Estado Novo, a guerra colonial, o PREC. No entanto, estes filmes não são meras ilustrações daqueles períodos históricos. O trabalho sobre as imagens de arquivo questionou o próprio papel do cinema enquanto mediador da história e da memória. Fortemente auto-reflexivos, estes filmes constituem-se assim como um discurso não apenas paralelo, mas também concorrente do discurso historiográfico. Partindo da discussão de documentários recentes, este ciclo juntará realizadores e historiadores para um reflexão conjunta sobre a importância e as responsabilidades do cinema e da história na mediação do passado.
29 fevereiro - Susana de Sousa Dias e Nuno Domingos debatem Natureza Morta (2005)
21 março - João Canijo e Pedro Oliveira debatem Fantasia Lusitana (2010)
26 abril - José Filipe Costa e José Neves debatem Linha Vermelha (2011)
23 maio - Margarida Cardoso e Carlos Maurício debatem Kuxa Kanema (2002)
Antes de cada debate será projectado um excerto do filme. Entrada livre. Organização: IHC (Grupo de Trabalho "Poder, Ideias e Cultura")
Nos últimos dez anos, vários filmes utilizaram imagens de arquivo para abordar períodos decisivos da história contemporânea portuguesa: o Estado Novo, a guerra colonial, o PREC. No entanto, estes filmes não são meras ilustrações daqueles períodos históricos. O trabalho sobre as imagens de arquivo questionou o próprio papel do cinema enquanto mediador da história e da memória. Fortemente auto-reflexivos, estes filmes constituem-se assim como um discurso não apenas paralelo, mas também concorrente do discurso historiográfico. Partindo da discussão de documentários recentes, este ciclo juntará realizadores e historiadores para um reflexão conjunta sobre a importância e as responsabilidades do cinema e da história na mediação do passado.
29 fevereiro - Susana de Sousa Dias e Nuno Domingos debatem Natureza Morta (2005)
21 março - João Canijo e Pedro Oliveira debatem Fantasia Lusitana (2010)
26 abril - José Filipe Costa e José Neves debatem Linha Vermelha (2011)
23 maio - Margarida Cardoso e Carlos Maurício debatem Kuxa Kanema (2002)
Antes de cada debate será projectado um excerto do filme. Entrada livre. Organização: IHC (Grupo de Trabalho "Poder, Ideias e Cultura")
Filme de João Canijo em DVD
A edição do filme de João Canijo <em>Sangue do meu sangue</em> com as duas versões em termos de duração (140 e 190 minutos), extras (caso de “As Senhoras do Padre Cruz”), parte do trabalho de preparação do filme e o documentário Trabalho de Atriz e Trabalho de Ator sobre o processo criativo com os atores vai ser lançada no âmbito de um debate na FNAC Chiado, em 25 de Fevereiro, pelas 17:00.
O debate subordinado ao tema “Método Canijo” contará com a presença do realizador, do crítico de cinema Vasco Câmara e do investigador universitário Daniel Ribas. Através de imagens do filme, do documentário Trabalho de Atriz, Trabalho de Ator e de excertos do extra “As Senhoras do Padre Cruz”, João Canijo conversará com os participantes no colóquio sobre o seu método de trabalho, a direção de atores e a realização do filme.
O debate subordinado ao tema “Método Canijo” contará com a presença do realizador, do crítico de cinema Vasco Câmara e do investigador universitário Daniel Ribas. Através de imagens do filme, do documentário Trabalho de Atriz, Trabalho de Ator e de excertos do extra “As Senhoras do Padre Cruz”, João Canijo conversará com os participantes no colóquio sobre o seu método de trabalho, a direção de atores e a realização do filme.
Livro de Magalhães Crespo lançado no próximo dia 28 de fevereiro
No próximo dia 28 de fevereiro, pelas 18:15, dentro do colóquio O meio rádio e os 75 anos da Rádio Renascença, Fernando Magalhães Crespo lança o seu livro Os meus 31 anos na Rádio Renascença. Contributo para a história da Emissora Católica Portuguesa. Vol. I - 1974/1990, da editora Principia. A apresentação caberá a Manuel Braga da Cruz, reitor da Universidade Católica, onde o evento vai decorrer.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Team Culture 2012: Pan-European Taskforce to Explore Opportunities in the Cultural Sector
Press release, February 21 - 2012
”What can art and culture do in a time of crisis?” That is the assignment given by the Danish Minister for Culture, Mr Uffe Elbæk, to 12 European cultural notabilities when they meet in Copenhagen on February 27-28.
The members of the cultural ”task force” Team Culture 2012 will explore Europe to find examples of art and culture that are making a difference and impacting society at large. Team Culture 2012 will end in June at a big meeting in Brussels, where the findings will be presented to an invited audience of decision makers, members of the European Parliament and European ministers for culture.
The members of the cultural ”task force” Team Culture 2012 will explore Europe to find examples of art and culture that are making a difference and impacting society at large. Team Culture 2012 will end in June at a big meeting in Brussels, where the findings will be presented to an invited audience of decision makers, members of the European Parliament and European ministers for culture.
The Danish Minister for Culture, Mr Uffe Elbæk says:”Art and culture have a special ability to foster new ideas and new hope in a time of crisis. We are now embarking on a search for examples of European creativity that are making a difference in society at the moment. What can art, culture and the creative industries do right now? How can we make the most of the innovative power of art and culture to stimulate new ideas in terms of identity, community and economic growth?”
”We are setting a team of 12 European cultural figures coming from a diverse range of personal and professional backgrounds. We are asking this cultural elite team to both consult their national and professional networks and venture out into Europeto find great examples of art making a difference. At the same time we are asking them to write a manifesto on how the cultural sector can create new energy in the present crisis. The manifesto and the exciting examples will be presented in Brussels in June.”
The start-up session for Team Culture 2012 will take place in Copenhagen on February 27-28, where the team will find a common ground for their quest.
The team will be presented at a short, informal press conference on February 28th at 1pm at The Carlsberg Honorary Residence. The members of Team Culture 2012 will be available for individual meet-and-greets at the conference. Registration is necessary (please see contact information - below)
The Carlsberg Honorary Residence is at Gamle Carlsbergvej 11, 2500 Valby, Copenhagen, Denmark.
The members of Team Culture 2012:
Benedetta Tagliabue (Italy/Spain): Architect, director of the Miralle-Tagliabue-EMBT Studio in Barcelona.
Efva Lilja (Sweden): Choreographer, Professor of Choreography and Vice-Chancellor at the University of Dance and Circus, Stockholm.Josephine Green (United Kingdom/Netherlands): former Senior Director of Trends and Strategy at Philips Design.Julie Edel Hardenberg (Greenland/Denmark): Artist, Photographer, Writer.Kathryn Bennetts (Belgium): Artistic Director of the Royal Ballet of Flanders.Margot Wallström (Sweden): Special Representative of the Secretary-General on Sexual Violence in Conflict to the UN.Moukhtar Kocache (France/Lebanon): Art Historian, Curator and former Program Officer at the Ford Foundation.Neil MacGregor (United Kingdom): Director of the British Museum.Paul Khera (United Kingdom/Nepal): Designer, Photographer.Peter Schneider (Germany): Writer, Commentator.Stojan Pelko (Slovenia): Film Publicist, Essay Writer and former State Secretary, Ministry of Culture of the Republic of Slovenia.Vibeke Windeløv (Denmark): Independent Film Producer, owner of Windelov Productions.
Benedetta Tagliabue (Italy/Spain): Architect, director of the Miralle-Tagliabue-EMBT Studio in Barcelona.
Efva Lilja (Sweden): Choreographer, Professor of Choreography and Vice-Chancellor at the University of Dance and Circus, Stockholm.Josephine Green (United Kingdom/Netherlands): former Senior Director of Trends and Strategy at Philips Design.Julie Edel Hardenberg (Greenland/Denmark): Artist, Photographer, Writer.Kathryn Bennetts (Belgium): Artistic Director of the Royal Ballet of Flanders.Margot Wallström (Sweden): Special Representative of the Secretary-General on Sexual Violence in Conflict to the UN.Moukhtar Kocache (France/Lebanon): Art Historian, Curator and former Program Officer at the Ford Foundation.Neil MacGregor (United Kingdom): Director of the British Museum.Paul Khera (United Kingdom/Nepal): Designer, Photographer.Peter Schneider (Germany): Writer, Commentator.Stojan Pelko (Slovenia): Film Publicist, Essay Writer and former State Secretary, Ministry of Culture of the Republic of Slovenia.Vibeke Windeløv (Denmark): Independent Film Producer, owner of Windelov Productions.
Further informationPress Officer, Lars Christian Hvidberg, Ministry of Culture, larsch@kum.dk Deputy Permanent Secretary, Jesper Hermansen, Ministry of Culture, jhr@kum.dk
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
TSF: o fim de delegações
A rádio TSF vai extinguir as delegações em Faro e Évora. Maria Augusta Casaca e Carlos Júlio são os jornalistas da estação naquelas cidades (a partir do jornal Público).
Henrique Galvão e a Emissora Nacional, segundo Francisco Teixeira da Mota
No seu livro Henrique Galvão, um herói português, Francisco Teixeira da Mota recorda os cinco anos em que o capitão Galvão foi presidente da Emissora Nacional, após ter recebido o inesperado convite para o cargo pelo ministro Duarte Pacheco, em Maio de 1934 (2011: 88). Na Emissora Nacional, instalara-se uma luta entre o responsável dos CTT, Couto dos Santos, que tutelava a Emissora, e António Ferro, do Secretariado da Propaganda Nacional. Salazar acabaria com a disputa com a nomeação do capitão Galvão. A Emissora era o “jornal de maior circulação no país”, dizia aquele, tornando-se um eficaz instrumento do Estado Novo (Mota, 2011: 90).
Henrique Galvão, desde o final de 1935, promoveu a venda pela Emissora Nacional de aparelhos de receção a baixo preço, para alargar a audiência nacional, aparelhos esses vendidos pelos sindicatos e casas do povo. Galvão promoveu igualmente a colocação de altifalantes em diversos locaise recintos como estádios desportivos e praças centrais de diversas cidades, o que garantia que as populações ouvissem discursos e cerimónias oficiais. Ainda Henrique Galvão foi o criador do Boletim da Emissora Nacional, onde se publicavam notícias da atividade da estação e as palestras ali transmitidas. A Emissora promoveu festejos populares e históricos, caso da Exaltaçãodo Condestável a 14 de Outubro de 1935. Com as emissões de ondas curtas, a Emissora receberia cartas de colonos em Angola e Moçambique, nomeadamente. Salazar falou numerosas vezes na Emissora Nacional. As palestras incluiam nomes como Virgínia Vitorino, Agostinho Campos, Maria Archer e muitos outros. Áurea Rodrigues, Fernando Pessa e Maria de Rezende seriam os primeiros locutores (Mota, 2011: 92).
Quando a Guerra Civil de Espanha rebentou, Henrique Galvão preferia que a estação oficial não transmitisse informações sobre o tema. Mesmo quando o general Sanjurjo morreu de acidente de aviação, ele que era um dos máximos responsáveis dos nacionalistas espanhóis, preferiu não transmitir a informação, tarefa que o Rádio Clube Português se encarregou. Em nome do realismo político, dado que Portugal tinha relações diplomáticas com o governo de Madrid, o capitão Galvão preferiu o silêncio. Sairia da Emissora Nacional em 1940.
O livro de Francisco Teixeira da Mota não traz nada de novo sobre o período da Emissora sob a direção de Henrique Galvão mas mostra-nos o quadro de lenta mas progressiva dissidência que haveria de culminar no desvio do paquete Santa Maria. Galvão, inspetor superior colonial, isto é, funcionário do Estado, fora encarregado de missões em Angola, Moçambique e Cabo Verde, deputado e organizador de eventos de forte impacto nacionalista como a Exposição Colonial do Porto (1934) e a Exposição dos Centenários (1940). A desconfiança face à Situação crescia, por se considerar marginalizado pelo poder apesar dos altos cargos que desempenhou e da relação que ia mantendo com os altos dignatários do país, como Oliveira Salazar e Marcelo Caetano.
Henrique Galvão, desde o final de 1935, promoveu a venda pela Emissora Nacional de aparelhos de receção a baixo preço, para alargar a audiência nacional, aparelhos esses vendidos pelos sindicatos e casas do povo. Galvão promoveu igualmente a colocação de altifalantes em diversos locaise recintos como estádios desportivos e praças centrais de diversas cidades, o que garantia que as populações ouvissem discursos e cerimónias oficiais. Ainda Henrique Galvão foi o criador do Boletim da Emissora Nacional, onde se publicavam notícias da atividade da estação e as palestras ali transmitidas. A Emissora promoveu festejos populares e históricos, caso da Exaltaçãodo Condestável a 14 de Outubro de 1935. Com as emissões de ondas curtas, a Emissora receberia cartas de colonos em Angola e Moçambique, nomeadamente. Salazar falou numerosas vezes na Emissora Nacional. As palestras incluiam nomes como Virgínia Vitorino, Agostinho Campos, Maria Archer e muitos outros. Áurea Rodrigues, Fernando Pessa e Maria de Rezende seriam os primeiros locutores (Mota, 2011: 92).
Quando a Guerra Civil de Espanha rebentou, Henrique Galvão preferia que a estação oficial não transmitisse informações sobre o tema. Mesmo quando o general Sanjurjo morreu de acidente de aviação, ele que era um dos máximos responsáveis dos nacionalistas espanhóis, preferiu não transmitir a informação, tarefa que o Rádio Clube Português se encarregou. Em nome do realismo político, dado que Portugal tinha relações diplomáticas com o governo de Madrid, o capitão Galvão preferiu o silêncio. Sairia da Emissora Nacional em 1940.
O livro de Francisco Teixeira da Mota não traz nada de novo sobre o período da Emissora sob a direção de Henrique Galvão mas mostra-nos o quadro de lenta mas progressiva dissidência que haveria de culminar no desvio do paquete Santa Maria. Galvão, inspetor superior colonial, isto é, funcionário do Estado, fora encarregado de missões em Angola, Moçambique e Cabo Verde, deputado e organizador de eventos de forte impacto nacionalista como a Exposição Colonial do Porto (1934) e a Exposição dos Centenários (1940). A desconfiança face à Situação crescia, por se considerar marginalizado pelo poder apesar dos altos cargos que desempenhou e da relação que ia mantendo com os altos dignatários do país, como Oliveira Salazar e Marcelo Caetano.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Les sources dans la presse : vérités, rumeurs et mensonges
L’association PILAR (Presse, imprimés, lecture dans l'aire romane) (http://www.pilar.fr/) organise une journée d’études, à Paris, au Collège d’Espagne, le samedi 20 octobre 2012. Centrés sur le thème des sources, les axes de réflexion pour les deux prochaines années (2012-2013) s’inscrivent dans l’aire hispanique, des deux côtés de l’Atlantique : Relation entre le journalisme et les sources dans une perspective diachronique. Construction et transmission des réalités sociales. Rôle du journaliste. Relations avec le pouvoir. Sphères d’influence. Les nouvelles technologies. Information et opinion publique. Les mécanismes de la rumeur. Discours de propagande. L’anonymat des sources. Écritures et genres journalistiques : créer, raconter, inventer. Propositions à envoyer avant le 15 avril 2012 à : Nathalie Ludec : nludec@gmail.com, Aránzazu Sarría Buil : aranzazu.sarriabuil@orange.fr.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Ciclo de conferências sobre arte
A ECATI (Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação) da ULHT (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias) organiza um ciclo de conferências mensais em parceria com o Museu Colecção Berardo. O ciclo deste ano tem o tema específico de problemáticas da actualidade: Fronteiras da Tectónica.
O ciclo tem a participação dos melhores especialistas internacionais, à semelhança dos anteriores. É neste sentido que convidamos todos os colegas a participar neste evento, presencialmente, mediante inscrição em http://ecati.ulusofona.pt/fronteiras/index.php/inscricao (entrada livre), ou posteriormente mediante o visionamento das conferências mesmas no sítio criado para o efeito – http://ecati.ulusofona.pt/fronteiras/.
O ciclo tem a participação dos melhores especialistas internacionais, à semelhança dos anteriores. É neste sentido que convidamos todos os colegas a participar neste evento, presencialmente, mediante inscrição em http://ecati.ulusofona.pt/fronteiras/index.php/inscricao (entrada livre), ou posteriormente mediante o visionamento das conferências mesmas no sítio criado para o efeito – http://ecati.ulusofona.pt/fronteiras/.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Biografias
Gosto muito de ler biografias. Prefiro ainda mais as autobiografias – elas indicam o estado de espírito dos seus autores, as tendências, as escassas amizades e as múltiplas inimizades ou oposições, mas dão um retrato mais fiel de uma época do que uma biografia.
Texto sobre os livros Maria Eugénia. A menina da rádio, de Rute Silva Correia (Leya/Oficina do Livro, 2011) e Trabalhos e paixões de Fernando Assis Pacheco, de Nuno Costa Santos (Tinta da China, 2012), a ler em http://industrias-culturais.hypotheses.org/20012.
Texto sobre os livros Maria Eugénia. A menina da rádio, de Rute Silva Correia (Leya/Oficina do Livro, 2011) e Trabalhos e paixões de Fernando Assis Pacheco, de Nuno Costa Santos (Tinta da China, 2012), a ler em http://industrias-culturais.hypotheses.org/20012.
Proposta de nova lei do cinema
"Os realizadores Manoel de Oliveira, Jorge Silva Melo, João Botelho, Teresa Villaverde, Pedro Costa, João Pedro Rodrigues e Sandro Aguilar e os produtores Maria João Mayer (Filmes do Tejo), Pedro Borges (Midas Filmes) e Luís Urbano (O Som e a Fúria) são alguns dos subscritores do comunicado em que a Plataforma do Cinema se «congratula» com o teor da proposta para a nova Lei do Cinema, que foi colocada em discussão pública pela Secretaria de Estado da Cultura (SEC) no passado dia 1 de Fevereiro" (http://www.publico.pt/Cultura/plataforma-do-cinema-elogia-projecto-de-lei-da-sec-1533651).
Renata Portas apresenta Bela Dona de Pedro Eiras no Contagiarte
No Porto (Rua Álvares Cabral, 372, Porto), dias 23,24 e 25 de Fevereiro, pelas 22:00.
Sinopse: Não tenho medo de entrar nessa noite onde sou vista e não vejo - mãe, dá-me a mão, mãe- onde os meus olhos cantam como sereias – a noite do corpo, e que me guiem no baile, malditas - que me raptem e acordo com o anel, e regresso aos meus olhos, meia-noite, acordo com as mãos de um fidalgo, qualquer fidalgo, rei, reis aos meus pés Tremem (Excerto de Bela Dona, de Pedro Eiras).
Autor: Pedro Eiras, Encenação e Dramaturgia: Renata Portas, Desenho de luz: Túlio Pezzoni, Interpretação; Renata Portas, Música: Joaquim Pavão, Voz-off: Mónica Pais, Figurinos: Tucha Martins, Registo fotográfico: Júlio Lemos e Renata Silveira, Imagem gráfica do ciclo: Pedro Cunha, Imagem gráfica do cartaz: Rui Silva. Género: Teatro/Drama. Duração aproximada: 40 minutos.
Renata Portas é atriz, encenadora e dinamizadora de oficinas, tem formação em interpretação pelo Balleteatro e frequenta o Mestrado em Encenação da ESTC.
Informações: contagiarte@contagiarte.pt.
Sinopse: Não tenho medo de entrar nessa noite onde sou vista e não vejo - mãe, dá-me a mão, mãe- onde os meus olhos cantam como sereias – a noite do corpo, e que me guiem no baile, malditas - que me raptem e acordo com o anel, e regresso aos meus olhos, meia-noite, acordo com as mãos de um fidalgo, qualquer fidalgo, rei, reis aos meus pés Tremem (Excerto de Bela Dona, de Pedro Eiras).
Autor: Pedro Eiras, Encenação e Dramaturgia: Renata Portas, Desenho de luz: Túlio Pezzoni, Interpretação; Renata Portas, Música: Joaquim Pavão, Voz-off: Mónica Pais, Figurinos: Tucha Martins, Registo fotográfico: Júlio Lemos e Renata Silveira, Imagem gráfica do ciclo: Pedro Cunha, Imagem gráfica do cartaz: Rui Silva. Género: Teatro/Drama. Duração aproximada: 40 minutos.
Renata Portas é atriz, encenadora e dinamizadora de oficinas, tem formação em interpretação pelo Balleteatro e frequenta o Mestrado em Encenação da ESTC.
Informações: contagiarte@contagiarte.pt.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Colóquio “O Meio Rádio nos 75 Anos da Rádio Renascença”
28 Fevereiro 2012, na Universidade Católica Portuguesa
14:15 – Sessão de Abertura presidida pelo Reitor da UCP
14:30 – Conferência “Rethinking the Impact of the Internet in the Digital Era”, James Curran, Goldsmiths College, University of London
15.30 – “Entre o Digital e o Analógico”
Moderadora: Rita Figueiras, FCH/CECC
“Da Tradição à Modernidade Radiofónica (1961-1969)”, Rogério Santos, FCH/CECC
“A Rádio Renascença na Transição de Regime: do 25 de Abril ao 25 de Novembro”, Nelson Ribeiro, FCH/CECC
“With or without you: rádio e música”, Paula Cordeiro, ISCSP
“Éter, web e redes: os desafios da informação na rádio multiplataforma”, Luís Bonixe, IPP
16:50 – Intervalo
17:00 – Mesa Redonda “A Rádio Renascença visita pelos profissionais da Comunicação”. Moderador: José Luís Ramos Pinheiro, Gerente do Grupo R/Com
Participantes: João Amaral, Director da Leya; Eduardo Oliveira e Silva, Director do Centro de Formação da RTP; Fernando Ilharco, Professor da FCH/UCP; Angela Silva, jornalista do Expresso.
18:15 – Lançamento do livro Os Meus 31 Anos na Rádio Renascença da autoria de Fernando Magalhães Crespo. Apresentação da obra pelo Reitor da UCP
14:15 – Sessão de Abertura presidida pelo Reitor da UCP
14:30 – Conferência “Rethinking the Impact of the Internet in the Digital Era”, James Curran, Goldsmiths College, University of London
15.30 – “Entre o Digital e o Analógico”
Moderadora: Rita Figueiras, FCH/CECC
“Da Tradição à Modernidade Radiofónica (1961-1969)”, Rogério Santos, FCH/CECC
“A Rádio Renascença na Transição de Regime: do 25 de Abril ao 25 de Novembro”, Nelson Ribeiro, FCH/CECC
“With or without you: rádio e música”, Paula Cordeiro, ISCSP
“Éter, web e redes: os desafios da informação na rádio multiplataforma”, Luís Bonixe, IPP
16:50 – Intervalo
17:00 – Mesa Redonda “A Rádio Renascença visita pelos profissionais da Comunicação”. Moderador: José Luís Ramos Pinheiro, Gerente do Grupo R/Com
Participantes: João Amaral, Director da Leya; Eduardo Oliveira e Silva, Director do Centro de Formação da RTP; Fernando Ilharco, Professor da FCH/UCP; Angela Silva, jornalista do Expresso.
18:15 – Lançamento do livro Os Meus 31 Anos na Rádio Renascença da autoria de Fernando Magalhães Crespo. Apresentação da obra pelo Reitor da UCP
domingo, 12 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Exposição de pintura de Sonia Burgareli
Patente até 2 de Março de 2012, de terça a sábado, 13:30 às 18:00, na
Colorida Galeria de Arte, Costa do Castelo, 63, Lisboa. Sonia Burgareli vive e trabalha em Belo Horizonte, Brasil.
La Lluna en un Cove
"Sí, llunàmbules criatures, a vosaltres, ens adrecem. ¡Oh, éssers afamegats de ficcions impossibles! Que amb pupil·les brillants cerqueu refugi en els plàcids però alhora misteriosos dominis de les lletres impreses; que entre el dens fullam gutenberguià amb dits tremolosos d'emoció busqueu erudicions, o focs d'artifici, o paisatges llunyans, o infanteses perdudes, o (¿qui ho sabria dir?) aliment pera aquesta ànima magra i malendreçada que obliguem, tots nosaltres, diàriament a viure en la mundanitat lacerant del món visible i palpable; vosaltres, lectors impenitents, rebels silenciosos, agents secrets de causes perdudes, adeptes a aquest paganisme clandestí que batega sota capes d'asfalt, i ciment (...). No us deixeu desil·lusionar per la càustica llum, ara difusa, ara espurnejant, d'aquesta ciutat eixam que voldria caure'ns a sobre pera corrompre'ns més encara. Sigueu lliures: entaforeu-vos dins dels vostres recòndits caus, si us convé; o marxeu als camps, si ho preferiu. O, ¿què més es podria dir?: habiteu els jardins ombrejats, les places soliues, els passejos tranquils, o la vora de la mar a l'hivern... Qualsevol lloc és bo si us permet lliurar-vos a aquest vici sagrat de la lectura. Qualsevol indret és ideal si bé tolera l'aparició d'un llibre sostingut per unes mans inquietes. Per la nostra banda, no podem sinó contribuir humilment a la vostra causa aportant-vos aquest material narratiu divers i variat, que esperem que sigui del vostre grat. Sense més preàmbuls, heus ací la selecció de textos d'aquest nou número:
Un dia de caça, de Tomàs Bosch
Els tumbarú, de Shaudin Melgar-Foraster
La ciutat sense nom, de V. F. Odóievskii (traducció)
Vestit pera l'ocasió, de Magalí Malagelada
Penjada en una alta forca, de Joaquim Casal
Els cafeïnòmans, de Juli Vert
Article:
Barcelona: un cop d'ull exotèric al darrere de l'aparador ortodox, d'Emili Gil
La Lluna en un Cove
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Apagão
O apagão do blogue nos últimos dois dias deveu-se a uma menor habilidade do seu autor. Ao querer mudar uma parte do layout, o blogue emudeceu. Por falta de tempo, só agora o recuperei. E, afinal, mantenho o layout.
Obrigado a quem me mandou mensagens a querer saber o que estava a acontecer.
Obrigado a quem me mandou mensagens a querer saber o que estava a acontecer.
Kuando os Rádios eram Clubes
Kuando os Rádios eram Clubes, um "convite a todos os que fizeram parte do AUTÊNTICO Radio Clube Português", nasceu a 13 de Outubro de 2011. Paulo Fernando e outros realizadores e animadores da marca RCP (1931-1975) escrevem ali muitas histórias. Uma das escritas nos últimas dias:
- "Quando cheguei ao RCP nos idos 60 era normal fazerem-se gravações em Buates e Casas de Fado para, posteriormente, serem transmitidas. Os donos desses espaços agradeciam. Eu, que sempre gostei da noite, me incluí nas equipas marcadas para tais digressões. Todas as semanas lá ia, com a turma de serviço, para mais uma apetitosa incursão nocturna. Uma noite, numa das muitas idas ao D. Quixote ali para as bandas do Chiado e onde actuava o Conjunto do Helder Martins, formavam a equipa o motorisa Manel da Caetana, o locutor Henrique Mendes, o técnico José Manuel Gonçalves, o operador- estagiário Mário Crisóstomo e eu como \'pendura\'. Montado o material deu-se inicio à gravação. Sentado num banco lateral e envolvido por agradáveis \'concubinas\' de nada me apercebi. Mas contaram-me e divulgo: Era normal o gerente vir indagar o que desejávamos tomar. Interrogação porta ao Crisóstemo, ainda pouco feito a estas andanças: \"- UMA GINJA!\" Surprezo o empregado: \"- COMO?...\" Nessa altura o Zé Manel Gonçalves tomou as rédeas e limpou a situação: \"- UM GINGERALE.\" Assim numa cave-musical perto da Trindade havia nascido o GINJA um técnico de alto gabarito e amigo do seu amigo".
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Seminário Práticas de Salvaguarda de Patrimónios Imateriais
Nos dias 10 e 11 de Março, a Câmara Municipal de Oeiras promove no Auditório Afonso de Barros - Universidade Atlântica (Fábrica da Pólvora de Barcarena), o seminário Práticas de Salvaguarda de Patrimónios Imateriais, com a moderação de Antónia Pedroso Lima, presidente do Centro em Rede de Investigação Antropológica e membro da Comissão para o Património Imaterial, e a participação de reconhecidos especialistas nesta área.
Património e Memória Futura (por autocarro)
10 março. 2012
Programa:
10h00- Saída de Setúbal (Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal ).
11h00- Visita guiada à estação arqueológica de Miróbriga (representa um dos mais marcantes vestígios da ocupação romana no Sudoeste de Portugal. Foi classificada de Imóvel de Interesse Público, em 1940. A cidade romana estende-se por mais de 2 km , apresentando ruínas de edifícios de habitação, ruas pavimentadas, um hipódromo, termas, uma ponte e um forum).
A visita será guiada pela Dra. Filomena Barata (Arqueóloga responsável pela jazida-IGESPAR).
12h30- 14h00- Almoço livre em Santiago do Cacém.
14h45- Visita guiada ao Porto de Sines por Luís Arroz.
16h30- Visita livre ao Museu de Sines , Casa de Vasco da Gama ( interior do Castelo) e ao Centro Cultural Emmerico Nunes onde se encontram as exposições MIRV de Jorge Coelho e Sérgio Fernandes; O Último Habitante, núcleo II do projecto ALBERTO: Poeta de Sines, homem do Mundo.
18h00- Inauguração da exposição colectiva de Fotografia ARQUITECTURAS, Centro de Artes de Sines.
19h00- Regresso a Setúbal.
Preço: 29€
Inscrições e informações:
Av. Luisa Todi , 162, 2900-451 Setúbal
Tel. 265239365/265534029 Fax: 265527678
Email: maedseventos@gmail.com
http://museu-maeds.org/
http://maedseventosactividades.blogspot.com/
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
António Tapiès
O blogue não é um obituário, mas fica-se a pensar nos valores individuais quando alguém desaparece. No fim de semana, veio a notícia da morte de Fernando Lanhas. Agora, leio sobre o falecimento do catalão António Tapiès, igualmente representante europeu da arte abstrata do pós-guerra. Nessa notícia, obtenho a informação que Tàpies fez a primeira exposição individual em Paris, em 1956 (Público). Logo depois, em 1960, participou numa mostra da nova pintura e escultura espanhola no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e no Museu Guggenheim (Nova Iorque). Destacou-se por utilizar novas técnicas de desenho, litografia e colagem sobre suportes plásticos e por esculturas em cimento, bronze e cerâmica, materiais combinados com objetos de uso quotidiano. A sua casa em Barcelona merece uma visita, a começar pela biblioteca.
ARTICLE 19 busca Consultor/a em Brasília
O/A consultor/a atuará em Brasília em temas relacionados à liberdade de expressão e informação nas políticas internas e na política externa brasileira. O/A profissional deverá planejar e implementar estratégias de advocacy com a finalidade de contribuir para que o Brasil adote posições com forte embasamento nos direitos humanos no contexto internacional e regional, inclusive em acordos e fóruns multilaterais. O/A consultor/a auxiliará o escritório regional da ARTICLE 19 sediado em São Paulo a promover as mudanças legais, políticas e práticas necessárias para realização do direito à liberdade de expressão e o acesso a informação.
Primeiros passos:
Inicialmente, a ARTIGO 19 busca recrutar um consultor que, durante um período experimental de 3 meses, desenvolva as seguintes tarefas:
1. Desenvolvimento (em inglês) de um plano estratégico de engajamento junto ao governo brasileiro, com o objetivo de persuadir as autoridades nacionais a assumirem uma função mais central na proteção dos direitos humanos nos contextos regional e internacional. O documento também deverá indicar principais interlocutores e parcerias recomendáveis entre organizações da sociedade civil, coalisões, redes e ativistas.
2. Iniciar dois projetos pilotos de advocacy – tanto relacionados ao âmbito domestico, quanto à política externa brasileira: o/a profissional deverá construir uma rede de contatos com membros influentes do governo e do congresso, assim como atores sociais e com a mídia, desenvolvendo atividades de advocacy relacionadas a 2 temas de considerável relevância ou urgência no âmbito domestico e externo, em coordenação com o escritório da ARTICLE 19 em São Paulo.
Qualificações:
O interessado deverá possuir significativa experiência política, de interação com a mídia e de advocacy. Buscamos um graduado em direito, relações internacionais, jornalismo e/ou com atuação na área das ciências humanas, que deve possuir também experiência no trabalho em prol dos direitos humanos. Fluência em português e inglês são requisitos essenciais, assim como conhecimento da mídia e do processo legislativo brasileiros.
Interessados devem enviar currículo e carta de intenções para selecao@artigo19.org até 10 de fevereiro.
-- Natália Keiko
ARTIGO 19
tel.: (11) 3057-0042/0071
Rua João Adolfo, 118 - 8ºandar
Twitter: @Artigo19
Receba nosso informes:
http://bit.ly/artigo19
ARTIGO 19
tel.: (11) 3057-0042/0071
Rua João Adolfo, 118 - 8ºandar
Anhangabaú, São Paulo, Brasil
tel. +55 11 30570042/0071
http://www.artigo19.org/Twitter: @Artigo19
Receba nosso informes:
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sábado, 4 de fevereiro de 2012
Intelectuais brasileiros e portugueses pedem permanência de Carlos Fino em Brasília
NOTA À IMPRENSA
Intelectuais brasileiros e portugueses pedem permanência de Carlos Fino em Brasília
Preocupados com a informação de que o Ministério dos Negócios Estrangeiros português teria decidido extinguir o cargo de Conselheiro de Imprensa na Embaixada de Portugal em Brasília, dezenas de jornalistas, acadêmicos e diversos outros profissionais do Brasil e Portugal decidiram enviar carta ao actual responsável pela diplomacia portuguesa, Paulo Portas.
A medida, se tomada, implicaria na saída do jornalista Carlos Fino, que ao longo dos últimos anos vem, com todo o empenho e dedicação, desempenhando essas funções.
O objetivo da missiva, disponível online em http://www.peticoesonline.com/peticao/fica-fino/346, é evitar que tal decisão se concretize, o que, a verificar-se, além de prejudicar algumas iniciativas de cooperação em curso na área da mídia, poderia também refletir-se negativamente nas celebrações do Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal, que irão realizar-se entre 7 de setembro de 2012 e 10 de Junho de 2013.
A campanha conta com perfil nas redes sociais (www.twitter.com/ficafino e https://www.facebook.com/pages/Carlos-Fino/293117707412186?ref=tn_tnmn) e com a participação de prestigiados jornalistas e professores de diversas instituições de ensino superior dos dois países.
Depoimentos
Abaixo, alguns depoimentos a respeito da importância da permanência de Carlos Fino em Brasília:
“Aprovo e apóio com entusiasmo esta iniciativa. (...) Em 14 anos de contato com vários conselheiros de imprensa de várias embaixadas aqui em Brasília, asseguro que ele é dos melhores profissionais que já passaram por esta capital, em termos de eficiência, disposição e extremo profissionalismo no atendimento aos jornalistas em busca de informação. Isso torna ainda mais viável e consolidado o aprofundamento das relações bilaterais.”
Vera Souto – Editora - TV Globo
Carlos Fino é um dos mais emblemáticos jornalistas portugueses, de tal maneira marcou, ao longo de quarenta anos, a sua memória pública e o seu imaginário. Trabalhando na Embaixada Portuguesa em Brasília, "Carlos Fino colocou a sua extraordinária carreira profissional ao serviço da aproximação das comunidades portuguesa e brasileira, assim como do inter-conhecimento e da cooperação entre os média de Portugal e do Brasil. Seria lastimável que este aristocrata do jornalismo português fosse afastado de um lugar onde tem feito um notável trabalho, servindo Portugal e prestigiando o jornalismo português.
Moisés de Lemos Martins - Presidente da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), e também da Federação Internacional de Comunicação Lusófona (LUSOCOM)
“É com muita honra e a certeza de estar tomando a iniciativa correta por tudo o que o Sr. Carlos Fino tem realizado em prol da cooperação no âmbito da CPLP que assino a presente carta de apoio.”
Lúcio Flávio Vale da Silva, Coordenador Externo da Escola Internacional de Futebol da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - EIF-CPLP-FEF-UnB
“O estreitamento das relações entre Brasil e Portugal tem no jornalista Carlos Fino um entusiasmado defensor, como provam sua ação na embaixada de Portugal e também a participação, como convidado especial, na série de TV Lá e Cá, exibida na RTP2 e na TV Cultura, durante minha gestão como presidente da emissora”.
Paulo Markun – jornalista, ex-apresentador do programa “Roda Viva” – da TV Cultura, o mais prestigiado programa de entrevistas da TV brasileira
“Meus sinceros cumprimentos pela iniciativa. (...) tenho o privilégio de poder considerar o CarlosFino um grande amigo, extraordinária figura humana e um dos mais competentes profissionais a quem tive o prazer de conhecer no exercício do jornalismo. Ético, sério, inteligente, perspicaz, amigo incondicional dos amigos, Carlos é daquelas pessoas a quem chamo de "amigo sem tempo nem distância". Está e estará sempre presente em minha memória e no coração. Torço para que ele permaneça no posto especialmente quando se celebra o Ano de Portugal no Brasil (e vice-versa). Afastá-lo do cargo neste momento será uma perda irreparável. Vamos aguardar que o bom senso prevaleça de modo a permitir que possamos continuar tendo a satisfação de conviver com o Carlos por, pelo menos, mais alguns anos.
Humberto Netto – jornalista
“Com certeza, (...) não podemos deixar que isso ocorra! Carlos é um grande profissional, além de um amigo.E, certamente, gostaríamos de tê-lo por aqui não apenas neste que será o ano de PT no BR, mas, por muito tempo, haja vista que Carlos tem nos brindado com sua experiência ímpar junto aos jornalistas brasileiros e lusófonos. Seria uma perda inestimável se ele fosse removido do Brasil. Não concordamos com isso, evidentemente.”
Alcimir Carmo, secretário executivo na Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa
Acredito que a imprensa brasileira, por exemplo, nunca esteve tão perto de Portugal graças ao brilhante trabalho que vem sendo realizado por Carlos Fino.Um jornalista que conhece comunicação como ninguém e sempre pronto a dar informações e auxiliar a todos quando se trata de divulgar Portugal.
Edgar Lisboa, Colunista Político do Jornal do Comércio (RS), presidente do Instituto Brasileiro do Rádio (IBR)
Exmo. Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Dr. Paulo Portas,
O ano de 2012 é estratégico para as relações luso-brasileiras, na medida em que a partir de setembro será celebrado o ano de Portugal no Brasil e vice-versa, momento adequado para o lançamento de bases de uma cooperação cada vez mais permanente que transforme retórica em práticas e atitudes.
Nesse sentido, nós, abaixo-assinados, gostaríamos de contar com a decisão de Vossa Excelência no sentido de manter a presença do jornalista Carlos Fino à frente das atividades como Conselheiro de Imprensa na Embaixada de Portugal em Brasília.
Uma eventual saída de Carlos Fino, agora, precisamente quando se prepara aquele evento, poderia colocar em risco uma série de esforços e articulações, umas já em curso outras em começo de projeto, promissoras de impactos humanos, científicos e económicos positivos no relacionamento entre os dois países.
Ao longo dos últimos sete anos, pudemos testemunhar o esforço de Carlos Fino em abrir espaço para a relação luso-brasileira nos órgãos de comunicação social, destacando sua atividade na assessoria da imprensa e na série de programas "Lá e Cá", trabalho realizado em parceria da RTP com a TV Cultura, que tem plenas possibilidades de prosseguir, agora numa nova série em acordo com a TV Brasil.
Cumpre relatar também que, como atestam os jornalistas que recorreram à Embaixada em busca de informação, é importante destacar a eficiência, o profissionalismo e a extrema correção com que ele sempre desempenhou sua tarefa. Na prática, isso também colaborou para o aprofundamento das relações bilaterais, na medida em que os meios de comunicação passam a veicular mais informações e abrir mais espaço sobre Portugal.
Ademais, são incontáveis as colaborações de Carlos Fino ao intercâmbio entre Brasil e Portugal, por meio de sua presença em encontros audiovisuais (a exemplo do Festlatino, em Pernambuco), eventos acadêmicos (LUSOCOM, em São Paulo), palestras, cursos (como o por ele realizado na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro e também em São Paulo, na Bienal Internacional do Livro e sob os auspícios da Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa - FJLP) promoção de acordos de cooperação e participação em debates com estudantes, pesquisadores e professores de graduação e pós-graduação de prestigiosas instituições de ensino brasileiras, tais como, entre outras, Universidade de Brasília, Universidade Católica de Brasília, Universidade de Fortaleza, Universidade de São Paulo, Itaú Cultural, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense, e portuguesas como Universidade do Minho, Universidade Lusíada, Universidade de Coimbra, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade Portucalense.
Sabemos que o momento econômico português exige medidas de contenção que sacrificarão necessariamente muitas iniciativas e comprometerão muitos planos anteriormente definidos. No entanto, julgamos que, mesmo neste contexto, a ligação de Portugal ao Brasil deve não só ser protegida como até fortalecida. Numa altura em que as notícias dão abundantemente conta da intensificação dos fluxos de emigração de Portugal para o Brasil, apelamos à especial sensibilidade do Governo Português, no sentido de, com este gesto, encorajar uma relação entre dois países a que não faltam razões para reforçar os seus laços.
São motivações de ordem histórica, económica, política e simbólica que fundamentam o nosso entendimento de que a presença de Carlos Fino em Brasília, pelo menos até ao termo do Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal, se traduziria em ganho efectivo para ambos os países, em termos de visibilidade, ação e promoção de uma cooperação cada vez mais alicerçada e com resultados que podem ser aferidos.
Encerrar o posto de conselheiro de imprensa na embaixada e afastar uma pessoa que desfruta de reconhecido prestígio junto dos media e dos meios universitários da comunicação no Brasil, e que, além disso, tem dado provas de grande empenho no fomento das relações bilaterais, não será certamente,
Senhor Ministro, a melhor forma de começar o Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal.
Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Com os melhores cumprimentos,
1) Fernando Oliveira Paulino, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
2) Vera Souto, jornalista, Editora-TV Globo
3) Rogério Santos, professor da Universidade Católica Portuguesa
4) Madalena Oliveira, professora da Universidade do Minho
5) Giovana Teles, jornalista
6) Moisés de Lemos Martins, Presidente da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), e também da Federação Internacional de Comunicação Lusófona (LUSOCOM)
7) Dad Squarisi, jornalista
8) Laurindo Leal Filho, professor da Universidade de São Paulo
9) Zélia Leal Adguirni, professora da Universidade de Brasília
10) Lúcio Flávio Vale da Silva, Coordenador Externo da Escola Internacional de Futebol da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - EIF-CPLP-FEF-UnB
11) Humberto França, vice-presidente para Relações Internacionais da Fundação Biblioteca Brasileira de Nova York e Presidente e fundador do Movimento Festlatino
12) Ricardo Noblat, jornalista
13) Francisco Câmpera, repórter da TV Bandeirantes
14) Samy Leal Adguirni, repórter da Folha de S. Paulo, correspondente em Teerã
15) Paulo Markun, jornalista
16) Antonio Hohlfeldt, Presidente da INTERCOM - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
17) Dione Moura, professora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
18) Luiz Martins da Silva, prof. da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
19) Viviane dos Santos Brochardt, mestranda da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
20) Guiomar de Grammont, professora da Universidade Federal de Ouro Preto, Minas Gerais
21) Pedro Rafael Vilela Ferreira, mestrando da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
22) Luana Spinillo Poroca, mestranda do Programa de Pós Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília
23) Rodrigo Garcia Vieira Braz, doutorando da Faculdade de Comunicação da UnB
24) Eduardo Hollanda - Revista Brasileiros - Editor Especial
25) Márcia Marques, professora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
26) Roberto Petti, Gestão de Direitos e de Beneficiamento de Conteúdo TV Globo
27) José Carlos Torves, Diretor executivo da Federação Nacional de Jornalistas
28) Rolemberg Estevão de Souza, Conselheiro da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores
29) Sylvia Moretzsohn, professora de jornalismo na Universidade Federal Fluminense (Niterói/RJ)
30) Leyberson Lelis Chaves Pedrosa, jornalista e mestrando em Comunicação Social pela Universidade de Brasília.
31) José Eduardo Barella, jornalista
32) Paulo Caruso, Revista Época e Fundação Padre Anchieta - TV Cultura , São Paulo
33) José Brandão Coelho, Presidente Honorífico,Câmara de Comércio Brasil Portugal Paraná
34) Sérgio Dayrell Porto, professor da Faculdade de Comunicação da UnB
35) Alfredo Prado, jornalista, diretor dos portais Portugal Digital e África21 Digital
36) Kátia Cubel, jornalista, presidente do Prêmio Engenho de Comunicação – O Dia em que o Jornalista Vira Notícia
37) Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo, Diretor da "Flecha de Lima Associados"
38) Alexandre Jorge Cavalcanti Ayres, médico do Hospital Universitário de Brasília
39) Humberto Netto, Assessor de Imprensa da Delegação da União Europeia no Brasil
40) Alcimir Antonio do Carmo, secretário executivo da Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa – FJLP
41) Osvaldo Ferreira, Maestro Titular - Orquestra Sinfônica do Paraná, Programador Musical - Allgarve 2011, Director Artístico - Oficina de Música de Curitiba
42) Ana Elisa Santana, jornalista e funcionária da TV Escola
43) Carlos Alberto Ribeiro De Xavier - Assessor Especial do Ministério da Educação
44) Manuel Fernando Lousada Soares, Diretor da LS – Net, Ex Secretário de Estado Adjunto de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
45) Liziane Guazina, Professora da Faculdade de Comunicação da UnB.
46) Ana Lúcia Prado Reis dos Santos, professora da Universidade da Amazônia, Belém-Pará e doutoranda da Universidade Fernando Pessoa, Porto-Portugal.
46) Victor Gentilli, jornalista, professor da Universidade Federal do Espírito Santo
47) Rogério Christofoletti, professor da Universidade Federal de Santa Catarina
48) Luiz Egypto de Cerqueira, jornalista, redator-chefe do Observatório da Imprensa (Brasil)
49) Ray Cunha, escritor e jornalista
50) Fábio Henrique Pereira, professor da Faculdade de Comunicação da UnB.
51) Flávia Rocha, jornalista
52) Walter Guimarães, jornalista
53) Paulo Victor Chagas, estudante e extensionista do Programa Comunicação Comunitária
54) Emily Almeida Azarias, estudante de Comunicação da Universidade de Brasília
55) Luiz Motta, professor da Faculdade de Comunicação da UnB, ex-secretário de Comunicação do Distrito Federal
56) Francisco Sant'Anna, jornalista, editor responsável do programa Diplomacia da TV Senado.
57) Lúcia Helena Alves de Sá, Presidente da Associação Casa Agostinho da Silva
58) Amândio Silva, Presidente da Associação Mares Navegados
59) Silvestre Gorgulho, Jornalista e ex-secretário de Estado de Cultura do Distrito Federal
60) Mariana Martins de Carvalho, doutoranda do Programa de Pós Graduação da Universidade de Brasília
Intelectuais brasileiros e portugueses pedem permanência de Carlos Fino em Brasília
Preocupados com a informação de que o Ministério dos Negócios Estrangeiros português teria decidido extinguir o cargo de Conselheiro de Imprensa na Embaixada de Portugal em Brasília, dezenas de jornalistas, acadêmicos e diversos outros profissionais do Brasil e Portugal decidiram enviar carta ao actual responsável pela diplomacia portuguesa, Paulo Portas.
A medida, se tomada, implicaria na saída do jornalista Carlos Fino, que ao longo dos últimos anos vem, com todo o empenho e dedicação, desempenhando essas funções.
O objetivo da missiva, disponível online em http://www.peticoesonline.com/peticao/fica-fino/346, é evitar que tal decisão se concretize, o que, a verificar-se, além de prejudicar algumas iniciativas de cooperação em curso na área da mídia, poderia também refletir-se negativamente nas celebrações do Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal, que irão realizar-se entre 7 de setembro de 2012 e 10 de Junho de 2013.
A campanha conta com perfil nas redes sociais (www.twitter.com/ficafino e https://www.facebook.com/pages/Carlos-Fino/293117707412186?ref=tn_tnmn) e com a participação de prestigiados jornalistas e professores de diversas instituições de ensino superior dos dois países.
Depoimentos
Abaixo, alguns depoimentos a respeito da importância da permanência de Carlos Fino em Brasília:
“Aprovo e apóio com entusiasmo esta iniciativa. (...) Em 14 anos de contato com vários conselheiros de imprensa de várias embaixadas aqui em Brasília, asseguro que ele é dos melhores profissionais que já passaram por esta capital, em termos de eficiência, disposição e extremo profissionalismo no atendimento aos jornalistas em busca de informação. Isso torna ainda mais viável e consolidado o aprofundamento das relações bilaterais.”
Vera Souto – Editora - TV Globo
Carlos Fino é um dos mais emblemáticos jornalistas portugueses, de tal maneira marcou, ao longo de quarenta anos, a sua memória pública e o seu imaginário. Trabalhando na Embaixada Portuguesa em Brasília, "Carlos Fino colocou a sua extraordinária carreira profissional ao serviço da aproximação das comunidades portuguesa e brasileira, assim como do inter-conhecimento e da cooperação entre os média de Portugal e do Brasil. Seria lastimável que este aristocrata do jornalismo português fosse afastado de um lugar onde tem feito um notável trabalho, servindo Portugal e prestigiando o jornalismo português.
Moisés de Lemos Martins - Presidente da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), e também da Federação Internacional de Comunicação Lusófona (LUSOCOM)
“É com muita honra e a certeza de estar tomando a iniciativa correta por tudo o que o Sr. Carlos Fino tem realizado em prol da cooperação no âmbito da CPLP que assino a presente carta de apoio.”
Lúcio Flávio Vale da Silva, Coordenador Externo da Escola Internacional de Futebol da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - EIF-CPLP-FEF-UnB
“O estreitamento das relações entre Brasil e Portugal tem no jornalista Carlos Fino um entusiasmado defensor, como provam sua ação na embaixada de Portugal e também a participação, como convidado especial, na série de TV Lá e Cá, exibida na RTP2 e na TV Cultura, durante minha gestão como presidente da emissora”.
Paulo Markun – jornalista, ex-apresentador do programa “Roda Viva” – da TV Cultura, o mais prestigiado programa de entrevistas da TV brasileira
“Meus sinceros cumprimentos pela iniciativa. (...) tenho o privilégio de poder considerar o CarlosFino um grande amigo, extraordinária figura humana e um dos mais competentes profissionais a quem tive o prazer de conhecer no exercício do jornalismo. Ético, sério, inteligente, perspicaz, amigo incondicional dos amigos, Carlos é daquelas pessoas a quem chamo de "amigo sem tempo nem distância". Está e estará sempre presente em minha memória e no coração. Torço para que ele permaneça no posto especialmente quando se celebra o Ano de Portugal no Brasil (e vice-versa). Afastá-lo do cargo neste momento será uma perda irreparável. Vamos aguardar que o bom senso prevaleça de modo a permitir que possamos continuar tendo a satisfação de conviver com o Carlos por, pelo menos, mais alguns anos.
Humberto Netto – jornalista
“Com certeza, (...) não podemos deixar que isso ocorra! Carlos é um grande profissional, além de um amigo.E, certamente, gostaríamos de tê-lo por aqui não apenas neste que será o ano de PT no BR, mas, por muito tempo, haja vista que Carlos tem nos brindado com sua experiência ímpar junto aos jornalistas brasileiros e lusófonos. Seria uma perda inestimável se ele fosse removido do Brasil. Não concordamos com isso, evidentemente.”
Alcimir Carmo, secretário executivo na Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa
Acredito que a imprensa brasileira, por exemplo, nunca esteve tão perto de Portugal graças ao brilhante trabalho que vem sendo realizado por Carlos Fino.Um jornalista que conhece comunicação como ninguém e sempre pronto a dar informações e auxiliar a todos quando se trata de divulgar Portugal.
Edgar Lisboa, Colunista Político do Jornal do Comércio (RS), presidente do Instituto Brasileiro do Rádio (IBR)
Exmo. Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Dr. Paulo Portas,
O ano de 2012 é estratégico para as relações luso-brasileiras, na medida em que a partir de setembro será celebrado o ano de Portugal no Brasil e vice-versa, momento adequado para o lançamento de bases de uma cooperação cada vez mais permanente que transforme retórica em práticas e atitudes.
Nesse sentido, nós, abaixo-assinados, gostaríamos de contar com a decisão de Vossa Excelência no sentido de manter a presença do jornalista Carlos Fino à frente das atividades como Conselheiro de Imprensa na Embaixada de Portugal em Brasília.
Uma eventual saída de Carlos Fino, agora, precisamente quando se prepara aquele evento, poderia colocar em risco uma série de esforços e articulações, umas já em curso outras em começo de projeto, promissoras de impactos humanos, científicos e económicos positivos no relacionamento entre os dois países.
Ao longo dos últimos sete anos, pudemos testemunhar o esforço de Carlos Fino em abrir espaço para a relação luso-brasileira nos órgãos de comunicação social, destacando sua atividade na assessoria da imprensa e na série de programas "Lá e Cá", trabalho realizado em parceria da RTP com a TV Cultura, que tem plenas possibilidades de prosseguir, agora numa nova série em acordo com a TV Brasil.
Cumpre relatar também que, como atestam os jornalistas que recorreram à Embaixada em busca de informação, é importante destacar a eficiência, o profissionalismo e a extrema correção com que ele sempre desempenhou sua tarefa. Na prática, isso também colaborou para o aprofundamento das relações bilaterais, na medida em que os meios de comunicação passam a veicular mais informações e abrir mais espaço sobre Portugal.
Ademais, são incontáveis as colaborações de Carlos Fino ao intercâmbio entre Brasil e Portugal, por meio de sua presença em encontros audiovisuais (a exemplo do Festlatino, em Pernambuco), eventos acadêmicos (LUSOCOM, em São Paulo), palestras, cursos (como o por ele realizado na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro e também em São Paulo, na Bienal Internacional do Livro e sob os auspícios da Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa - FJLP) promoção de acordos de cooperação e participação em debates com estudantes, pesquisadores e professores de graduação e pós-graduação de prestigiosas instituições de ensino brasileiras, tais como, entre outras, Universidade de Brasília, Universidade Católica de Brasília, Universidade de Fortaleza, Universidade de São Paulo, Itaú Cultural, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense, e portuguesas como Universidade do Minho, Universidade Lusíada, Universidade de Coimbra, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade Portucalense.
Sabemos que o momento econômico português exige medidas de contenção que sacrificarão necessariamente muitas iniciativas e comprometerão muitos planos anteriormente definidos. No entanto, julgamos que, mesmo neste contexto, a ligação de Portugal ao Brasil deve não só ser protegida como até fortalecida. Numa altura em que as notícias dão abundantemente conta da intensificação dos fluxos de emigração de Portugal para o Brasil, apelamos à especial sensibilidade do Governo Português, no sentido de, com este gesto, encorajar uma relação entre dois países a que não faltam razões para reforçar os seus laços.
São motivações de ordem histórica, económica, política e simbólica que fundamentam o nosso entendimento de que a presença de Carlos Fino em Brasília, pelo menos até ao termo do Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal, se traduziria em ganho efectivo para ambos os países, em termos de visibilidade, ação e promoção de uma cooperação cada vez mais alicerçada e com resultados que podem ser aferidos.
Encerrar o posto de conselheiro de imprensa na embaixada e afastar uma pessoa que desfruta de reconhecido prestígio junto dos media e dos meios universitários da comunicação no Brasil, e que, além disso, tem dado provas de grande empenho no fomento das relações bilaterais, não será certamente,
Senhor Ministro, a melhor forma de começar o Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal.
Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Com os melhores cumprimentos,
1) Fernando Oliveira Paulino, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
2) Vera Souto, jornalista, Editora-TV Globo
3) Rogério Santos, professor da Universidade Católica Portuguesa
4) Madalena Oliveira, professora da Universidade do Minho
5) Giovana Teles, jornalista
6) Moisés de Lemos Martins, Presidente da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), e também da Federação Internacional de Comunicação Lusófona (LUSOCOM)
7) Dad Squarisi, jornalista
8) Laurindo Leal Filho, professor da Universidade de São Paulo
9) Zélia Leal Adguirni, professora da Universidade de Brasília
10) Lúcio Flávio Vale da Silva, Coordenador Externo da Escola Internacional de Futebol da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - EIF-CPLP-FEF-UnB
11) Humberto França, vice-presidente para Relações Internacionais da Fundação Biblioteca Brasileira de Nova York e Presidente e fundador do Movimento Festlatino
12) Ricardo Noblat, jornalista
13) Francisco Câmpera, repórter da TV Bandeirantes
14) Samy Leal Adguirni, repórter da Folha de S. Paulo, correspondente em Teerã
15) Paulo Markun, jornalista
16) Antonio Hohlfeldt, Presidente da INTERCOM - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
17) Dione Moura, professora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
18) Luiz Martins da Silva, prof. da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
19) Viviane dos Santos Brochardt, mestranda da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
20) Guiomar de Grammont, professora da Universidade Federal de Ouro Preto, Minas Gerais
21) Pedro Rafael Vilela Ferreira, mestrando da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
22) Luana Spinillo Poroca, mestranda do Programa de Pós Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília
23) Rodrigo Garcia Vieira Braz, doutorando da Faculdade de Comunicação da UnB
24) Eduardo Hollanda - Revista Brasileiros - Editor Especial
25) Márcia Marques, professora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
26) Roberto Petti, Gestão de Direitos e de Beneficiamento de Conteúdo TV Globo
27) José Carlos Torves, Diretor executivo da Federação Nacional de Jornalistas
28) Rolemberg Estevão de Souza, Conselheiro da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores
29) Sylvia Moretzsohn, professora de jornalismo na Universidade Federal Fluminense (Niterói/RJ)
30) Leyberson Lelis Chaves Pedrosa, jornalista e mestrando em Comunicação Social pela Universidade de Brasília.
31) José Eduardo Barella, jornalista
32) Paulo Caruso, Revista Época e Fundação Padre Anchieta - TV Cultura , São Paulo
33) José Brandão Coelho, Presidente Honorífico,Câmara de Comércio Brasil Portugal Paraná
34) Sérgio Dayrell Porto, professor da Faculdade de Comunicação da UnB
35) Alfredo Prado, jornalista, diretor dos portais Portugal Digital e África21 Digital
36) Kátia Cubel, jornalista, presidente do Prêmio Engenho de Comunicação – O Dia em que o Jornalista Vira Notícia
37) Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo, Diretor da "Flecha de Lima Associados"
38) Alexandre Jorge Cavalcanti Ayres, médico do Hospital Universitário de Brasília
39) Humberto Netto, Assessor de Imprensa da Delegação da União Europeia no Brasil
40) Alcimir Antonio do Carmo, secretário executivo da Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa – FJLP
41) Osvaldo Ferreira, Maestro Titular - Orquestra Sinfônica do Paraná, Programador Musical - Allgarve 2011, Director Artístico - Oficina de Música de Curitiba
42) Ana Elisa Santana, jornalista e funcionária da TV Escola
43) Carlos Alberto Ribeiro De Xavier - Assessor Especial do Ministério da Educação
44) Manuel Fernando Lousada Soares, Diretor da LS – Net, Ex Secretário de Estado Adjunto de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
45) Liziane Guazina, Professora da Faculdade de Comunicação da UnB.
46) Ana Lúcia Prado Reis dos Santos, professora da Universidade da Amazônia, Belém-Pará e doutoranda da Universidade Fernando Pessoa, Porto-Portugal.
46) Victor Gentilli, jornalista, professor da Universidade Federal do Espírito Santo
47) Rogério Christofoletti, professor da Universidade Federal de Santa Catarina
48) Luiz Egypto de Cerqueira, jornalista, redator-chefe do Observatório da Imprensa (Brasil)
49) Ray Cunha, escritor e jornalista
50) Fábio Henrique Pereira, professor da Faculdade de Comunicação da UnB.
51) Flávia Rocha, jornalista
52) Walter Guimarães, jornalista
53) Paulo Victor Chagas, estudante e extensionista do Programa Comunicação Comunitária
54) Emily Almeida Azarias, estudante de Comunicação da Universidade de Brasília
55) Luiz Motta, professor da Faculdade de Comunicação da UnB, ex-secretário de Comunicação do Distrito Federal
56) Francisco Sant'Anna, jornalista, editor responsável do programa Diplomacia da TV Senado.
57) Lúcia Helena Alves de Sá, Presidente da Associação Casa Agostinho da Silva
58) Amândio Silva, Presidente da Associação Mares Navegados
59) Silvestre Gorgulho, Jornalista e ex-secretário de Estado de Cultura do Distrito Federal
60) Mariana Martins de Carvalho, doutoranda do Programa de Pós Graduação da Universidade de Brasília
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Sobre a indústria discográfica
A tese de mestrado de Leonor Losa ("Nós humanizámos a indústria". Reconfiguração da produção fonográfica e musical em Portugal na década de 60) foi defendida em 2009 na Universidade Nova de Lisboa. Trabalho de grande qualidade, fiquei a conhecer bastante melhor a atividade fonográfica do país naquele período quando o li agora.
Logo à entrada, a autora diz que a sua tese tinha por objetivo a reconfiguração da produção discográfica, em especial a do editor Arnaldo Trindade, a quem dedica os dois últimos capítulos. O texto tem introdução, cinco capítulos e conclusões. Os nomes dos capítulos são: 2) "Musicas" e "machinas falantes": mercado de partituras e fonogramas em Portugal desde meados do século XIX até à década de 30, 3) A emergência da rádio: sobreposição de reportórios dos anos 30 ao início dos anos 60 do seculo XX (criação da Emissora Nacional, surgimento de "fábricas de discos" e novos reportórios, centralidade da rádio), 4) Panorama editorial em Portugal nos anos 60 (protagonismo da Valentim de Carvalho, Fábrica de Discos Rádio Triunfo: nacionalização da produção fonográfica, Sassetti: edição de novos reportórios, atividade editorial no país nos anos 60), 5) Arnaldo Trindade: percurso biográfico e constituição da editora, 6) "Nós humanizámos a indústria". Reconfiguração da produção fonográfica em Portugal na década de 60 (postura editorial de Arnaldo Trindade e relação com os músicos, produção de "música de tema": tentativas de designação genérica dos produtos musicais).
No quarto capítulo, a autora aborda a autonomização da produção fonográfica em Portugal e o protagonismo dos espetáculos (p. 57), bem como o papel da imprensa especializada, de que releva o Mundo da Canção. A criação de uma fábrica de discos da Valentim de Carvalho ocorreu no começo da década de 1960, já depois do falecimento do fundador da empresa. Um dos sobrinhos, Rui Valentim de Carvalho, contra a vontade da empresa, abriu a fábrica do Campo Pequeno, onde se realizaria a prensagem de EP de gravações originais e cópias de gravações de editoras e etiquetas estrangeiras (p. 64). Na mesma década, seria construído o estúdio de Paço d'Arcos. A centralidade de reportório no fado (caso da fadista Amália Rodrigues) e a qualidade de gravações feitas pelo técnico de som Hugo Ribeiro garantiram a supremacia da editora. A Valentim de Carvalho apostou também em estilos de música importada caso das tipologias rock'n'roll e ié-ié (pop de origem francesa). Já a Fábrica de Discos Rádio Triunfo, fundada em 1946 no Porto, começara como loja de rádios e aparelhos de transmissão (p. 65), dando início em 1948 à produção de fonogramas. A Rádio Triunfo seria também editora, tendo um catálogo forte em música de ranchos folclóricos e intérpretes que desenvolviam as suas carreiras na rádio (Tony de Matos, Maria de Lurdes Resende, Maria Clara, Gabriel Cardoso), com uma relação de proximidade com a Emissora Nacional, cujo estúdio em Vila Nova de Gaia era usado habitualmente para gravações de discos.
A Sasseti, fundada em 1848, seria comprada por António Marques de Almeida e dois outros sócios que tinham fundado a cooperativa Guilda da Música em 1967 (p. 70). Pouco tempo depois associada à organização Zip-Zip, a Sassetti teve uma forte incidência nas gravações de música erudita (Antologia da Música Europeia) e de música popular portuguesa (Sérgio Godinho, José Mário Branco, Luís Cília e José Afonso). Finalmente, a Arnaldo Trindade, cujo proprietário estivera com frequência nos Estados Unidos, distribuiu discos de cantores em voga franceses (Johnny Halliday, Françoise Hardi, Serge Gainsbourg) e ingleses (Sandie Shaw), mas também as etiquetas Island (soul music, rythm'n'blues) e Tamla Motown (reggae) (p. 76). Numa das visitas aos Estados Unidos, Arnaldo Trindade comprara uma máquina de gravação Ampex, de quatro pistas, começando a gravar em 1952. Iniciou a etiqueta Orfeu em 1956 e publicou discos do Conjunto Pedro Osório, Titãs, Conjunto Sousa Pinto, Pop Five Music Incorporated, mas também do Conjunto Maria Albertina, Conjunto António Mafra, Quim Barreiros, num apoio nítido à produção discográfica do norte do país (p. 81). Arnaldo Trindade notabilizou-se ainda pelas estratégias de promoção: oferta de fonogramas às estações de rádio, organização de concertos (exemplos: Elton John, Marino Marini, Sandie Shaw, Sylvie Vartan), publicidade televisiva e sistema contratual com os intérpretes, com pagamento de remuneração mensal tendo como contrapartida a gravação de um fonograma por ano (casos de Adriano Correia de Oliveira e José Afonso).
Textos publicados por Leonor Losa podem ler-se na Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, com direção de Salwa Castelo-Branco, conjunto de quatro volumes editados em 2010 pelo Círculo de Leitores.
Abaixo, texto de Orlando Dias Agudo publicado na revista Antena, nº 80, de 1 de julho de 1968. O jornalista agradecia a gentileza de visitar as instalações da Valentim de Carvalho e da Fábrica Portuguesa de Discos da Rádio Triunfo. Na primeira fotografia, vê-se o técnico Hugo Ribeiro, apresentado na dissertação de mestrado de Leonor Losa.
Logo à entrada, a autora diz que a sua tese tinha por objetivo a reconfiguração da produção discográfica, em especial a do editor Arnaldo Trindade, a quem dedica os dois últimos capítulos. O texto tem introdução, cinco capítulos e conclusões. Os nomes dos capítulos são: 2) "Musicas" e "machinas falantes": mercado de partituras e fonogramas em Portugal desde meados do século XIX até à década de 30, 3) A emergência da rádio: sobreposição de reportórios dos anos 30 ao início dos anos 60 do seculo XX (criação da Emissora Nacional, surgimento de "fábricas de discos" e novos reportórios, centralidade da rádio), 4) Panorama editorial em Portugal nos anos 60 (protagonismo da Valentim de Carvalho, Fábrica de Discos Rádio Triunfo: nacionalização da produção fonográfica, Sassetti: edição de novos reportórios, atividade editorial no país nos anos 60), 5) Arnaldo Trindade: percurso biográfico e constituição da editora, 6) "Nós humanizámos a indústria". Reconfiguração da produção fonográfica em Portugal na década de 60 (postura editorial de Arnaldo Trindade e relação com os músicos, produção de "música de tema": tentativas de designação genérica dos produtos musicais).
No quarto capítulo, a autora aborda a autonomização da produção fonográfica em Portugal e o protagonismo dos espetáculos (p. 57), bem como o papel da imprensa especializada, de que releva o Mundo da Canção. A criação de uma fábrica de discos da Valentim de Carvalho ocorreu no começo da década de 1960, já depois do falecimento do fundador da empresa. Um dos sobrinhos, Rui Valentim de Carvalho, contra a vontade da empresa, abriu a fábrica do Campo Pequeno, onde se realizaria a prensagem de EP de gravações originais e cópias de gravações de editoras e etiquetas estrangeiras (p. 64). Na mesma década, seria construído o estúdio de Paço d'Arcos. A centralidade de reportório no fado (caso da fadista Amália Rodrigues) e a qualidade de gravações feitas pelo técnico de som Hugo Ribeiro garantiram a supremacia da editora. A Valentim de Carvalho apostou também em estilos de música importada caso das tipologias rock'n'roll e ié-ié (pop de origem francesa). Já a Fábrica de Discos Rádio Triunfo, fundada em 1946 no Porto, começara como loja de rádios e aparelhos de transmissão (p. 65), dando início em 1948 à produção de fonogramas. A Rádio Triunfo seria também editora, tendo um catálogo forte em música de ranchos folclóricos e intérpretes que desenvolviam as suas carreiras na rádio (Tony de Matos, Maria de Lurdes Resende, Maria Clara, Gabriel Cardoso), com uma relação de proximidade com a Emissora Nacional, cujo estúdio em Vila Nova de Gaia era usado habitualmente para gravações de discos.
A Sasseti, fundada em 1848, seria comprada por António Marques de Almeida e dois outros sócios que tinham fundado a cooperativa Guilda da Música em 1967 (p. 70). Pouco tempo depois associada à organização Zip-Zip, a Sassetti teve uma forte incidência nas gravações de música erudita (Antologia da Música Europeia) e de música popular portuguesa (Sérgio Godinho, José Mário Branco, Luís Cília e José Afonso). Finalmente, a Arnaldo Trindade, cujo proprietário estivera com frequência nos Estados Unidos, distribuiu discos de cantores em voga franceses (Johnny Halliday, Françoise Hardi, Serge Gainsbourg) e ingleses (Sandie Shaw), mas também as etiquetas Island (soul music, rythm'n'blues) e Tamla Motown (reggae) (p. 76). Numa das visitas aos Estados Unidos, Arnaldo Trindade comprara uma máquina de gravação Ampex, de quatro pistas, começando a gravar em 1952. Iniciou a etiqueta Orfeu em 1956 e publicou discos do Conjunto Pedro Osório, Titãs, Conjunto Sousa Pinto, Pop Five Music Incorporated, mas também do Conjunto Maria Albertina, Conjunto António Mafra, Quim Barreiros, num apoio nítido à produção discográfica do norte do país (p. 81). Arnaldo Trindade notabilizou-se ainda pelas estratégias de promoção: oferta de fonogramas às estações de rádio, organização de concertos (exemplos: Elton John, Marino Marini, Sandie Shaw, Sylvie Vartan), publicidade televisiva e sistema contratual com os intérpretes, com pagamento de remuneração mensal tendo como contrapartida a gravação de um fonograma por ano (casos de Adriano Correia de Oliveira e José Afonso).
Textos publicados por Leonor Losa podem ler-se na Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, com direção de Salwa Castelo-Branco, conjunto de quatro volumes editados em 2010 pelo Círculo de Leitores.
Abaixo, texto de Orlando Dias Agudo publicado na revista Antena, nº 80, de 1 de julho de 1968. O jornalista agradecia a gentileza de visitar as instalações da Valentim de Carvalho e da Fábrica Portuguesa de Discos da Rádio Triunfo. Na primeira fotografia, vê-se o técnico Hugo Ribeiro, apresentado na dissertação de mestrado de Leonor Losa.
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